E começa a chover.
Começa como termina, de repente. E termina como começa, de repente.
É uma rapidez a alternância do humor dos dias. Uma alternância no humor dentro de mim mesma. E de repente eu me descubro. De repente. Como quando começa e termina. Eu me vejo com o coração apertado no peito e prestes a explodir, é adrenalina pura.
Quero me apaixonar, quero viver as novas sensações da vida. A chuva e o sol. O que vier primeiro, tanto faz, mas que seja de repente. Que eu não possa prever.
O que costuma ser estranho tende a ser divertido. E eu quero isso, o divertimento que o estranho tem. Quero suar a mão na mão de outra pessoa, nervosa. E beijar e beijar e beijar. E me sentir beijada. Quero ter surpresa e fazer surpresas depois. E receber colo, caminho, carinho. Quero dar amor e sentir paz depois, e turbulência e nervosismo e frio na barriga e depois paz novamente.
Turbulência. A vida precisa disso as vezes.
O sol vem novamente, depois da chuva repentina.
Não fico triste. Eu gosto da alternância. É dinâmico, é divertido. E os guardas-chuva se fecham na velocidade em que se abriram. As pessoas continuam caminhando sem rumo, lá fora, na rua. E os seus passos é como se medissem a velocidade correta de batidas do meu coração.
Mais tarde, no mesmo dia, choveu novamente.
E assim, nós vamos indo.
Annabel Laurino