Te descobrirás tão bem. E será aquele tão bem,
batalhado, sabe? Daquele tipo de que você luta pra chegar como uma meta, todos os dias, incansavelmente. Até que você consegue e se vê contente e logo,
feliz. Bem. Plena de tudo. Parece que mesmo á baixo dos erros as coisas
conseguem ficar no seu lugar, e tudo começa a fazer um sentido tremendo.
E
você se descobre aos poucos todos os dias. No meio do insano te sentirás
normal, e no meio do tédio te sentirás lívida de paz, podendo fazer todas as
coisas e não sabendo por quais delas começar. E terás sede, de
inovar, buscar, criar. Aquele rejuvenescimento estampará teus dias, a
fome por sabedoria, arte, criação baterá na tua porta e te sentarás com elas na
tua sala, bebendo chá as três da tarde com as pestanas úmidas, ao calor do
verão, te sentirás inteira.
Saberás que mesmo com tantas partes que já te arrancaram o que ficou é o real,
aquilo de verdade. Tudo se pintará novo e nada poderá ser velho. Rirás sempre,
jogaras beijos, te descobrirás amando todos, paixões de verão passarão como
raios de luz sobre teus lábios úmidos e te sentirás tão bem, tudo
passará rápido, sem dor, sem pesos, viverás por momentos, serás livre,
não haverá lamento.
Abrirás a janela em uma manhã, e dirás: - vida venha sempre, seja breve,
preencha e mate a sede que tenho, abraça-me, e que todos os meus dias sejam
mais lindos do que já foram ontem.
Annabel Laurino.