sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vem.

Num sussurro baixo, tímido. Em uma voz calma, tranqüila, e mesmo assim, soante . Eu lhe convido a sentar no espaço vazio ao meu lado.
Vem.
Caminhe até a mim.
Sente-se comigo, inspire o ar. Não há pressa. Não há dor.
Você pode pegar minha mão se quiser, deixar eu ver seu sorriso terno esboçar para mim. Você pode dizer o quanto o dia é lindo, o quanto o sol é bonito e o quanto o silêncio é valioso.
Sem dor.
Sem medo.
Eu vou contar uma história pra você, pequena e rápida. De uma certa vez. De algo que eu vi, que eu senti. Quatro letras, duas vogais, três consoantes. Vou lhe explicar, lhe conduzir pelo caminho dos sentimentos. Cada um que eu conheci. Meus pensamentos. Os mais difíceis de traduzir.
 Você não pode ter pressa pra ir embora amor.
Calma, lembra?
Então eu vou deixar você me olhar. Não ver. Olhar. Como eu realmente sou. Sem aquele sorriso educado que coloco no rosto todo dia. Sem aquela face infantil de quem pensa muito e pouco fala. Como eu sou. Realmente.
Vou deixar você temperar o dia. Com um toque de beijo, de malicia.
E novamente, calma.
É como pegar uma peça rara, muito rara. De cristal fino, com um toque a mais e no mínimo de cuidado se quebrará.
Então eu vou ouvir. Atentamente tudo que você tem pra dizer.
Onde você esteve, o que você procura aqui. Conte-me amor. Conte-me tudo, todos seus sonhos, desejos e ambições. Seus medos, suas dores.
Deixe-me curar você.
Cura-me.
Tome-me em seus braços e proteja o que lhe dou.
A peça rara.
Confiança.
Fique com todo meu carinho e confiança.
Tome conta pra si.

Annabel Laurino.