sábado, 10 de março de 2012

trator imaginário, com seus pincéis flutuantes e seus rostos novos e risonhos

Não sei por que tenho tanta sede por mudança. Por que me enjoo rápido de quase tudo. Por que pego implicância com as cores do cabelo, das unhas. Por que estou sempre querendo pessoas novas, por que limpo o quarto quando na verdade no fundo tudo que eu sinto é uma bagunça dentro de mim, e nada exterior. Acho que deve ser esse meu lado escorpião. Essa coisa toda de ter uma mente muito neurótica, saindo por ai cortando o lado ruim de tudo, podando relações. Como um trator. E lá se vão paredes pintadas, cabelos tingidos, unhas redecoradas, guarda roupa refeito e pessoas recolocadas.
   Tudo isso da um trabalhão danado, é profundamente cansativo viver se reconstruindo. Porém, por outro lado, incrivelmente necessário.

 Annabel Laurino.

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"Eu quero parar com tudo isso, ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura."

Tati Bernardi

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Não quero pensar ter feito a escolha errada. É doloroso para mim também. Escrevo aqui como uma forma de não me doer.
   Repito quase sempre: "queria que estivesse aqui, sinto sua falta."




Annabel Laurino