quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Música

Andei cantando uma música que ninguém poderia ouvir. Notas de piano, com pingos de um violino, como pássaros anunciando a chegada da manhã.
Alto e baixo. Suave e preciso.
Sempre tem sido assim, dês de que eu comecei a cantar.
Canto, e canto sem nunca me cansar.
É maravilhoso, o tom, a nota a sobrepairar, a esperança de alguém ouvir.
Canto alto, bem alto.
Canto mais forte do que meus pulmões poderiam suportar. Rasgo a garganta tentando chamar.
Um grito no ar, uma nota aguda.
Como pingos borrifados na vista de um pára-brisa.
Gotas vermelhas.
Alguém há de notar.
Alguém há de procurar de onde vem a música, os gritos, as gotas. Alguém, oh, por favor, há de me encontrar.




Annabel Laurino.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Desapontamento

As vezes só por que você se doa para alguém não quer dizer que vão lhe receber Bem. Você pode catar as melhores flores do mundo, as mais belas e cheirosas, e dar de amor para quem lhe faz bem, mas este pode ver apenas flores, e não as mais belas flores, ou ainda, o trabalho de catá-las uma por uma, de juntar em um buque, e depois com um cartão unido de palavras formosas e ternas que você especialmente fez. Você deve entender. Eu devo entender. Que nem todos os olhos do mundo vão lhe ver como você gostaria que vissem. Nem todas as bocas irão proclamar o que você gostaria que proclamassem. Nem os coração mais desejados irão sentir por você o que você gostaria que sentissem. Mas apesar de tudo, do desapontamento então, basta lembrar que o mundo é grande de mais, á pessoas de mais, milhares de lugares, de milhas a se caminhar. E num desses pedaços do mundo você vai encontrar alguém que lhe veja muito mais além do que você poderia imaginar, alguém certo pra você mesmo. Pra mim mesma.


Annabel Laurino.

sábado, 25 de dezembro de 2010

O Natal...

   Ah essa época do ano. Calor. A noite quente e formosa, o ar úmido e árido de verão. O som festivo, os risos, as expectativas. Tudo que me lembro sobre o natal são as melhores lembranças que posso pensar em ter, e que vou guardar para o resto da vida.  Eu pensei em falar sobre o natal em um sentido literal demais. Sabem, a árvore, os biscoitos, a torta, os presentes, as músicas e os abraços. Mas isso não é o Natal.
Natal não é só uma celebração. Não é uma festa, nem um encontro de familiares. Celebrem todo dia, festejem todo dia, abracem suas famílias todo dia! Por que só no Natal?
  Lembro-me de quando ser criança, de sentar a mesa com meus avós, que ainda vivos faziam-me acreditar no papai Noel, nos presentes e nas dádivas do natal. Eu era apenas uma criança, e tudo que eu entendia sobre ter um natal eram os presentes, a ceia posta a mesa, as pessoas rindo, a felicidade. E sempre que eu via todos sentados a mesa, cortando seus pedaços de frango alegres, ceiando sorridentes e maravilhados, eu sentia a felicidade. Eu via os rostos de meus avós envelhecidos pelo tempo e tudo que eu conseguia pensar era os quantos natais eles já não deveriam ter passado, eu via seus rostos corados, seus sorrisos ternos esboçados alegremente sobre o rosto, o brilho nos olhos na hora de entregar os presentes, os abraços apertados. Era além da felicidade, era algo mais, algo mais puro, mais além de que meus pequeninos olhos infantis poderiam captar.
  Eu guardo uma lembrança passada, tão boa quanto uma mordida em chocolate. Macia, gostosa e suculenta. Meus pais, ceiando a mesa em mais um natal. Mais uma vez os sorrisos alegres, os olhos tilintando de comemoração, a paz jazia bem ao nosso lado, como um sussurro elevado que só os puros de coração poderiam ouvir. Eles esboçavam pureza, comiam a ceia e me beijavam ternamente como pais beijam seus filhos, com amor. Eles beijavam-se, se abraçavam, e sorriam alegremente um para o outro. Nós três, sempre fora assim pra mim, com amor.
  Então eu ainda não entendia, era criança pequena. Natal, presentes, comida. O que mais poderia ser? Mas os tempos simples passam como fagulhas rápidas em um céu borrifado de luz, é tão rápido.
  Comecei a refletir naquela sensação boa de natal, na união, nos abraços, nos beijos, nos sorrisos, no ato de dar um presente, no ato de ceiar á mesa, de sorrir, de dizer boas graças e de agradecer por tudo de bom na vida.
  Foi como pegar uma trufa, recheada de cerejas e mel coberta por camadas de ouro e prata, glacês do mais puro açúcar, das melhores confeitarias, morder e degustar, até captar a doçura, a sobrepairar, o resultado. O ato do amor. Como uma injeção de fatos.
Ali esta o amor, aqui está o amor. O Natal não é uma festa sem uma música, uma música soada por corações. Pegue a mão de seu irmão mais próximo. Ele não é lindo? Não brilha como você brilha? Não possui um coração?
  Divida sua trufa de doces celestiais, reparta o perdão, o amor, a paz e alegria com seu irmão.
  Renovação, é perdoar e saber ser perdoado. Renascer, respirar o ar e continuar sempre em frente. Amar a Deus, ao próximo.
  Dê de presente não só algo material, mas o seu melhor sorriso, seu melhor abraço, sua melhor face de alegria, dê sua mão, suas forças. Retribua em paz, em canções. Deixe o amor pairar no ar como quando uma ave voa e rodopia alegre num infinito sem fim. O ápice das coisas, o resolver, permanecer de tudo.
O amor.
Viva a paz, vivas a renovação, vivas a ressurreição!




Annabel Laurino.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vem.

Num sussurro baixo, tímido. Em uma voz calma, tranqüila, e mesmo assim, soante . Eu lhe convido a sentar no espaço vazio ao meu lado.
Vem.
Caminhe até a mim.
Sente-se comigo, inspire o ar. Não há pressa. Não há dor.
Você pode pegar minha mão se quiser, deixar eu ver seu sorriso terno esboçar para mim. Você pode dizer o quanto o dia é lindo, o quanto o sol é bonito e o quanto o silêncio é valioso.
Sem dor.
Sem medo.
Eu vou contar uma história pra você, pequena e rápida. De uma certa vez. De algo que eu vi, que eu senti. Quatro letras, duas vogais, três consoantes. Vou lhe explicar, lhe conduzir pelo caminho dos sentimentos. Cada um que eu conheci. Meus pensamentos. Os mais difíceis de traduzir.
 Você não pode ter pressa pra ir embora amor.
Calma, lembra?
Então eu vou deixar você me olhar. Não ver. Olhar. Como eu realmente sou. Sem aquele sorriso educado que coloco no rosto todo dia. Sem aquela face infantil de quem pensa muito e pouco fala. Como eu sou. Realmente.
Vou deixar você temperar o dia. Com um toque de beijo, de malicia.
E novamente, calma.
É como pegar uma peça rara, muito rara. De cristal fino, com um toque a mais e no mínimo de cuidado se quebrará.
Então eu vou ouvir. Atentamente tudo que você tem pra dizer.
Onde você esteve, o que você procura aqui. Conte-me amor. Conte-me tudo, todos seus sonhos, desejos e ambições. Seus medos, suas dores.
Deixe-me curar você.
Cura-me.
Tome-me em seus braços e proteja o que lhe dou.
A peça rara.
Confiança.
Fique com todo meu carinho e confiança.
Tome conta pra si.

