Babaca insolente.
Comecei a entrar em uma estranha fase de ódio por você.
annabellaurino.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Lâmpada
Ficou olhando para o teto, o forro branco cintilante, brilhando e refletindo os glóbulos finos de luz que saiam notoriamente da lâmpada acessa do quarto. Ficou ali, sentada na cadeira com o corpo lânguido estirado sobre ela, como se a houvessem atirado ali, e ela continuasse do mesmo jeito, na mesma posição que ficam as coisas quando jogamos-as num canto e elas permanecem, abandonadas. Na sua testa de pele muito branca e pálida, um vinculo se formava. A boca crispada numa linha fina de confusão. Dentro dela se assomavam muitas duvidas. E naquele exato momento, encarando a luz acessa do quarto, como se pedisse silenciosamente para que uma tão igual lâmpada brilhante se acendesse dentro da sua mente com uma idéia mirabolante, como nos desenhos animados, perguntou-se então: Deus, o que eu estou sentindo?
Mas não houve tão pouco resposta. De direita á esquerda, nem de baixo á acima, nem mesmo da lâmpada, e por menos uma lâmpada acendeu-se em sua mente. Mas permaneceu ali, onde estava. Seus pensamentos trabalhavam freneticamente em busca de respostas e idéias que a fizessem surtir sobre um efeito mais simples e direto do que realmente estava sentindo.
Bem, assimilou, fisicamente estou péssima, meu corpo inteiro dói, pensou. E emocionalmente, sinto-me... Sinto... Um vazio.
Vazio.
Era isso. Um vácuo sugador bem no meio do peito.
Não exprima choro, nem tão pouco cara de tal. Não chorava á horas, desde a noite passada, a mais terrível crise que já se lembrava de ter.
Esticou o braço sobre a mesa catando o celular e viu as horas. Ótimo, já era tarde o suficiente, tinha uma desculpa muito convincente para ir para a cama e dormir. E ninguém perguntaria por que estava se retirando aquela hora, ela poderia se deitar sozinha no escuro do quarto, tapar-se até a cabeça, colocar seus fones de ouvidos e chorar baixinho se o choro viesse, e se não, dormiria, o que achava improvável.
A correnteza de pensamentos sempre lá, sempre distante, sempre perto de quem não deveria estar, de quem ela, já estava providenciando em não estar mais.
Mas como se faz uma coisa dessas?
Como se mata o vazio sem nem mesmo ele ser preenchido de algo?
Mas não houve tão pouco resposta. De direita á esquerda, nem de baixo á acima, nem mesmo da lâmpada, e por menos uma lâmpada acendeu-se em sua mente. Mas permaneceu ali, onde estava. Seus pensamentos trabalhavam freneticamente em busca de respostas e idéias que a fizessem surtir sobre um efeito mais simples e direto do que realmente estava sentindo.
Bem, assimilou, fisicamente estou péssima, meu corpo inteiro dói, pensou. E emocionalmente, sinto-me... Sinto... Um vazio.
Vazio.
Era isso. Um vácuo sugador bem no meio do peito.
Não exprima choro, nem tão pouco cara de tal. Não chorava á horas, desde a noite passada, a mais terrível crise que já se lembrava de ter.
Esticou o braço sobre a mesa catando o celular e viu as horas. Ótimo, já era tarde o suficiente, tinha uma desculpa muito convincente para ir para a cama e dormir. E ninguém perguntaria por que estava se retirando aquela hora, ela poderia se deitar sozinha no escuro do quarto, tapar-se até a cabeça, colocar seus fones de ouvidos e chorar baixinho se o choro viesse, e se não, dormiria, o que achava improvável.
A correnteza de pensamentos sempre lá, sempre distante, sempre perto de quem não deveria estar, de quem ela, já estava providenciando em não estar mais.
Mas como se faz uma coisa dessas?
Como se mata o vazio sem nem mesmo ele ser preenchido de algo?
Annabel Laurino
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Acho que a dor sempre foi como uma espécie de alavanca mágica, mesmo que muito dolorida, é verdade. Mas sempre foi como a carga da caneta, entende? Sem ela seria desnecessário sentir. Pois, penso eu, que é preciso que se sinta dor, para sentir de verdade. Afinal, qualquer coisa sentida, seja ela qual for, exprime sua própria dor. É impossível que tudo seja doce. Há sempre o lado negro e obscuro da história, e que por muitas vezes, por ingenuidade, ou fatalidade até mesmo, caímos despercebidamente nos dando conta apenas quando tudo soma-se fatal.
Annabel Laurino.
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