terça-feira, 30 de agosto de 2011

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Você se cansa de amores incompletos, de amores platônicos, de falta de amor, de excesso disso e daquilo. Se cansa do "apesar de". Se cansa do rabo entre as pernas, da sensação de estar sendo prejudicado, se cansa do "a vida é assim mesmo". Você se cansa de esperar, de rezar, de aguardar, de ter esperanças, cansa do frio na barriga, cansa da falta de sono.
Você se cansa da hipocrisia, da falsidade, da ameaça constante, se cansa da estupidez, da apatia, da angústia, da insatisfação, da injustiça, do frenezi, da busca impossível e infinita de algo que não sabe o que é. Se cansa da sensação de não poder parar.
(PC Siqueira)


domingo, 28 de agosto de 2011

Minha casa aberta te afasta de tanta luz


Agora é pra valer. Se antes eu estava aberta, abria as minhas portas e deixava com que toda a minha luz pairasse por todos os lados chamando quem quer que quisesse se aproximar para ver, para com coragem abrir seus olhos diante das minhas facetas brilhantes e nítidas de luz, de como sou, transparente em luz. Agora me fecho. Estou entrando pra dentro da minha concha crua e nua e não estou respondendo a mais nada. Sou um ser tão individualista agora, quanto sempre fui. Achei que podia ter encontrado alguém que me fizesse largar dessa idéia egoísta e que tocasse lá no intimo de mim, mas esse alguém não ta afim. Ta afim de fugir de mim, das minhas luzes, do meu ser. Por isso que agora que troquei o certo pelo duvidoso to me achando incrivelmente idiota e não há mais nada a dizer. To indo embora. Já deu pra mim. Cansei de ficar esperando algo que nunca vai chegar, algo que eu nem sei se posso esperar. Deixei de ser uma pessoa por a minha incrível capacidade de amar incondicionalmente. To amando você até dizer chega. Deixei meu ser individualista de lado e feri a todos por você, feri a mim e a minha capacidade de ser eu. E agora chega. Você foi covarde de mais. E eu, lutei de mais.

Annabel Laurino.

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sentindo tudo


E eu fico aqui, sinto e sinto tudo. Sou um completo ser sentindo, e ninguém me sente. Eu sinto tudo, sinto você, sinto á mim, sinto nós dois então, mas ninguém sente o que sinto, sente como sinto.

Annabel Laurino.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

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Será que quando ela diz : "Não agüento mais, me deixe em paz, não consigo, sinto dor", ela não esteja querendo dizer que um simples abraço seu, um simples toque, sem palavras, sem nada explicado, sem nada dito, resolveria tudo? Me deixe em paz, ela diz, traga a minha paz, ela pensa.

Annabel Laurino.

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Quando você tem tudo você não liga pra nada, difícil é depois quando você olha pro lado e não vê mais aquele alguém. Daí vai dizer, ela não faz falta?

Annabel Laurino.

Me deixe em paz!


    Me deixe em paz. Finja que não me vês e finjirei que não te verei. Finja. Como sempre fizeste. Finja que não sentes o calor do meu corpo e nem a vontade de falar. E assim eu fingirei que nada aconteceu, que nada surgiu, que foi tudo simplesmente apagado da minha memória recém fresca e confusa.
    Eu peço apenas para que me deixe em paz. Me esqueça, me anule. Parta a minha imagem da tua memória e regrave outro rosto de uma vez. Faça qualquer coisa! Me compare, me descole, me desgrude, me jogue, mas me esqueça! Me deixe em paz.
    Essa dor. Essa horrível dor dilacerante de querer falar e não poder, esse jogo, essa luta, esse conflito de ter que ser forte quando eu quero chorar de raiva e dizer que te odeio até não poder mais.
    Você não luta, você não sabe correr atrás, você não sabe buscar aquilo que você quer e não sabe como dói ser ignorado, não ser correspondido. Então chega. Cansei. Estourou toda a minha cota de ser gentil, amável e compreensiva. Chegou no meu limite, aturei por tempo de mais essa novela repetitiva. Eu engoli seus dramas, disse que os encararia, que se precisasse eu ficava ao seu lado embora que todos eles se voltassem contra nós. Eu estava disposta a lutar por você. E você, sentou-se sobre sua cadeira fria, cruzou os braços e me ignorou. Agora... Bem, agora me deixe em paz.


Annabel Laurino.

Montanhas de pó

Não me pergunte mais nada. Não me pergunte nada. Eu não sei de nada, eu não quero saber. Eu to cheia. Cheguei na beira da cama quente, olhei por baixo e avistei o pó. Montanhas de pó. Esta tudo há muito tempo guardado, há muito tempo esquecido. Não quero mexer, tenho medo das cartas que posso encontrar, das aranhas que podem sair, dos chinelos velhos que gastei tempo procurando, dos lenços de papel, das folhas do caderno, de um brinco perdido, tenho profundo cansaço de achar qualquer coisa embaixo desse pó. Não me pergunte. Eu não quero mais saber. Cheguei ao meu limite. Agora, se tem uma coisa que você ainda pode saber, uma única coisa que não me abstenho em responder, é que estou completamente ocupada. Não estou mais aqui. Acabo de colocá-lo na minha montanha de pó.