Annabel Laurino.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Certa vez,


Certa vez á muito tempo, recordo-me de ter dito para alguém – que agora eu não lembro bem pra quem – que dias chuvosos estragam nossos planos. Além de serem feios, céu cinza, nuvens carregadas e tudo, completamente tudo encharcado e tomado por poças compridas e lamacentas. Talvez, só talvez, eu estivesse enganada.
 Hoje quando abri as janelas, eu vi a chuva. O céu cinza, as nuvens, a paisagem encharcada. E eu suspirei. Não era bem o tempo em que havia planejado, não em um dia planejado. Eu queria sol. Muito sol. Calor e um céu lindo. Mas choveu o dia todo.
 E sabem, eu poderia bem ter feito cara feia, ter falado mal do tempo, do dia, da chuva, do céu e do frio que estavam fazendo. Mas tudo que eu consegui pensar foi: “que a chuva lave.”
É isso que dizem os antigos. Que a chuva lava, que ela é um bom presságio. A chuva tem o bom consentimento de purificar, levar as más noticias, o passado, banhar e inundar de boas novas o que se tem por vir.
 Parece bobagem, talvez só mais uma história mística que os avós costumavam contar para agente. Mas sendo assim ou não, tudo que eu resolvi acreditar hoje, foi que a chuva realmente levou e lavou tudo. Completamente tudo que ainda se prendia em mim. Os maus sentimentos, as velhas interrogações.
 E justo hoje, em um dia tão chuvoso, eu me permiti sorrir. Não que não sorrisse antes. Mas eu sorri pra chuva, pro dia. O dia inteiro.
 São coisas loucas e minúsculas que as vezes chamam nossa atenção como o amarelo bifurcado no meio do branco em luz. São coisas assim, capazes de lhe chamar a atenção em meio a tantas outras coisas.
O que podia ser um dia tão comum, tão chuvoso, tão sem cor. Tingiu-se muito bem em cores, em beijos, em sorrisos.
 Nessa certa vez, depois de tempo, - quanto já não me recordo mais – alguém sorriu pra mim, não como qualquer outro sorriso. Como quando se sorri normal. Eu prefiro guardar como um sorriso doce, cor de lilás, mas gostoso e macio como o chocolate, quando você mastiga lentamente e em uma sensação tão boa lhe faz fechar os olhos. Foi um sorriso, de certo alguém, em certa vez, que eu me recordo muito bem.



Annabel Laurino.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

!

Escrever, escrever e escrever. Nada sai como eu quero, nada tinge o papel como esperado. As palavras entalam na garganta como bolas de letras irreconhecíveis incapazes de que eu possa traduzir.
Eu quero gritar. Jorrar os montes de palavras fora. Quero soprar os pesos. As angustias.
Eu grito.
Grito.
Ninguém ouve.
E quem mesmo gostaria de ouvir?

Annabel Laurino.

Você sabe.

Se eu for contar quantas vezes vi a chuva passar bem ao meu lado eu me perderia. Mas, tudo bem. Valeu a pena pensar que eu fiquei bem perto de ir embora. Valeu a pena, eu poderia ter esquecido que você existia em um piscar de olhos. Mas veja eu sou uma garota bonita e sabe eu gosto de você! Por que?
Eu sei lá!
Talvez seja aquele seu jeito de... Bem você sabe.
Mas pensando bem, não é tão bem assim se comparado ao seu jeito de... Bem você sabe.
E eu fico pensando que se um dia o céu estiver escuro, bem escuro e lá, bem de lá do fundo uma luz brilhar, não será de seus olhos. Será do clarão iminente de que enfim chegou a hora de eu te esquecer. Não será no céu azul. Nem no sol celestial.
Querido falta pouco, lembre-se eu sou uma garota muito bonita, entende. Não da pra ficar só no seu jeito de... Bem você sabe.


Annabel Laurino.

Escarlate

Encha meu copo até a borda e transborde. Encha amor, encha do seu amor. Faça transbordar a cor escarlate que sua alma me doa, me enche. Sim, escarlate. Encha até a borda e transborde.
Deixe escorrer por todos os cantos do quarto, deixe o cheiro doce se espalhar.
Logo molhe meus lábios, umedeça-os do seu amor. É, seu amor.
Faça com que fervilhe, e aqueça.
Deixe todo frio escapar como vapor quente de uma chaleira. Vamos! Sim, vamos transbordar de amor.
Chupe meus dedos que deixaram-se passar no amor, o amor transbordante ao chão.
"Ah que pena", disseram os anjos. Fizemos muito mais do que desejado. Nem se quer justificamos aos céus, apenas cantamos e dançamos na grande poça escarlate e terna de amor que emanava em nós. Em nós dois amor.






Annabel Laurino.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

preciso.


Talvez eu só precise dormir, sentir o doce cheiro de amaciante das minhas cobertas, misturado o cheiro gostoso de pitangas de sais de banho que se entranham nas roupas de cama assim que me deito após o banho, acompanhado do perfume cheiroso de “Jadore- Dior”. Talvez eu só precise esticar o corpo por sobre o colchão macio, sentir os músculos do corpo flexionarem-se e repuxarem, sentir de leve a cabeça flutuar sobre o travesseiro, e não programado, mas sutilmente o leve escuro tomar conta das minhas pálpebras cansadas e cheias de luz, para que docemente ele chegue, pouse sua mão sobre a minha e me leve para um lugar onde, Química não existe, nem academias, nem temporais, nem você.
Definitivamente, é tudo que eu preciso.


Annabel Laurino.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É, los 16!


5,843 dias, são no total 16 anos de vida. Da minha vida. E nesses anos inteiros eu vivi, constantemente, vivamente, profundamente no total de 504,851,820 segundos, 8,414,197 minutos, 140,126 horas, 834 semanas e 191 meses.
 Um pouco digamos assim, doido de contar.
Mas relativamente, vivi como sempre poderia ter desejado viver esses meus completos anos de vida.
É tão inebriante e maravilhosamente poder olhar para trás e poder ver o quanto tudo, valeu a pena. E quando me refiro ao tudo, digo as pessoas pelas quais depositei confianças, as amizades que fiz, os namoros em que comecei, as amigas de infância que sempre estiveram ao meu lado, ás horas gastando jogada em um sofá devorando livros, as tardes de pijama descabelada escrevendo alucinantemente meus contos e livros, os momentos insanos de rebeldia, as loucuras sensacionais das descobertas, os abraços chorosos com a família, o carinho, o amor, aquela sensação de lar. O meu lar.
O mundo tornou-se aos poucos uma selva irreconhecível, mas estranhamente familiar para mim, tornou-se o lugar onde por algum motivo eu tive que aprender a ficar, a conviver, sobreviver.
 Nesse tempo inteiro errei diversas e inúmeras vezes, e me redimi aos meus erros. Busquei em alguns - por que não todos, confesso - uma maneira de aprender. E aprendi. Ainda aprendo. Aprendo não com o tempo, nem com os incontáveis anos, meses, semanas, horas e segundos que se passam. Mas, com as pessoas que como uma linda benção entram na minha vida, e sempre por algum motivo. Alguma forma de aprendizagem.
 Dificilmente eu deixei de aprender com alguém que se tornou meu amigo, conhecido ou até mesmo aquela mulher da loja de sapatos em uma conversa rápida de cinco minutos, até mesmo ela fora capaz de me cativar.
Em um segundo qualquer, disperso e rápido como o reflexo da luz eu pude ver o sol todos os dias, as estrelas, as nuvens, a noite. O inverno, outono, primavera e verão. Pude ser cortejada pelo ar, pelo mar, pela brisa macia, pelo sol, pela terra. Pelos céus. Por Deus. Cujo nesse tempo me guiou por inúmeros sentimentos, momentos e diversas coisas pelas quais aprendi a lidar. Fora ele, o pai, o real e verdadeiro a quem sempre confiei, e que sempre há de me amar. E me ama, pois vivo, e vivo em seu nome. Seu amor.
    Se por tanto tempo caminhei, por tanto tempo conheci e desconheci de histórias, amizades, brigas e inimizades. Conheci algo do mais próximo da magia, daquilo que é o mais próximo e ao mesmo tempo distante de nós. Algo especial. Surreal. Inebriante. O amor.
  Amei em todos os segundos de vida pelos quais respirei. Amo meus pais como nunca seria capaz de amar qualquer outra pessoa no mundo. São eles minha rocha. Meu sustento, a base de meu pedestal. Os meus dois pilares de força, amor, carinho e confiança. E com eles trilhei passagens que me ensinaram em como levar a vida. Meus pais, pessoas tão diferentes cuja quais aprendi um pouco de cada um, e trago comigo.
 E estes ensinaram-me certa vez, sem palavras, sem sussurros, apenas no simples gesto, que o amor supera tudo, o amor não tem limites, não possui tempo, não possui causa, nem motivos, é tão fácil como respirar, mas tão forte que dói o fundo de nossa alma, nos alegra como uma canção cantada dos céus como também nos mata com um arrebate de nós mesmos, não mata no sangue, mas destrói gradativamente os pedaços da essência. É como um lindo fruto proibido, nem tão proibido assim, basta a primeira mordida e tudo acontece de então. Não há saída, esquecimentos ou vazios de lembrança. É como ser marcado, como encontrar a outra parte de si. Ninguém nos conta, não se há duvidas, nem controvérsias; simplesmente, por algum motivo mágico, você sabe que está amando. E eu amo. E pude como um maravilhoso presente dos céus entender o amor.
 Por experiência talvez, ou pelos meus próprios pais. Mas o melhor de tudo vem além do ato de amar. É quando você descobre que mesmo que você morra, mesmo que tudo desfaleça, desmereça, e que tudo acabe então, o amor, aquele que é toda a parte de si, este nunca acaba, pois ele é a razão pela qual lhe faz olhar para si mesmo e se sentir viva, mesmo em dor.
   
