sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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Escrever, escrever e escrever. Nada sai como eu quero, nada tinge o papel como esperado. As palavras entalam na garganta como bolas de letras irreconhecíveis incapazes de que eu possa traduzir.
Eu quero gritar. Jorrar os montes de palavras fora. Quero soprar os pesos. As angustias.
Eu grito.
Grito.
Ninguém ouve.
E quem mesmo gostaria de ouvir?

Annabel Laurino.

Você sabe.

Se eu for contar quantas vezes vi a chuva passar bem ao meu lado eu me perderia. Mas, tudo bem. Valeu a pena pensar que eu fiquei bem perto de ir embora. Valeu a pena, eu poderia ter esquecido que você existia em um piscar de olhos. Mas veja eu sou uma garota bonita e sabe eu gosto de você! Por que?
Eu sei lá!
Talvez seja aquele seu jeito de... Bem você sabe.
Mas pensando bem, não é tão bem assim se comparado ao seu jeito de... Bem você sabe.
E eu fico pensando que se um dia o céu estiver escuro, bem escuro e lá, bem de lá do fundo uma luz brilhar, não será de seus olhos. Será do clarão iminente de que enfim chegou a hora de eu te esquecer. Não será no céu azul. Nem no sol celestial.
Querido falta pouco, lembre-se eu sou uma garota muito bonita, entende. Não da pra ficar só no seu jeito de... Bem você sabe.


Annabel Laurino.

Escarlate

Encha meu copo até a borda e transborde. Encha amor, encha do seu amor. Faça transbordar a cor escarlate que sua alma me doa, me enche. Sim, escarlate. Encha até a borda e transborde.
Deixe escorrer por todos os cantos do quarto, deixe o cheiro doce se espalhar.
Logo molhe meus lábios, umedeça-os do seu amor. É, seu amor.
Faça com que fervilhe, e aqueça.
Deixe todo frio escapar como vapor quente de uma chaleira. Vamos! Sim, vamos transbordar de amor.
Chupe meus dedos que deixaram-se passar no amor, o amor transbordante ao chão.
"Ah que pena", disseram os anjos. Fizemos muito mais do que desejado. Nem se quer justificamos aos céus, apenas cantamos e dançamos na grande poça escarlate e terna de amor que emanava em nós. Em nós dois amor.






Annabel Laurino.