Não tenho medo de voltar atrás. Essa história de que
desistir é para os fracos, eu não caio. Eu não persisto naquilo que não me
agrada, eu não entro na guerra porque simplesmente quero perder a cabeça, não
vou desembainhar minha espada para ver meu combatente enfiar-me sua
lança sobre meu peito e ver a mim mesma tombar ao lado. Não vou continuar uma
jornada sem motivos, sem motivação, sem paixão. Não irei até o fim do caminho arrastando meus pés sobre espinhos se a esperança já morreu, se já mataram a rainha, se já roubaram e incendiaram todas as casas e as crianças já foram sequestradas. Não irei. Nem que o sol esteja ao pico e meu bebedouro cheio de água, sem motivos eu não continuo, sem paixão, eu não entro. Nesse caso eu volto atrás
mesmo, eu me escondo, ou eu pego minhas coisas e fujo, sem dar
explicação e satisfação.
Por que tão fria?
Eu me pergunto as vezes, passando em frente ao vidro frio de uma janela suja de um prédio
qualquer dessa cidade, vendo um rosto infantil, feição dura, tão descarnada de emoção. Mas não seria fria meu titulo.
Desesperançada, talvez. Simplesmente, desesperançada.
Mas permita-me esclarecer que caso eu, entrando em arena de combate, não sairia. Sim, eu, motivada, com a paixão fervendo nas veias, não sairia de lá até que derrotasse todos os leões, todos os gladiadores medievais e os mais bravos lutares e destruísse todas as suas espadas mais copiosas e perversas.
Porque ainda não aprendi a ter medo. E não tenho medo. Não tenho medo que me firam, que me prendam, que me instiguem e que zombem de mim pelas costas. Não tenho medo do que me agride a carne. Eu tenho mágoas. Receios. Tristezas e saudades. Isso sim, eu tenho forjadas em meu elmo. Mas sigo movida por motivações, por paixão, por arte, por musica, por beleza, por histórias, pelo diferente, pelo belo e surreal. Sou movida por amor, por tentativas, por verdade. Sou livre, livre e incontestavelmente egoísta, sim, mas ainda assim, verdadeira. Adoro uma verdade que machuque. Uma verdade que perdure. Simplesmente, uma verdade.
Mas permita-me esclarecer que caso eu, entrando em arena de combate, não sairia. Sim, eu, motivada, com a paixão fervendo nas veias, não sairia de lá até que derrotasse todos os leões, todos os gladiadores medievais e os mais bravos lutares e destruísse todas as suas espadas mais copiosas e perversas.
Porque ainda não aprendi a ter medo. E não tenho medo. Não tenho medo que me firam, que me prendam, que me instiguem e que zombem de mim pelas costas. Não tenho medo do que me agride a carne. Eu tenho mágoas. Receios. Tristezas e saudades. Isso sim, eu tenho forjadas em meu elmo. Mas sigo movida por motivações, por paixão, por arte, por musica, por beleza, por histórias, pelo diferente, pelo belo e surreal. Sou movida por amor, por tentativas, por verdade. Sou livre, livre e incontestavelmente egoísta, sim, mas ainda assim, verdadeira. Adoro uma verdade que machuque. Uma verdade que perdure. Simplesmente, uma verdade.
Sim, verdades. Pois assim, não me toque, não
me queira e nem me fale sobre amores, vida, paixões e tempos provindos se não
sabes como cuidar do que dizes mais amar. Não se pode fazer promessas e nem
proclamar amores hoje em dia, nunca se sabe o dia de amanhã. E eu, quase
sempre, nem mais me surpreendo. Sem surpresas, entrei apática ao mundo das
relações não vindouras. E me esqueci como regressar. Segui sem rumo sobre meu cavalo alado, minha espada esquecida, achando bonito o paraíso solitário do não sentir.
Annabel Laurino