 Gosto bem, de poder fazer um pequeno - mas, carinhoso e de coração- agradecimento aqueles que em dezesseis anos de minha vida, estiveram comigo. Pai, mãe, eu amo vocês. Muito mais do que vocês possam imaginar. Muito mais do que eu própria possa imaginar. Vocês são meus pilares, minha terra, e meu ar. A vocês, eu devo o que sou. Nunca se esqueçam mesmo que o céu esteja azul escuro, sem estrelas, não quer dizer que elas não estejam lá, apenas não podemos ver por que nossos olhos humanos não alcançam, mas o coração, este vê muito mais do que aquilo que imaginamos.
  E claro, é um bando de amigos sem fim. Amigas, claro, e essas nem sei dizer como eu amo. A primeira lembro bem á onze anos atrás quando lhe conheci, tão fofa, tão meiga, e hoje mesmo que não tão fluente, ainda faz parte de mim. Obrigada por me ensinar que nem tudo é perfeito e que amigas de verdade existem sim! Rita eu também amo você!
  E claro a segunda, a baixinha que faz meu coração parar, a mulata de cabelos longos que adooora me fascina... HAHA. Onze anos também, e ainda me lembro daquelas trancinhas! Minha Amanda, fostes tu que me fizestes ver o grande tamanho de meus erros, sem nem mesmo pronunciar palavras. E és tu um exemplo, de filha, amiga e irmã. Pra sempre eu te amo!

 GENTE! Não da pra dizer obrigado a todos! Mas, mesmo assim valeu por que em geral ninguém é menos ou mais especial. São todos os poderosos conquistadores da minha vida e que eu levo comigo pra sempre. E, claro, eu amo muiiito vocês!

   
Beijos da Bel e los vivos dieciséis años y mucho más por venir!
 

  Annabel Laurino.

Fantasmas


Quem não os tem? Quem não é perseguido por eles?
Oh não, não falo de fantasmas aprisionados de histórias de terror conhecidas corriqueiramente por ai.
Os fantasmas de que falo, são muito mais aterrorizantes e muito mais perseguidores; Os fantasmas do passado.
Tenho uma porção deles.
Mas em especial, aquele que guardo em uma caixa forrada restritamente guardada no fundo do meu próprio sub consciente, é tudo aquilo que um dia eu não tive a metade de coragem de fazer. Não, não falar. Fazer.
Falar é muito fácil, como soprar e assoprar.
Falei muito, expliquei muito. Expliquei a mim mesma para mim própria, e refiz assim para todos a minha volta. Uma perca de tempo total, por si só.
 Perdi o tempo a cada letra que derramava meus lábios, a cada arfada pulsante que se soltava em uma só palavra era um pequenino segundo em que poderia estar cometendo o ato daquilo que eu mesma proclamava.
Mas, nem tão fácil se torna o ato de realizar. É muito mais difícil, tanto quanto se calar.
Eu muito precisava correr, mas permaneci-me constante no mesmo lugar.
Eu muito precisava desprender-me mas muito acorrentei-me ainda mais.
E muito mais do que precisava era e sempre foi relativo a um só ser. Aquilo que perdi facilmente como um pingo que despenca rápido e disperso.
Se esse ser, ser este que ainda guardo tão bem em meu coração, tivesse a idéia do quanto seria eu capaz de buscá-lo em qualquer parte do mundo, o quanto faria para respirar o seu mesmo ar, ar este que se toma meu e seu. Se ele soubesse...
 Ser meu, que não é mais meu a muito tempo. Mas, sempre será em minha memória.
É ele que meche com todas as cartas que eu coloco inocentemente, é ele que gira facilmente meus planos de cabeça para baixo, que sacode meu mundo e que facilmente o constrói e destrói em um piscar. Piscar esse que me apaixonei. Sem saber que apaixonava-me.
  E se esse ser acreditasse. Se pelo menos tivesse em seu coração o terço da dor, da fisgada funda que sinto quando meus olhos retém-se aos seus. Se pelo menos esse ser cujo qual eu muito falei, expliquei, e talvez, só talvez, pouco agi; Tivesse idéia do quanto o amo.
Talvez mesmo assim partisse.
E eu já estou tão acostumada em o ver partir, quanto em o ver chegar. E a dor torna-se quase, apenas quase, amigável, uma conhecida eu diria.
    Este ser não é um fantasma do meu passado. São apenas os meus sentimentos que me ligam a ele que me fazem por instantes dispersos e abruptos relembrar o distante que nem foi tão distante assim. O quanto expliquei, falei, e chorei. Pouco, muito pouco mostrei.
  Se eu pudesse, se realmente uma pequena chance me fosse concedida, um pedido apenas eu faria.
  Este que vos falo, se por um pequeno acaso do acaso vir de ler o que vos escrevo, saberá tão por imediato que minhas pequeninas frases de dor e amor lhe caem muito bem. Tão bem que lhe vestem perfeitamente, e agradecida sou, por existir e por lhe amar, mesmo que me doa, que me desfaleça, mesmo que não acredites, mesmo que ninguém mais me ouça. O amor é assim mesmo, não precisa de razão para existir, ele simplesmente existe. Com ou sem seus fantasmas, com ou sem passado, nunca deixa de brilhar. Iluminar. Cortar. Ferir.