Annabel Laurino.

domingo, 21 de agosto de 2011

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"você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados."

Remember Me

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"O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer."


-Cazuza-

sábado, 20 de agosto de 2011

Desbordando, nua, descosturando tudo, nunca existiu...


Quando eu estou só, nunca me sinto só. Tenho uma estranha tendência a abrir as janelas, a ligar a música a todo som, a estender a mente para muito longe e repousá-la, como a um tapete a muito tempo guardado sobre um sol muito quente. Como se ela precisasse tirar a poeira, limpar, esvaziar, pegar um ar.
   Nesses momentos em que estou só, aguardo sentada na cadeira do meu quarto. Descalça, quase não sinto frio. Posso ficar nua, como tiver que ficar, não sinto nada. Minha pele é como uma cobertura tênue e infalível, não passa frio, não sente frio. Por fora estou assim. Embora que por dentro sinto-me em um caos gritante, milhares de pensamentos, de duvidas, de questões me arrebatando, me bombardeando de todos os lados. Eu sei todas as respostas. Sei que posso ignorá-las, mas não devo. Não vou.
   Por isso as guardo no peito, abro a minha caixa secreta, e nua como nua, a pele quente tão quente, me vejo chorar, sei que se eu quisesse acreditar poderia crer que era fraca para te deixar. Mas não sou amor.
    Sou frágil, sou eu. Sou só. Mas ainda sou eu. Frágil e nua, frágil por fora. Tão forte por dentro. Não sou como você. Sei onde está o ponto, sei onde se encalça a dor, sei onde tudo termina e sei sair do caminho quando bem me convém.
   Me convém agora. Convém-me estar só e não necessitar de nada. De calor, de corpo algum para me aquecer. Não necessito. Necessitava. Agora tudo que passou entre agente parece-me vago, sem sentido.
    Em que caixa perdida, em que corpo eu estava, em que mundo foi deixada a minha mente, para que eu acreditasse tanto nesse amor?
   Nesse amor vazio, que eu mesma criei, pintei, bordei. E que agora reparto sem dó. Descosturo as linhas que ligavam-se tão feiamente, sem sentindo, sem cor, e olho-me no espelho. Sim, estou definitivamente só. Parece até que você nunca esteve aqui. Parece até que você nunca existiu.


Annabel Laurino.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A Coisa

    Era uma coisa corrosiva, começou assim, pequenina, era um veneninho bobo cor de rosa que titubeava no meu peito, inofensivo, não tinha cheiro e quase não tinha cor. Era fofo como uma pluminha. Tinha por sua incumbência um modo de se ver quase que arrancando a vontade de morder. Era uma admiração branda, um sentimento terno e especial.
    Daí você se aproximou, foi passando os braços envolta de meu corpo, foi fazendo carinho, foi despertando essa coisa corrosiva e antes inofensiva, você a acariciou, tocou em seus pontos frágeis, descobriu seus segredos. E logo essa pequena criatura se alimentou de seus carinhos, de seus afagos, de sua atenção. Ela, tão burra que era, se alimentava até mesmo do vazio de sua presença, começou a comer as paredes de sua falta de fé e logo estava engatinhando. Ficou gorda, vermelha, gigante. Quase não cabia mais em mim. Ela gritava toda noite, exigia alimento, alimento que eu não podia dar. O que podia fazer? Ela queria você. Mas você havia partido então, tinha dito: “seremos amigos, quase irmãos.”. Mas a coisa, a coisa enorme e gigantesca dentro de mim, não queria isso, ela berrava, chorava, como um alarme de incêndios ela soava. O que eu podia fazer? Matar a coisa? Sem dó? Sem piedade?
     Oras, fora você quem a criara, na verdade foi você que a cultivou. Eu dei vida a ela, mas não fui a única que lhe concedeu o direito de te amar. Agora querido, agora ela morre sozinha. Todos os dias ela morre de fome, de dor. Você não deixou mais nada. E tudo que sinto enquanto aquela coisa chamada amor, morre e morre, de dor. A dor e a tristeza de pensar que eu deixei você fazer tudo isso comigo. Eu deixei que você me alimentasse.



Annabel Laurino.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Castelos de Vidro. Pães. Transbordante. Se perdeu...

