terça-feira, 2 de novembro de 2010

Eu.


Bem, eu sou sempre assim como você me vê. E se você me ver então você pode saber.
Sou relativamente tímida, as vezes até demais. Não é que eu seja indiferente é que na verdade eu gosto de observar antes de me aproximar por completo. Sim, por completo. Ou eu me aproximo de você para uma amizade e uma boa conversa ou pode esquecer. Não é que eu seja metida, é que do muito me chama a atenção e sempre o me atraia é forte por isso é sempre bom ter muitos motivos para uma boa amizade. Inúmeras vezes eu sou muito mais do que sincera – se é que pode-se dizer muito mais do que isso -, falo na maior parte do tempo o que eu penso. As vezes isso magoa ou em certos casos irrita. Mas o que eu posso fazer?
   Não gosto de fofocas. Na verdade eu nem ligo pra vida das pessoas, se você realmente quiser fazer algo, pois bem faça. Não se preocupe o jornal da cidade não sou eu. Ele é sem vida, sem graça e não passa de um papel. Eu sou muito mais do que isso, não preciso me preocupar com a vida dos outros, a minha própria já me basta.
   Relativamente eu me preocupo muito com o que pensam de mim, por algum motivo que eu não sei explicar. Talvez eu não goste de passar a impressão errada, ou simplesmente me importe mesmo com o que você esta pensando de mim assim que começa a puxar um assunto comigo. Não é neurose, ou é? Não sei.
 Eu mudo muito de humor, na maior parte do tempo. E a culpa não é minha, é do próprio tempo. Eu gosto de sorrir, mas prefiro sorrir só quando é de verdade, sabem quando é bom mesmo sorrir e rir, dar aquela boa gargalhada.
Eu sigo apenas um caminho, o caminho dos sonhos. Não interessa que nem todos possam se realizar, mas é esse caminho que eu trilho, todo dia.
  As vezes a música me acalma, me agita, e me toma como uma varredura na alma que me impulsiona a fazer coisas inspiradoras. Quando levo meus dedos sobre o teclado para escrever é como uma pontinha do sonho que se vesti em cor. Não é as mesmas cores que pinto os meus quadros é uma cor viva, cheia de emoções e de sentimentos que se transluzem através de palavras, de pontos e de vírgulas que sopram da minha mente como um sussurro que pousa lentamente como uma pluma em qualquer que seja o lugar, ou melhor o assunto.
   Eu gosto dos romances, e talvez os escreva por nunca ter vivido um de verdade. Realmente, me faltou oportunidade. Acho que os livros que leio me deixam meio que lá de cá da realidade, mas pouco me importa. Acredito fielmente no amor, o amor que nos leva e nos trás. O amor único. O que te arrasta de si mesmo.
  Amigos? Não. Se existe aquela frase “Você é com quem você anda” então não sei o que seria de mim nesse caso. Na verdade ando muito pouco com alguém. Não há uma explicação lógica. Simplesmente não me enquadro em grupo nenhum. Mas isso não quer dizer que já não tenha feito parte de um grupo. E na minha vida inteira eu tenho apenas uma grande e melhor amiga. As pessoas hoje em dia não sabem mais o que é ser uma(o) melhor amiga(o). Acham mesmo que amigo é só estar, mas amigo é viver. Viver a grande parte de sua vida sem se quer se ausentar. Não digo passar vinte e quatro horas do dia com você, mas se algo bom ou ruim acontecer ele vai estar lá, você nem precisa gritar em socorro, pois seu amigo estará bem do seu lado estendendo-lhe a mão na hora certa do aperto ou para compartilhar a felicidade. E graças aos céus eu tenho uma grande pessoa amiga cuja a qual é muito mais do que melhor amiga. Esta que falo é minha própria mãe. Nunca no mundo poderia encontar pessoa melhor para dividir minha felicidade. Me sinto completa ao seu lado, e se a perdesse não só perderia uma mãe maravilhosa mas como uma melhor amiga. A amiga que sempre vou ter, e que com certeza nunca encontraria igual.
   Eu sempre fui idealista de mais, e pouco me entendo. Eu sei quem eu sou, sei minha altura, meu peso, a cor de meus olhos, da minha pele. Eu sei do que gosto e do que não gosto. Por isso também não preciso que falem mal de mim pelas minhas costas, eu mesma sei o que visto, e o que falo.
  Adoro as pessoas, qualquer uma delas. Seja ela branca, negra ou sei lá. Eu adoro o mundo, adoro como ele se desfaz e refaz novamente em rápidas e abruptas variedades de meses, anos e séculos. As pessoas são o que mais me atrai nele. Vejo todas como livros. Cada uma com a sua história, e sempre que conheço uma eu me pergunto “por que não abrir?”
  Mas invariáveis vezes meu livro é aberto por alguém. Acho que não é interessante, vai ver. Mas o pouco do que entendo de mim faço questão de relatar, mesmo que não seja interessante. Isso é só um amontoado de palavras sopradas de uma globalização de letras separadas por pontos e vírgulas, então não acho realmente que isso em si possa me definir. Mas me defina de como quiser. Através do ponto ou da vírgula. Tanto faz.

 Annabel Laurino