    Annabel Laurino.

domingo, 7 de novembro de 2010

Eu vejo, eu sinto


Eu vejo o sonho. O embaçado ofuscante do irreal. Eu sinto o cheiro da terra, da terra macia e molhada, do orvalho, da grama verdejante cobrindo o campo vasto. Eu sinto o escuro. A noite fria que se decorre por todo o espaço aberto. Eu vejo a lua, brilhante grande e solitária. Sozinha, parada, pequena e frágil, eu, eu mesma sozinha.
  Mas ainda assim eu posso sentir, o cheiro do amor próximo. Ah ele esta próximo. Um cheiro doce, mas não tão doce, é mais como um doce misturado ao amargo. Um amargo bom, da essência da vida. O natural de tudo.
  Eu posso sentir, mas não posso ver. Eu posso prever mas não posso saber. Não tenho certeza, mas minha alma canta tão alto que é possível dedilhar a face da verdade que aos poucos como pequenas e afastadas notas de uma musica ao fundo se aproximam de meus ouvidos, quase como um sussurro baixo que se eleva lentamente á uma fala normal, a uma canção normal. Celestial, eu diria. É como perceber que uma estação esta próxima, mas não poder vê-la ainda, na verdade, você não pode ao todo ver, você pode apenas sentir. Como no inverno. Sentir as folhas secas caírem lentamente das copas das arvores, ver a grama macia e verde se tornar aos poucos desbotada, sentir o cheiro da terra cada vez mais forte, ver as arvores aos poucos se despir do verde forte para um verde musgo borrifado de um amarelado desbotado. Sentir o ar mudar, como um vento frio que eriça os pelos, gela a pele.
  Mas o amor não é assim, tão mudo de cores. É mais pintado. É como a primavera. Como as flores brotando, como os pássaros cantando, o mar se abrindo e o sol sorrindo. É como uma transformação. É como se anunciasse o verão, o começo de um recomeço qualquer, que não é tão qualquer assim.
  Eu posso sentir lá dentro de mim um chamado pequenino cantando e dançando, titubeando forte anunciando a chegada do breve e novo amor. Onde esta eu não sei, sei apenas que vem, lentamente, quase como uma pluma. Uma pluma grande e branca, linda e majestosa, para pousar graciosamente em mim e então, o que era grácil torna-se avassalador. Como uma grande explosão de cores ou um fleche de uma foto ofuscante. É meio que assim.


                                                      Annabel Laurino.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

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"Ás vezes o destino parece cruel. Te separa da pessoa que você pensa ser tudo na sua vida. Mas apesar de cruel, duvidoso e infeliz, ás vezes, o destino não erra. Uma história pra ser quase perfeita precisa ter curvas. E o relógio não pode soar sempre á meia-noite."

                    
       Gossip Girl

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eu.


Bem, eu sou sempre assim como você me vê. E se você me ver então você pode saber.
Sou relativamente tímida, as vezes até demais. Não é que eu seja indiferente é que na verdade eu gosto de observar antes de me aproximar por completo. Sim, por completo. Ou eu me aproximo de você para uma amizade e uma boa conversa ou pode esquecer. Não é que eu seja metida, é que do muito me chama a atenção e sempre o me atraia é forte por isso é sempre bom ter muitos motivos para uma boa amizade. Inúmeras vezes eu sou muito mais do que sincera – se é que pode-se dizer muito mais do que isso -, falo na maior parte do tempo o que eu penso. As vezes isso magoa ou em certos casos irrita. Mas o que eu posso fazer?
   Não gosto de fofocas. Na verdade eu nem ligo pra vida das pessoas, se você realmente quiser fazer algo, pois bem faça. Não se preocupe o jornal da cidade não sou eu. Ele é sem vida, sem graça e não passa de um papel. Eu sou muito mais do que isso, não preciso me preocupar com a vida dos outros, a minha própria já me basta.
   Relativamente eu me preocupo muito com o que pensam de mim, por algum motivo que eu não sei explicar. Talvez eu não goste de passar a impressão errada, ou simplesmente me importe mesmo com o que você esta pensando de mim assim que começa a puxar um assunto comigo. Não é neurose, ou é? Não sei.
 Eu mudo muito de humor, na maior parte do tempo. E a culpa não é minha, é do próprio tempo. Eu gosto de sorrir, mas prefiro sorrir só quando é de verdade, sabem quando é bom mesmo sorrir e rir, dar aquela boa gargalhada.
Eu sigo apenas um caminho, o caminho dos sonhos. Não interessa que nem todos possam se realizar, mas é esse caminho que eu trilho, todo dia.
  As vezes a música me acalma, me agita, e me toma como uma varredura na alma que me impulsiona a fazer coisas inspiradoras. Quando levo meus dedos sobre o teclado para escrever é como uma pontinha do sonho que se vesti em cor. Não é as mesmas cores que pinto os meus quadros é uma cor viva, cheia de emoções e de sentimentos que se transluzem através de palavras, de pontos e de vírgulas que sopram da minha mente como um sussurro que pousa lentamente como uma pluma em qualquer que seja o lugar, ou melhor o assunto.
   Eu gosto dos romances, e talvez os escreva por nunca ter vivido um de verdade. Realmente, me faltou oportunidade. Acho que os livros que leio me deixam meio que lá de cá da realidade, mas pouco me importa. Acredito fielmente no amor, o amor que nos leva e nos trás. O amor único. O que te arrasta de si mesmo.
  Amigos? Não. Se existe aquela frase “Você é com quem você anda” então não sei o que seria de mim nesse caso. Na verdade ando muito pouco com alguém. Não há uma explicação lógica. Simplesmente não me enquadro em grupo nenhum. Mas isso não quer dizer que já não tenha feito parte de um grupo. E na minha vida inteira eu tenho apenas uma grande e melhor amiga. As pessoas hoje em dia não sabem mais o que é ser uma(o) melhor amiga(o). Acham mesmo que amigo é só estar, mas amigo é viver. Viver a grande parte de sua vida sem se quer se ausentar. Não digo passar vinte e quatro horas do dia com você, mas se algo bom ou ruim acontecer ele vai estar lá, você nem precisa gritar em socorro, pois seu amigo estará bem do seu lado estendendo-lhe a mão na hora certa do aperto ou para compartilhar a felicidade. E graças aos céus eu tenho uma grande pessoa amiga cuja a qual é muito mais do que melhor amiga. Esta que falo é minha própria mãe. Nunca no mundo poderia encontar pessoa melhor para dividir minha felicidade. Me sinto completa ao seu lado, e se a perdesse não só perderia uma mãe maravilhosa mas como uma melhor amiga. A amiga que sempre vou ter, e que com certeza nunca encontraria igual.
   Eu sempre fui idealista de mais, e pouco me entendo. Eu sei quem eu sou, sei minha altura, meu peso, a cor de meus olhos, da minha pele. Eu sei do que gosto e do que não gosto. Por isso também não preciso que falem mal de mim pelas minhas costas, eu mesma sei o que visto, e o que falo.
  Adoro as pessoas, qualquer uma delas. Seja ela branca, negra ou sei lá. Eu adoro o mundo, adoro como ele se desfaz e refaz novamente em rápidas e abruptas variedades de meses, anos e séculos. As pessoas são o que mais me atrai nele. Vejo todas como livros. Cada uma com a sua história, e sempre que conheço uma eu me pergunto “por que não abrir?”
  Mas invariáveis vezes meu livro é aberto por alguém. Acho que não é interessante, vai ver. Mas o pouco do que entendo de mim faço questão de relatar, mesmo que não seja interessante. Isso é só um amontoado de palavras sopradas de uma globalização de letras separadas por pontos e vírgulas, então não acho realmente que isso em si possa me definir. Mas me defina de como quiser. Através do ponto ou da vírgula. Tanto faz.

