sábado, 12 de fevereiro de 2011

E quem...Quem é você?

     É uma boa pergunta. Se eu tivesse uma boa resposta. Mas é complicado quando tudo que eu tenho á dizer é que é quase impossível me denotar em uma resposta como esta. Quem sou eu? Bem, há milhares de explicações. Sou milhares de coisas, milhares de coisas e de sabores. Não sou uma coisa só. Ainda que habite um corpo apenas. Sou um vento arrebatador. Possuo um aroma indescritivelmente único, como você também. Tenho sabor de milhares de gostos bons e amargos também. Sou da cor que melhor você pode ver. Depende da luz, de como o sol bate sobre meu corpo e como fica minha pele quando a luz adentra os pequenos poros dessa camada incrivelmente fina que encobre o conjunto de meus ossos e músculos.
    Mas ao todo eu sou carente, sou esperta e possuo um gênio muito forte e difícil de aturar. Não sou daquelas pessoas que tem milhares de amigos. Vezes é por escolha própria, vezes é por que não se tem escolha, quando você fica sete horas do dia trancada em um quarto bebendo café e escrevendo. Sabe, não se há muito tempo de fazer amigos novos. Mas tenho velhos amigos que não trocaria por nada e que todos já estão cansados de saber quem são.
    Adoro o que é velho e guardado. Adoro as coisas antigas os discos de vinil, os livros nos Sebos e os quadros á tinta óleo que entoam paisagens de campos e rosas. Gosto do descanço, do silêncio e do que o silêncio trás. Gosto da saudade. Sou profundamente harmônica e traduzo meu humor dependendo do ambiente. Você pode colocar uma musica super dançante e pode ter certeza que eu vou estar dançando com você, se você quiser.
    Sou perspicaz, astuta e geniosa. Não me acho orgulhosa e quase me sinto sufocar quando encontro um orgulhoso, se bem que me vejo nas vinte e quatro horas do meu dia, profundamente apaixonada por um orgulhoso incorrigível.
    Não sou mentirosa. Mas minto só quando bem convém. Fazer o que. Eu tenho que mentir as vezes, preciso omitir a verdade, por que grandes sábios sabem, as pessoas perguntam algo, mas quem disse que é tudo, realmente tudo que se está na pergunta que elas querem saber?
    Admiro as pessoas sinceras. Admiro as pessoas simples, aqueles que são puros, não por que acham certo ser, não existe isso, simplesmente são. Mas gosto das pessoas não puras também, que me falta palavras para classificar, gosto delas, as vezes são tão sinceras quando a própria sinceridade e se você parar para pensar, nem se quer medem esforços para agradar. Simplesmente são.
    Gosto de sentir um carinho. Gosto de compartilhar algo. Um momento, um afago sobre a minha mão. Gosto de preparar algo, fazer planos a dois, de viajar de conhecer e ver o novo.
    Não tenho medo de quase nada, á não ser do próprio medo.
    Sou como cão e rato e brigo comigo mesma. Mas sou da paz. Gosto de ver o sol. Gosto de ver como as pessoas são. Para mim não existe beleza perfeita, a própria é a perfeição. E que perfeição não existe tal como a beleza real. Tudo é bonito. Tudo é como deveria ser. Tudo é normal. Tudo é real. Os defeitos não são defeitos, são desculpas que encontramos para implicar que algo não ta legal.
    Mas ao todo eu sou normal. Sou mesmo, de verdade, tão careta quando á sua avó. Asso biscoitos no Natal e no Halloween. Faço festa para as crianças para diverti-las com livros de contar história.
    Adoro o irreal. É uma maneira de me desprender da verdade e por instantes pequeninos achar que tudo, no fundo é normal.
    E sério. Eu disse. É longo de mais explicar alguém, não importa quem. Mas como eu disse. Eu sou legal. Tão natural quanto.
    As vezes eu não gosto muito de falar. E as vezes tenho vontade de rir como criança quando vejo alguém me olhando como se fosse de outro mundo.
    Não me importaria de dizer que sim, se fosse possível o que seria hilariante só de pensar.
    Mas, por hoje é só.
   Uma pergunta.
   Quem é você?
   E as vezes eu prefiro só mesmo encurtar de uma vez. Dizer que eu sou eu e você é você. Mas como foi uma pergunta especial, feita por alguém especial, eu respondo claro, de todo o coração. Por que vale a pena responder quando é feita com tanta gentileza como assim foi. E assim, respondida está.


 
Annabel Laurino.
Dedico. L.R.