    Eu jurava que você ia ser meu príncipe encantado. Que íamos cavalgar sobre um cavalo branco de pelos sedosos e prateados cujos finos fios brilhariam sobre um sol invernal incrivelmente quente e reconfortante. Iríamos acompanhados de nossos corações transbordantes, abarrotados de promessas de um futuro juntos, um futuro inabalável e surreal. Eu jurei que seriamos felizes. Que você colocaria dentro de seus bolsos todas as suas duvidas, seus medos, que você olharia para mim e diria: “Não importa, é você que eu quero.”.
    Jurei também, silenciosamente, sozinha em meu quarto, escutando uma musica qualquer, que você iria me ligar no meio da noite, que diria assim: “Estou com saudades amor, lembrei de seu beijo, não posso mais viver longe de você.”. E assim, nessas juras eternas, nesses sonhos de vidros dos quais fiz a mim mesma, me perdi em um carretel de lã do qual o novelo se enrolava rapidamente sem nunca parar. Jurei que seriamos felizes, jurei que você iria me querer, jurei que você ia me amar, jurei que íamos ficar juntos, jurei que seria tua amor, jurei que serias meu então.
    Porém o que eu não sabia, é que essas juras nada me valiam. Foram como lenços de papéis jogados no vento, rasgados e pisoteados. Teu perfume de mim já se perdeu. Não há mais o que fazer. Descobri-me nessa insana sede de te querer sendo como uma criança, complemente pura e ingênua, construí à minha frente um castelo amarrotado de sonhos, prendi em minhas paredes fotos de um futuro só nosso, imaginei falas de um roteiro do qual você iria seguir, me dizendo que me amava que me queria, e cumprindo tudo depois.
    Esses meus sonhos de criança... Esses meus sonhos recheados de ilusões. Como um pão doce, eles foram saindo pelas bordas e se derramando ao chão. Um grosso e tempestuoso vento chegou, levou você de mim, o seu medo, as suas duvidas, e sua infantilidade real, você se deixou levar por tudo isso, e sua falta de fé no que eu tanto jurava ser nós dois, se perdeu, morreu. Agora sou só eu, sem você. Não há mais você.
    Meu castelo de vidro agora se rachou, minhas fotos á água fez questão de manchar, e todos os scripts secretos dos quais eu bolava mentalmente em minha mente apaixonada, foram cuidadosamente apagados, deletados, perdidos.
    Como a história de eu e você.



Annabel Laurino.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quase um Segundo.

  Eu queria ver no escuro do mundo
 onde está tudo o que você quer.
Pra me transformar no que te agrada, no que me faça ver
 Quais são as cores, e as coisas pra te prender?
   Eu tive um sonho ruim, e acordei chorando, por isso eu te liguei.
   Será que você ainda pensa em mim?
   As vezes te odeio por quase um segundo, depois te amo mais...
   Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo! Que não me deixa em paz!
   Quais são as cores e as coisas pra te prender?

  (Quase Um Segundo - Cazuza)


sábado, 13 de agosto de 2011

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"Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis."

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

simplesmente faça

    Quantos dias você passa pensando naquilo que você gostaria de fazer? Quantas horas por dia você desperdiça pensando e se perguntando do motivo ao certo de não ter feito tal coisa? Por que não arrisquei? Por que não fiz? Por que não caminhei até aquele corpo e o beijei de uma vez? E se eu tivesse...? E se.     Esse é o problema. Esse é o real problema. “E se.”. Medo? Sim. O medo paralisa, imobiliza, é como uma adaga fechada se prendendo em volta de mim. Sinto medo por que não conheço o desconhecido. Não sei o que vem por ai. Sinto medo diante da tempestade aberta por que não sei quantas casas ela pode derrubar. Sinto medo do sol de um verão tranqüilo por que não sei quantas horas chorarei quando ele partir.
    E nessas horas, nesses momentos de duvidas, de inquietação, se perguntando do por que, o que, e como fazer. Faça. Levante-se dessa cadeira fria e morta, retire a mochila pesada de suas costas a qual estão guardados o medo e a inquietação, vista-se de uma coragem branca que só você pode ter, e faça. Faça o que quer fazer. Pode dar certo. Pode dar errado. Quem pode saber? Mas faça. Faça antes que alguém faça por você. Faça antes que o tempo termine, antes que as oportunidades se esgotem. Faça por que quer. Por que esta afim.
    E se você não fizer... E se...
    Simplesmente Faça!
  
    Annabel Laurino




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

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Também acho uma delícia quando você esquece os olhos em cima dos meus. (Chico Buarque)


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Flor, papel..

    Sinto-me como uma flor esmorecendo em um vaso vazio dizendo: - Ei por favor, cuide de mim, coloque sobre meu corpo umas gotas de água, limpe esse vaso vazio, limpe-me com sua água, mate minha sede.
   Sinto-me como um papel amassado e caído no chão, perdido no tempo, esquecido no pensamento, escrito com palavras em vão, que por um certo dia, ou no certo tempo fora escrito por mãos quentes e temerosas e hoje é apenas um pedaço de papel, caído gritando assim: - Oh por favor, abra-me, desamasse essas rachaduras que me doem tanto, desdobre esses vínculos dolorosos que se partem em mim, repouse-me sobre uma mesa limpa e depois leia-me. Leia-me como um verso interminável da razão vivida, leia-me como nunca lestes nada na vida.
Eis que é assim que me sinto. Gritando assim: Cuide-me! Cuide-me por que me achastes, sou tua agora.
   Cuide-me.


Annabel Laurino.