 Annabel Laurino

domingo, 17 de outubro de 2010

Noite

Noite, como noite, escuro como breu. Rios d’água espalham-se pela fria noite. A cidade ofuscasse de luzes pequenas espalhadas por avenidas vazias e frias. Frio, o vento gela e arde. Levanta os pelos, eriça a alma. Meu mundo levanta, minha doce essência arde. Arde da saudade. A saudade que flameja, rasga o peito. O coração desperta a dor, grita e insidia. Como um incêndio chama. Oh ele chama. Chama e desperta. Dor, amor. As lágrimas caem como luva. Difundissem como mel nas grandes poças das ruas. Torrenciais de água espalham-se por todo lugar. O vidro pinta-se com minha respiração arfada, quente, abafada. A mesma que tracejava seu rosto. Ardente, quente, duro e sensual. Sussurre em meus ouvidos a melhor doçura que sopra de seus lábios. Diga letra por letra o amor que lhe traga. Diga-me, querido. Diga-me quanto tempo mais eu vou esperar por ver você chegar. Seu brilho, seus olhos sorrindo, seus lábios dizendo me amar. Apenas nessa noite, concedo ao céu que me esqueça. Que me deixe só. Por que o que penso não é digno para que ninguém saiba. O desejo é como calda quente que derrete em brasas, queimando e ardendo. Puxando-me, agarrando-me, tocando-me, amando-me. Ame-me como a chuva ama ao cair, ao alastrar, ao ficar, ao molhar. Molhe-me, gele-me, congele-me, aqueça, ferva-me, flameja-me. Por favor. Só diga que venha, me adorar, me conter. Permanecer. Permanecer pra sempre. Até o céu claro tragar a escuridão. A solidão.





Annabel Laurino.


“Y Le coeur en chamade, C'est une embuscade”





Vezes ou Outra...

Vezes ou outra sinto-me como uma estátua. Parada, dura, seca e muda. Fico sem fala, sem ação. Somente vejo as horas passarem, vejo as pessoas irem e virem. Vezes ou outra pego-me como uma criança ansiosa, apontando os dias no velho calendário. Esperando os dias estenderem-se, as coisas mudarem.
Vezes ou outra acho-me tola no entanto. Achando que um novo dia trará um novo sol. O sol é o mesmo sempre. Ele só brilha mais, resplandece, ou se oculta.
Vezes eu quero fugir.
Vezes eu quero ficar e esperar você voltar.
Vezes anseio ficar só.
Vezes tudo que eu mais quero e ter você aqui comigo.
Vezes eu penso e choro.
Vezes eu lembro e rio.
Vezes eu sou só eu mesma.
Vezes eu mesma me assombro.


Annabel Laurino.



Em que espelho ficou perdida minha face? [Cecília Meireles]

Marian Keyes para que te quero!

Se há algo no mundo que eu adoro além de tudo é pegar uma água bem gelada sentar no sofá e me deliciar (literalmente) com os livros da Marian Keyes!
 Descobri esse amor por ela ha um tempinho atrás quando comprei, tipo muito espontâneo um livro dela em promoção no Avon. (eu sou a consumidora mais louca do mundo e vivo atrás de promoções para livros. Lugar mais fácil de me achar: Sebos- com certeza!). O tal livro é Melancia, que foi um dos grandes sucessos dela. Eu amei de paixão e quando comecei a ler foi como se eu pegasse uma marca totalmente nova e super linda de sapatos! Foi tipo tudo! Marian Keyes consegue muito bem caminhar ao lado da sensualidade, comédia, romance e vida real total!
  Mas, deixando um pouco de falar da autora, vamos falar de suas obras.

 Eu tenho apenas dois livros delas, mas já li quatro. O que todo mundo deve saber antes de ler um livro estilo Marian Keyes é que, a partir do momento que você abre a capa, você esta prestes a se dar de cara com qualquer história muito louca e engraçada. E em meio a tantas coisas engraçadas, alguns livros da autora, dependendo da personagem, a linguagem vai sendo meio que diferenciada. Há obras da autora em que a linguagem bem normal do dia a dia é usada freqüentemente, com palavrões e gírias normais. O sexo também é bem exposto nos livros da autora, há pessoas que se intimidam a ler, por que há livros da Marian Keyes em que capítulos tornam-se no entanto meio...eróticos. Mas, nunca saindo do padrão literário.

   Bom, vou começar abrindo a lista de livros com uma das autoras que mais admiro, pela força e história que são transmitidas em cada obra.

- Melancia - 
O primeiro livro que li da Marian Keyes foi tal dito, Melancia. Quase todos os livros são contados na história de cinco irmãs que são mega diferentes, e variam exageradamente em modos de ser e viver. O Melancia conta a história de Clarie que tem 29 anos, e acaba de ter uma filha. Com o nascimento de sua recém-nascida filha, seu marido acabou de confessar seu caso de mais de seis meses com a vizinha também casada. (Um Mega choque!) Claire se resume a um coração partido, um corpo inteiramente redondo, aparentando uma melancia, e muita depressão, bebedeira e choro. Mas ela decide avaliar os prós e contras de um casamento desfeito depois de três anos. E quando começa a se sentir melhor seu ex marido, reaparece para convencê-la a assumir a culpa por tê-lo jogado nos braços de outra. Claire vai recebê-lo, no entanto reservará uma bela surpresa para o seu "amado" ex. E nisso tudo, no decorrer de toda a história coisas mega engraçadas e loucas são expostas, como o envolvimento da personagem com um cara mais novo e coisas bem típicas de Marian Keyes.

Indicação pessoal: Falando sinceramente, é claro que eu indico! Mas, ai depende de gostos, como eu disse, os livros da Marian Keyes são livros quentes, engraçados e cheios de surpresa. As vezes quando estou lendo um livro da autora, sinto-me melhor amiga da personagem, como se eu conseguisse sentir a raiva, amor, e todos os sentimentos que a mesma esta sentindo.


Outras obras da autora que eu li, foram:

Los Angeles - Tem Alguém ai? - Férias!



- Los Angeles –

Los Angeles ótimo, eu realmente gostei. É todo cheio daquele lado erótico e engraçado, misturado com um toquezinho de romance e sutileza. Tem todo o jeito da personagem, cativante e absolutamente inebriante dos livros da coleção. É uma história cheia da vida de pessoas ricas, desesperadas por um lugarzinho no mundo da fama. Modelos, escritores, diretores, atores e muito mais do que há do mundo dos famosos roda a solta no livro, Los Angeles.

"O sexto romance de Marian Keyes é uma história absolutamente cativante sobre um casamento que deu errado e uma mulher sensível que, subitamente, resolve fazer o que bem entende da vida.
Diferente do resto de sua família, Maggie Walsh sempre foi a irmã mais certinha de todas, em tudo, a santa que andava sempre na linha. Pelo menos até o dia que largou o marido e foi para Hollywood! Em L.A., roupas sofisticadas, pessoas magérrimas e emperiquitadas e festas bem freqüentadas são presenças constante, e acreditem: até as palmeiras ao longo das calçadas são magras. Ao se hospedar com a sua melhor amiga, Emily, uma roteirista raladora, Maggie começa a fazer coisas que jamais fizera antes, tipo se enturmar com estrelas de Hollywood e até mesmo usar meias-calças na cabeça para firmar o penteado e fazer apresentações de roteiros para produtores de cinema na maior cara-de-pau - e mais, muito mais! Assim, conhece o misterioso Troy, um homem tão antiaderente, que é conhecido como Teflon Humano.
Acompanhe Maggie em sua jornada (de descobertas) com as estrelas dos subúrbios sofisticados de L.A. ao bronzeado deslumbrante que só se consegue nas praias da Califórnia, engolindo mágoas e, de quebra, muitos martínis, enquanto procura o que realmente quer da vida e qual o verdadeiro motivo de ter pulado fora do casamento."



 - Tem alguém ai?-
 
Foi o livro da Marian Keyes que chorei de tanta surpresa que uma pagina e outra me oferecia. Tal como os títulos agente sempre fica meio que: "Nossa, 'Tem alguém ai?' Por que desse nome?" E depois de ler o livro você entende completamente do por que, conforme o enredo da história. Esse foi um livro que eu chamaria de uma caixinha de surpresas. Um romance delicioso, cativante, envolvente cheio de uma história linda que nos prende por sua forma misteriosa de se desenrolar.

