domingo, 11 de dezembro de 2011

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    Lembro-me do seu toque, do seu sorriso, e fico pensando onde você esteve esse tempo todo, por que você sumiu? Senti saudades, sabia? Sentia a falta de ter sobre mim esse seu braço protetor e de vislumbrar esse seu sorriso quente que desperta dentro de mim sentimentos inacreditavelmente ternos e verdadeiros, sentimentos que me fazem sentir limpa, viva, inteira.
    Não suma mais. Fique aqui. Estenda a mão sobre a mesa e pegue a minha mão, deixe eu ver nos seus olhos o que você enxerga quando olha para mim, do outro lado da mesa, com um sorriso bobo estampado nos lábios tingidos de cor de rosa-menininha, deixe eu saber se pra você, esse tempo curto e longo, essas ladeiras de longitude e distância também lhe trouxeram os mesmos danos. O da saudade. O da falta de olhar nos olhos um do outro novamente e descobrir dentro de si aquela sensação tão gostosa de saber que mesmo assim, mesmo depois de muitas coisas ditas e não ditas, o destino é mesmo muito surpreendente.







Annabel Laurino



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"Não sei, não me interrompa agora que estou quase conseguindo, disponível-só, não é uma palavra bonita? Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender."

                                  Caio Fernando Abreu