segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Em algum lugar.

Nasci e cresci nesse decorrer de tempo em uma cidade muito pequena, em um lugar pequeno. Acostumada com pessoas pequenas de sonhos pequenos, mas ao mesmo tempo muito amáveis e adoráveis. Cresci me nutrindo do ar de uma vida simples e real. Não me fantasio de filmes ou novelas, mas com os meus próprios sonhos. Senti o vento soprar e levar o mar. Vi pássaros voarem ao céu. Observei e ilustrei na mente o sol ao amanhecer até se partir. Guardei em mim as cores de um fim de tarde ao alvorecer de um dia. Um dia qualquer para qualquer outro, mas, no entanto pra mim todo dia é um dia de cores e de luz. Podem me chamar de quanto tudo de coisas imagináveis. Podem formar sobre mim opiniões de quanto todo tipo, e o mesmo nem me importarei. Podem dizer que leio meus livros de mais, que crio histórias de mais, que vivo no mundo da lua, que acho a realidade, no entanto uma realidade fora do comum. Podem também dizer que sou dura com as palavras que não tenho papas na língua, que falo o que quero na hora que quero e ao mesmo não inflijo leis de que sejam as minhas. Tanto faz. Dês de que falem o que é verdade e que falem com seriedade, que pesquisem antes de falar, que afundam no pensamento assim como eu que até mesmo pra falar de mim própria preciso pensar antes de falar, pois até eu mesma me desconheço às vezes.
Criei e ilustrei sonhos na minha vida, sonhos que me afloram a alma e me julgam um ser sonhador e livre. Não tenho medo de aventuras e nem medo do desconhecido. Por mim que venham o desconhecido e as dificuldades. Quero mais é sair da rotina, quero que me levem a lugares distantes que me façam ver e ser o novo. E se assim alguém que se ouse capaz não puder, por favor, não insista, não aceito que me mudem. Sou o que sou, nasci onde nasci, vi o que vi, penso no que penso, e vou pra onde vou.
Não me rotulo por diferente e nem por uma mente inteligente, assim como tantos insistem em dizer. Eles não insistiriam muito se soubessem realmente as minhas notas na escola e o quanto busco pra conquistá-las.
Já vi e já cansei de ver – pra falar a verdade – pessoas formarem opiniões á meio respeito logo quando me vêem pela primeira vez. E depois, logo após algumas conversas e umas risadas convidativas, logo percebem que não passo de uma pessoa qualquer, alguém que simplesmente sonha como qualquer outro e tem em seu peito dores guardadas e sentimentos que fazem de mim alguém estrênua e esbaforida por desprendê-los de mim.
Acontece que logo assim, nos últimos dias em que tenho vivido, e acordado e dormido, seguido a rotina de sempre. Pensei que preciso de algo muito mais findo. Algo muito mais real do que isso tudo. Às vezes o mundo me parece tão ensaiado. Tão rotineiro que talvez seja este mesmo o grande problema de todos. Vivem uma rotina de viver e morrer e não percebem-se no decorrer dos fatos apenas no começo e no fim, e que se seja isso.
Decidi que quero mais. Quero mais realidade e sonhos. Decidi que aumentarei meus sonhos para muito mais
do que sempre foram. E tanto faz quem ousar dizer que serão impossíveis e que nunca os alcançarei, tanto faz. Eu sonho, eu conquisto.
Não importa onde eu nasci, por onde eu cresci, nada me impede de ser quem eu quero ser e quem eu acredito ser, eu sou o que sou, e sonho o que sonho. O sol no mundo inteiro é o mesmo, e eu serei a mesma em qualquer lugar, serei a mesma, mas mais realizada com meus próprios sonhos.


 
 
Annabel laurino.