"O livro conta a história de Anna, que, após sofrer um acidente de carro em Nova York, volta para Irlanda a fim de se recuperar ao lado da família. Contudo, após um tempo com os pais, ela decide que é hora de voltar para os Estados Unidos e reencontrar o marido Aidan, os amigos, e retomar seu emprego como relações públicas da Candy Grrrl, empresa de cosméticos. Chegando a Nova York, Anna não encontra Aidan - ele não retorna seus telefonemas, emails e mensagens de voz. O que terá acontecido com ele? Por que ela não recebeu nenhuma ligação do marido enquanto esteve fora? "

 O livro é mega lindo. Anna é sem duvida a melhor personagem criada pela autora, conforme a minha opinião. A que sem duvida eu mais de identifico. Esse livro é o topo dos meus indicados e com certeza vale a pena ler. Por que depois quando você termina você fica com cara de quero mais. Os livros da Marian Keyes, literalmente, viciam!


E claro, - Férias! -

Esse eu adquiri, mas não por promoção. Comprei por preço inteiro na livraria e me custou os olhinhos da cara, mas valeu a pena.
 Outro livro maravilhoso, diferente no seu próprio estilo. Cheio de coisas mega engraçadas. Conta a história de Rachel Walsh, com uma pequena participação ilustre da minha amada Anna. O livro é magnífico, lindo, engraçado e outro que eu total me identifiquei.

"Rachel Walsh tem 27 anos e sua grande magoa de calçar 40. Ela namora Luke Costello, um homem que usa calças de couro justas. E é amiga - pode-se mesmo dizer muy amiga - de drogas. Até a que a sua vida vai para a Cucuia e ela, na marra, para o Clautro - a versão irlandesa da Clinica Betty Ford. Ela fica uma fera. Afinal, não é magra o bastante para ser uma toxicômana, certo? Mas, olhando para o lado positivo da coisa, esses centros de reabilitação são cheios de banheiras de hidromassagem, academias e artistas semifissurados(ao menos ela assim ouviu dizer). De mais a mais, bem que já esta mesmo na hora de tirar umas feriazinhas.
 Rachel encontra homens de meia-idade usando suéteres marrons e sessões de terapia em grupo do que poderia supor a sua vã filosofia. E o pior é que parecem esperar que ela entre no esquema! Mas, quem quer abrir as janelas da alma, quando a vista esta longe de ser espetacular?
 Cheia de dor de cotovelo (o nome do cotovelo é Luke), ela busca salvação em Chris, um Homem com um passado. Um Homem que pode dar mais trabalho do que vale...
 Rachel é levada da dependência química para o terreno da maturidade, passando por uma ou duas histórias de amor, neste romance que é, a um tempo, comovente, forte e muito, muito engraçado.
  O que mais posso dizer? É claro que eu recomendo!!


É isso gente linda, esses são todos os livros da Marian Keyes que tive o bom gostinho de ler. Los Angeles e Tem alguém ai? eu peguei na biblioteca, onde é ótimo para quando estamos indecisas em comprar um livro. Então pode deixar, conforme eu for lendo os livros dessa amada autora, cuja a qual eu admiro e muito, eu vou postando aqui. Espero que tenham gostado das dicas e recomendações!


Beijos mil em todos!


Ps: Não só vou fazer indicações dos livros desta autora, como vou fazer indicações de todos os livros que já li e que considero bons. E claro, como não é dificil é capaz de eu acertar no gosto de todos, por que eu, literalmente leio tudo que é tipo de livro. Então, espero mesmo que vocês gostem das indicações.

sábado, 16 de outubro de 2010

Sinto-me só.

Acordo em uma vaga manhã de um dia qualquer e vislumbro o céu. Aconchego-me na alma e recosto-me nos sentimentos translúcidos de meu coração. Passo as mãos sobre os cabelos e me pergunto “o que temos hoje?”. Acendo a luz de meu espírito e vislumbro-o mais uma vez, procuro em meio a guardados e repentinos fatos de algo que possa me dizer o que sinto hoje. Hoje me sinto só.
Sinto-me só e sem respostas. Nem mais meu próprio eu preocupa-se em responder minhas incansáveis e inquestionáveis perguntas.
Às vezes me deparo com o mundo e o acho tão rotineiro. Tão comum. Talvez nem seja culpa do mundo, mas das mentes que o ocupam. Tão inertes em si próprias, tão egoístas.
Sei lá qual meu problema as vezes. Se me perguntasse o motivo que me sinto só eu não saberia responder ao certo. Talvez seja a cruciante saudade de sempre.
A saudade daquela velha amiga que, no entanto não a reconheço mais. Não a reconheço, não por que tenha crescido e se desenvolvido mais, mas por que tenha mudado, deixou de ser minha amável amiga para uma simples e mera desconhecida.
A saudade um aconchego melhor, de acordar de manhã e receber um abraço, de ter para quem ligar para quem contar segredos, para quem dividir a vida mesmo essa sendo tão pacata as vezes.
Queria que todos me entendessem as vezes, mas isso é pedir de mais. Nem mesmo eu própria me entendo.
O mundo tornou-se um vago e repentino esboço do que não ser para mim.
Tento não me sentir assim, tão submersa da realidade, ou até mesmo fantasiar de mais. Sabe, fantasiar as coisas, achar que tudo pode mudar de uma hora para outra. Sendo que as coisas só mudam quando resolvemos mudar.
Tento não me sentir só, com as minhas mudanças. E eu mudo constantemente. As vezes apaixono-me, e então desapaixono-me. As vezes amo tudo, tanto depois, odeio. Acabo então me sentindo só por ver que todos ainda amam tudo que amavam ainda a dias ou anos atrás.
O que há de ser comigo?
Não sei bem responder. Não sei explicar.
Talvez seja falta do que pensar ou do que sentir. Seja lá o que for a arte da solidão é como uma carência sentida, um aprofundamento solitário no ato de ter sede de algo. De não poder ter, mas querer, a alma anseia, flameja, arde e grita.
Eu grito.


                                Annabel Laurino.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um novo dia.

