Alto e baixo. Suave e preciso.
Sempre tem sido assim, dês de que eu comecei a cantar.
Canto, e canto sem nunca me cansar.
É maravilhoso, o tom, a nota a sobrepairar, a esperança de alguém ouvir.
Canto alto, bem alto.
Canto mais forte do que meus pulmões poderiam suportar. Rasgo a garganta tentando chamar.
Um grito no ar, uma nota aguda.
Como pingos borrifados na vista de um pára-brisa.
Gotas vermelhas.
Alguém há de notar.
Alguém há de procurar de onde vem a música, os gritos, as gotas. Alguém, oh, por favor, há de me encontrar.
Annabel Laurino.
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