sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Concluo.

Concluo que só lutarei por aqueles que lutarem por mim. Não precisa de guerras, nem de espadas afiadas e urros de luta, coisas assim. Precisa-se apenas de uma vontade calórica de permanecer comigo, olhar em meus olhos e determinar quão importante sou ou não sou. E ver que lutar por mim, mesmo que contra uma ventania amena, seria a coisa mais certa por se fazer.
   Sim, concluo isto.

Annabel Laurino.

Motivação


Mas é que agora eu preciso de uma motivação muito forte para voltar atrás. Sinto-me como se houvesse abandonado uma vida, e que agora, depois de ter percorrido certa distância de tempo, dor e ter passado por dificuldades como pelejas de saudade e argamassas de frio e fome, eu tivesse que retornar tudo novamente e tapar as feridas abertas por esse enorme trajeto de ter ido embora e retornar novamente.
   Preciso de um motivo muito grande para voltar e permanecer. Vai muito além de trocas de sentimentos, sorrisos bobos, ou até mesmo promessas inválidas.
   Se não houver segurança, não volto, não volto sozinha nisso tudo, não volto sem uma mão agarrada a minha. Se não houver, continuo, e cada passo será mais um passo distante da vida que abandonei, cada passo serão segundos cronometrados no relógio colocado no meu peito até que enfim, quem sabe, ele possa marcar o resultado de tudo isso: “Esqueci-me de você”.

Annabel Laurino.
 É irracional. Inevitável.  

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Só mudei de opinião, mas meus sentimentos continuam os mesmo, com exceção da dor, que ficou mais intensa longe de você, sinto falta, mas já doeu uma vez, talvez eu não seja capaz de suportá-la novamente. E de tudo isso eu aprendi que se entregar de corpo e alma à uma pessoa não é o suficiente pra fazê-la feliz. Queria acreditar que como em filmes no final tudo daria certo, mas preciso de motivos… faz acreditar que o mundo não é só aflição?
(C.F.A)

Qualquer dia desses


Mas qualquer dia desses alguém ai, meio perdido, meio ferido, meio causado e cansado, alguém muito maluco, meio cheio de sonhos, de idéias, de histórias, meio sem noção, sem tom, sem medo, sem fala, tropeça em mim e se apaixona. Sei lá, vai saber. Qualquer dia desses, descubro alguém que vai me amar tanto que não vai mais querer sair de perto. Que vai gostar desse meu jeito meio absurdo e gritante de ser. Alguém que não irá se incomodar com a forma que carrego a bolsa, com minhas idéias mirabolantes, meus assuntos sem eira e nem beira, com as minhas divagações da vida, do universo e tudo mais. Ele não irá se incomodar se eu agir como uma garotinha sapeca que irá querer jogar vídeo game de meias e comer chocolate em uma tarde de chuva, e não irá se incomodar de me ouvir, ouvir minhas histórias, meus pensamentos e opiniões mais loucos sobre tudo. Ele vai amar a forma como eu me sento, me deito e me aconchego, ele vai achar graça da minha risada, vai gostar do meu cheiro, estará sempre afim de tocar minhas mãos, gélidas e macias, ele vai querer-me ao todo. Ele vai amar meu cabelo, minha roupas, e não se incomodará dos meus defeitos mais gritantes, por que ele amará minhas qualidades mais fortes e achará uma graça tudo quanto acho insignificante em mim.
   Como quem abre as portas e janelas e recebe o verão, ele não terá medo, e nem insegurança, saberá o que sou e por que sou e vai me querer assim. Por vezes ele poderá até se sentar no chão de seu quarto e se perguntar por que gosta tanto de mim, mas ele não vai saber, assim como eu também não vou. Nossos amigos vão se perguntar o que vimos um no outro, e ninguém também irá saber. É tudo muito simples, e complexo, e difícil também. Traduzindo, se dirá apenas, é amor, só isso. Ele a ama, ela o ama. Ele luta, ela guerreia. E nessa coisa toda, eles nunca se separam. É meio que assim, assim, talvez, um dia eu encontro alguém. Quem sabe num dias desses por ai. Eu ainda não sei.

Annabel Laurino.

Continuando


E digo a mim mesma: Oras, vamos garota, enxuga as lágrimas, levante-se, arrume as roupas e continue na peleja. A guerra é uma só, se você desistir quem lutará por você? Ninguém, eu digo. Lute então. Vamos lá, tem uma vida imensa lá fora chamando por ti. Abra as janelas, abra as portas, deixe entrar. Sol, chuva... Pessoas. Sim, á muita gente, muita coisa interessante pedindo pra você conhecer.
  Repito: Vamos garota. A vida continua!

Annabel Laurino.

!


Eis um fato exorbitante: Não o sinto mais.


Annabel Laurino.