   Era uma manhã normal. Umas daquelas manhãs em que você já acorda sem frio pela chegada da breve partida do mais puro inverno á mais bela entrada da nova estação de primavera. Era uma manhã comum. Uma daquelas em que agente acorda com tanto sono que se mal acorda e já se quer voltar a dormir. Mas, por mais vontade de me virar ao lado e dormir novamente eu não podia, já havia dormido de mais e deveria levantar-me e começar os meus afazeres matinais. Levantei-me então, calcei minhas pantufas velhas e desbotadas e desci os andares da escada. Passei pela sala e pela varanda, cheguei na cozinha e pus uma caneca de água a ferver. Fui até o banheiro atendi minhas necessidades e então voltei na cozinha, tirei água da chaleira e despejei-a fervente na minha velha caneca. Logo despejei na caneca quatro colheres pequenas de café forte e umas gotas de adoçante. Conduzi meu corpo ainda dormente até a sala e sentei-me no sofá vazio e gelado. 
  Enquanto bebericava o forte e quente café, me incitei ao perceber que toda a casa era silenciosa. O mais silêncio profundo que se pode ouvir. Não havia som nem dentro e nem fora da casa. Na verdade, o único som de fora era os pássaros que já cantavam no alto das arvores no jardim. As fracas luzes do sol me cortejavam bom dia enquanto entravam celestiais e límpidas pela janela da sala.
  Estranhei a calmaria e a vastidão silenciosa, estranhei a pouca luz e por eu ser a única pessoa da casa acordada. Olhei no relógio pendurado na parede e lá marcavam seis e meia da manhã. O que eu fazia acordada á essa hora? Fui até a porta e lá estava o jornal do dia que havia sido posto na noite passada, olhei a data e era um domingo. E eu, estava acordada as seis e meia de uma manhã de domingo.
  Não podia ser, fiquei confusa e consternada de uma avalanche de espanto. Eu não havia percebido os dias passarem. Contava que ainda fosse um mero dia de semana, mais um, um daqueles em que eu acordaria e começaria meus afazeres de ir para academia, voltar, arrumar a casa, tomar banho e etc. e etc.. Mesmo assim eu nunca me levantava as seis horas em dia qualquer, por que justo agora? Caminhei até o banheiro e me pus debruço por sobre a pia de mármore olhei-me vagarosamente no espelho pendido á minha frente. A figura que refletia do reflexo do espelho me cumprimentava com um vinculo por sobre a testa de duvida e espanto. Que mal educada, pensei. Ao menos um sorriso lhe faria bem.
  A figura era eu mesma, alguém que por si não conhecia mais. Cabelos longos e finos pendiam sobre o ombro, de tom castanho e fios claros alourados, olhos amadeirados cortejados de pinceladas de um mel claro, lábios tênues, levemente cheios e vinculados nos cantos. Oras, nem se quer lembrava-me de minhas feições. Nem se quer parava para ver-me e observar-me. Não digo isto por uma forma obsessiva de vaidade e amor por si próprio. Mas, por que se eu mesma não me perceber como vou querer que me percebam? Foi esta pergunta que me fiz e me fez abruptamente cair por sobre a escada emocional em que me perdurava.
Respire, lembrei-me.
  Caminhei novamente até o sofá e sentei-me. Era estranho estar sozinha em um mais puro silêncio, onde até o som do meu arfar pulsante era percebido.
Cenas me dedilharam a mente. Passara as últimas semanas como um mero eu, vazio e sem sentido. Acordando e cumprindo minhas tarefas do dia a dia sem se quer lembrar-se de mim mesma. As lágrimas eram torrenciais margeando por sobre minha face sem sentido.
  De repente senti o medo junto a mim, vinha a minha direção cumprimentando-me com seu sorriso zombeteiro e farsante, a duvida também estava ao seu lado, seu olhos caídos e cheios de amargura me davam um belo bom dia. Os dois convidaram-se á sentar ao meu lado, mas os recusei. Não queria suas péssimas companhias. Preferia ter de ficar só. Mas, o medo disse-me sarcasticamente que não era possível ficar só, eu seria obrigada a ficar com um ou com o outro.
  Já havia provado dos dois, sabia que o medo era o pior, era maldoso e sem coração, afligia meus melhores dias e minhas melhores noites de sono. A duvida em melhores vezes até me respondia algumas perguntas inquestionáveis, porém. Decidi ficar com a velha duvida. E esta prontamente feliz tratou de fazer seu trabalho. Abriu sua maleta velha e surrada e tirou dali uma bela caixa, escrita lembranças em sua tampa, a duvida no seu melhor jeito de amargura e lentidão entregou-me a caixa. Abri-lhe e vi coisas que me desagradavam. Não era bom ver as coisas recentes em que me aconteciam, não era de muito ruim, era somente chatas e vazias. Vasculhei e vasculhei, mas nada interessava-me saber havia ali. Porém, em um momento abrupto achei uma lembrança que me chamou a atenção como um ponto de exclamação tingido em neon. Era apenas eu, quando era pequena, sentada no capim verdejante cheirando ao mais puro cheiro de terra de jardim da casa de verão em que passava no veraneio, rodeada de minhas bonecas, vestindo o meu mais lindo vestido verde de manguinhas curtas estilo bonequinha. Eu brincava só, mas ria feliz, meus avós estavam sentados ao longe me vendo brincar e riam também. Como era fácil, pensei. Não havia nada em que me preocupar, apenas ficar brincando de me divertir. A duvida me repreendeu, não era isso que ela queria me mostrar, ela queria que eu visse outra coisa nesta vaga lembrança. 
  Eu podia até ser jovem, pequena e indefesa. Não sabia nada do que podia acontecer pela frente e nem se quer tinha idéia dos caminhos que eu iria passar. Eu sou como aquela pequena criança brincando de bonecas, ainda não faço idéia das coisas que me aguardam. Quando eu era apenas aquela garotinha e não fazia idéia de nada do que iria passar e viver até chegar onde eu cheguei, eu apenas vivia o presente, juntava o desagradável com a aprendizagem e vivia feliz. Não foi nada fácil, mas também nada difícil.
  Por que eu não fazia isso então? Por que era tão difícil viver o presente e deixar as duvidas de lado, as magoas e a ansiedade?  Nesse momento a duvida sorriu, levantou-se do sofá e fez um gesto de adeus para mim, e rompeu pela porta sua breve partida, ela havia completado seu trabalho. Respondeu minha duvida me deixando ainda mais com duvidas.
  Fiquei ali no sofá, e pensei, não preciso de duvidas e nem do medo. Na verdade eu não preciso mais pensar sobre o que ficou para trás. Não importa o quanto eu me machuquei, o quanto me feri e o quanto chorei. Eu ainda possuía forças para prosseguir eu ainda veria um mais belo dia nascer sem hora pra morrer. Mas, não era ainda a hora, a hora era de somente viver e saber lidar com o medo do fim do dia, o medo de nunca mais vê-lo, nunca mais tê-lo. Ele já partiu, pensei. Ele, o medo, e as duvidas. Agora sou só eu.

  E foi naquela estranha manhã sem sentido que eu entendi o mais maravilhoso desfeche das minhas magoas e consternações. Um lindo dia sempre amanhece, um sol sempre surge, não é sem importância que ele nos acorda e pela bela arte de nos deixar fazer sorrir. E eu enfim, me deixei sorrir. Levantei-me do sofá sequei as lágrimas já vazias e sem sentido e subi as escadas, rompi em meu quarto e cai sobre a minha cama quente e macia como uma pluma feliz e segura em seu pouso atenuado e grácil.

                                                


                                                    Annabel Laurino

domingo, 29 de agosto de 2010

"Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."



Cecília Meireles

Carência.

    Alguns já de fato decretaram que a saudade em si é um dos sentimentos mais urgentes. Tudo bem, talvez eu concorde. Mas neste pequeno caso, caso onde o que sinto não é saudade, por que saudade sente-se de algo que já se teve. Então, digo que a carência em si, é que é um dos sentimentos mais urgentes já existidos e sentidos por aqueles que lamentavelmente são desafortunados.
   Devo então explicar que, o termo “desafortunado” se deve ao uso de quem não pode saciá-la, digo, a carência.
   Carência, necessidade, apuro, falta, vazio...
A carência em si não precisa ser vista como um modo melodramático. Uma pessoa não precisa senti-la somente pelo simples fato de não haver nada mais para reconfortá-la, pelo contrário. A carência, nos deixa loucos. Loucos de vontade por aquilo que de fato não possuímos, e não quer dizer que não temos opção. Mas, a falta que temos é uma necessidade, não pode ser consumida com um engano. Uma mentira.
   Venho tentando entender o que realmente sinto. E cheguei à conclusão que sinto carência. Se existisse um médico do qual eu pudesse me tratar á respeito disso, certamente ele me diria que estou em um caso grave de carência.
   Ando tentando entender coisas, coisas cuja quais não reparava antes. Coisas que me fizeram ver o “camarim” por trás do grande “espetáculo”.
Mas, uma das coisas cuja quais não consigo entender é este sentimento urgente, mais comumente já sentido por cada célula de meu corpo. Não posso ser a única que sofre deste que me aflora. E muito menos a única que almeja por entender este sentimento.
   Sinto a falta de borboletas, de senti-las debatendo-se em meu estomago, de senti-las borbulhando, e me deixando alienada do mundo. Sinto falta de mãos por sobre o meu rosto, mãos que me afagassem a pele, talvez até secassem minhas lágrimas, não precisariam ser de dor, muito poderiam ser de felicidade, do amor. Felicidade e amor. Como sinto falta destes. Sinto falta também de meu rosto corar, do meu meio sorriso envergonhado se abrir de frente á algo que certamente me deixaria sem palavras, talvez, aqueles momentos onde tudo é completamente novo, desconhecido, inserto, mas, muito bom. Sinto falta de ter uma mão colocada por sobre a minha, de sussurrar palavras tolas ao ouvido, de rir de coisas bobas, de contar histórias do passado, histórias que todos os meus amigos mais chegados já sabem e já cansaram de ouvir, mas, eu poderia contá-las todas novamente, pois, seria a primeira vez. Sinto falta de mãos tocando meus cabelos, puxando minha pequena franja desengonçada e desarrumada longe de meus olhos. Sinto falta de ficar no chão do meu quarto escutando minhas músicas mais melosas e especiais, com alguém é claro, mas por motivos mais românticos. Sinto falta de olhar as estrelas procurando somente vê-las, e não entende-las. Sinto falta de abraçar sem hora pra acabar, abraçar forte. Sinto falta do toque de peles cálidas e gritantes.
  Ah sinto falta de tantas coisas. Seria preciso uma lista imensa, talvez umas páginas desta lista, para colocar tantas coisas das quais sinto falta.
  Carência. Sentimento mais egoísta este. Eu sinto falta, mas não me importo de quem sinta, por que do que sinto ainda ninguém cessou e não me importo ainda quanto tempo mais eu tenha que senti-la. Eu quero somente saciá-la. Só não sei como, não sei quando, não sei nada mais. Só sei o que sinto. E espero que acabe, pois, dói.




