Mas é que agora eu preciso de uma motivação muito forte para
voltar atrás. Sinto-me como se houvesse abandonado uma vida, e que agora,
depois de ter percorrido certa distância de tempo, dor e ter passado por
dificuldades como pelejas de saudade e argamassas de frio e fome, eu tivesse
que retornar tudo novamente e tapar as feridas abertas por esse enorme trajeto
de ter ido embora e retornar novamente.
Preciso de um
motivo muito grande para voltar e permanecer. Vai muito além de trocas de
sentimentos, sorrisos bobos, ou até mesmo promessas inválidas.
Se não houver
segurança, não volto, não volto sozinha nisso tudo, não volto sem uma mão
agarrada a minha. Se não houver, continuo, e cada passo será mais um passo
distante da vida que abandonei, cada passo serão segundos cronometrados no
relógio colocado no meu peito até que enfim, quem sabe, ele possa marcar o
resultado de tudo isso: “Esqueci-me de você”.
Annabel Laurino.
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