- Uma hora, um dia ou outro, você vai se apaixonar por alguém.
- De onde você tirou essa ideia estúpida?
- Oras, é a verdade.
- Verdade?
- Sim, a verdade. Todos nós vamos nos apaixonar um dia.
- Se o problema trata-se da falta de se apaixonar, saiba que já me
sinto apaixonada.
- Mesmo?
- Sim, apaixonadíssima, musica, livros, roupas, café, chás, planetas distantes, vida em marte...
- Não seja tola...
- O que foi?
- Falo de se apaixonar por alguém.
- Você fala disso, se apaixonar, como se fosse algo tão
necessariamente preciso, como uma regra.
- Não é uma regra... É só que todos nós amamos alguém um
dia.
[silêncio]
- Talvez eu não queira amar ninguém.
- E por que?
- Não sei.
- Você já amou?
- Talvez, mas também não sei. As vezes penso que não poderia
encontrar ninguém aqui nesse planeta. Talvez um planeta distante, uma forma de
vida diferente e então, eu me apaixonaria.
- Por que correr toda a galáxia para se apaixonar? Você
parece louca.
- Tenho a esperança de que a forma de amar lá, muito distante,
ser outra.
- Lá vem você...
- Penso que talvez pudesse existir um conceito melhor sobre
amar.
- Então amar é um conceito?
- Não sei bem se um conceito.
- Me explique.
- Essa coisa de amar errado, de esquecer, de machucar. Não
entendo como isso pode ser amor.
- Acho que ninguém entende...
- Então por que tanta admiração no amor?
- Não sei, faz bem amar. Parece que nos faz mais vivos.
- Vivos e eternamente dilacerados.
- Que visão mais negativa.
- Não tenho culpa, é o meu conceito.
- Você fala de amor apenas como um maldito conceito, sem nunca se quer ter sentido
antes. Como se soubesse. Uma cientista falando de suas fórmulas descobertas.
Acho que o melhor lugar para você é mesmo em outro planeta.
- ETs e morças alienígenas sempre me atraíram.
- Insana.
- Só penso sobre.
- E pensa que sabe.
- O amor, quem liga?
- Todos ligamos. O amor é tudo.
- O amor nem se quer sabe que existo.
- Eu sei que você existe.
Annabel Laurino.