Annabel Laurino.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Em algum lugar.

Nasci e cresci nesse decorrer de tempo em uma cidade muito pequena, em um lugar pequeno. Acostumada com pessoas pequenas de sonhos pequenos, mas ao mesmo tempo muito amáveis e adoráveis. Cresci me nutrindo do ar de uma vida simples e real. Não me fantasio de filmes ou novelas, mas com os meus próprios sonhos. Senti o vento soprar e levar o mar. Vi pássaros voarem ao céu. Observei e ilustrei na mente o sol ao amanhecer até se partir. Guardei em mim as cores de um fim de tarde ao alvorecer de um dia. Um dia qualquer para qualquer outro, mas, no entanto pra mim todo dia é um dia de cores e de luz. Podem me chamar de quanto tudo de coisas imagináveis. Podem formar sobre mim opiniões de quanto todo tipo, e o mesmo nem me importarei. Podem dizer que leio meus livros de mais, que crio histórias de mais, que vivo no mundo da lua, que acho a realidade, no entanto uma realidade fora do comum. Podem também dizer que sou dura com as palavras que não tenho papas na língua, que falo o que quero na hora que quero e ao mesmo não inflijo leis de que sejam as minhas. Tanto faz. Dês de que falem o que é verdade e que falem com seriedade, que pesquisem antes de falar, que afundam no pensamento assim como eu que até mesmo pra falar de mim própria preciso pensar antes de falar, pois até eu mesma me desconheço às vezes.
Criei e ilustrei sonhos na minha vida, sonhos que me afloram a alma e me julgam um ser sonhador e livre. Não tenho medo de aventuras e nem medo do desconhecido. Por mim que venham o desconhecido e as dificuldades. Quero mais é sair da rotina, quero que me levem a lugares distantes que me façam ver e ser o novo. E se assim alguém que se ouse capaz não puder, por favor, não insista, não aceito que me mudem. Sou o que sou, nasci onde nasci, vi o que vi, penso no que penso, e vou pra onde vou.
Não me rotulo por diferente e nem por uma mente inteligente, assim como tantos insistem em dizer. Eles não insistiriam muito se soubessem realmente as minhas notas na escola e o quanto busco pra conquistá-las.
Já vi e já cansei de ver – pra falar a verdade – pessoas formarem opiniões á meio respeito logo quando me vêem pela primeira vez. E depois, logo após algumas conversas e umas risadas convidativas, logo percebem que não passo de uma pessoa qualquer, alguém que simplesmente sonha como qualquer outro e tem em seu peito dores guardadas e sentimentos que fazem de mim alguém estrênua e esbaforida por desprendê-los de mim.
Acontece que logo assim, nos últimos dias em que tenho vivido, e acordado e dormido, seguido a rotina de sempre. Pensei que preciso de algo muito mais findo. Algo muito mais real do que isso tudo. Às vezes o mundo me parece tão ensaiado. Tão rotineiro que talvez seja este mesmo o grande problema de todos. Vivem uma rotina de viver e morrer e não percebem-se no decorrer dos fatos apenas no começo e no fim, e que se seja isso.
Decidi que quero mais. Quero mais realidade e sonhos. Decidi que aumentarei meus sonhos para muito mais
do que sempre foram. E tanto faz quem ousar dizer que serão impossíveis e que nunca os alcançarei, tanto faz. Eu sonho, eu conquisto.
Não importa onde eu nasci, por onde eu cresci, nada me impede de ser quem eu quero ser e quem eu acredito ser, eu sou o que sou, e sonho o que sonho. O sol no mundo inteiro é o mesmo, e eu serei a mesma em qualquer lugar, serei a mesma, mas mais realizada com meus próprios sonhos.


 
 
Annabel laurino.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Renovando-se

Já ouviram falar de renovar guarda roupa, renovar a pintura da casa, a cor do cabelo, o esmalte da unha, a dieta do mês, o sapato de caminhada, o tratamento de pele... Pois é existem várias coisas a se renovar. E daquelas tantas esquecemos, porém, de renovarmos a nós mesmos.
Já se ouviu falar que ausência de algo ocupa espaço. No meu caso ocupa e muito.
Mas há aqueles momentos da vida, que você tem respirar fundo pegar todo o fôlego do primeiríssimo fio de cabelo até a pontinha do pé de forças e lutar contra a si próprio. Lutar com aquilo que lhe faz mal. Se desprender das coisas que nos prendem á nós mesmos, nos tornando nossos próprios prisioneiros, prisioneiros de nossos sentimentos e emoções. Deixando de agir na razão e pensando somente na emoção. Tornando-se irracionais e fora de nós mesmos, embriagados de dor e angústia, e sem perceber acomodando-se á isto.
Então chega a tal hora de renovar. De tirar as amarras que nos prendem aos sentimentos fajutos e eloqüentes. Hora de juntar todas as forças que existem em nós para lutarmos com aquilo que nos machuca e nos depreda.
Então agora vou lá, vou lá me renovar. Vou me limpar da intoxicação de pensamentos que me sujam a mente e me enganam constantemente com ilusões futuras sem cabimento.
Entenda, não falo de sonhos. Falo de sentimentos. Os “maus” sentimentos. Os falsos. Aqueles que nos cegam, são capazes de destruir a nós mesmos e até ao nosso próprio e preciso tempo. O tempo que perdemos chorando e nos desgastando torturando-nos por coisas passadas, que foram ou deixaram de ser.
Entendi finalmente que não sou eu meus sentimentos, eles que me são. Não são eles uma parte de mim, mas a minha essência. Mas não há nada que me impeça de me desfazer destes, dos “maus” sentimentos. Talvez eu não possa mesmo arranca-los, e nem jogá-los em qualquer canto. Mas posso muito bem não me tornar uma sofredora deles.
Sou eu a razão junto à essência de emoções. Emoções que me afloram e banham-me, me perfumam, me enchem, me embriagam. Mas que logo passam, deixam marcas que podem ser saturadas, mas logo curadas, cuidadas com o tempo. Basta eu querer, basta eu lutar, lutar contra aquilo que me faz mal. Então eu posso renovar-me, vestir as novas vestes e me fazer livre. Ser livre. Ser eu mesma depois de tanto tempo, sendo algo que somente a minha mente construiu ser.

Annabel Laurino.