Você se sente preso em si mesmo. E não sabe mais para onde jogar essa dor. Para nenhum lado, qualquer que seja, parece um lado satisfatório ou suficiente.
E ai que você deseja poder despejar toda essa dor em lágrimas, no colo de alguém. Mas nunca nenhum colo serve e você se sente tão frágil, tão ferida.
Pelas mentiras que te contam, pelos jogos, pelas brincadeiras de mal gosto, pelas histórias sem noção, pelo tempo perdido e misturado, por tudo.
E sente-se terrivelmente pesado e com dor. Terrivelmente ferido, batido, com sono, saudade, fome de algo que nunca sacia.
Bem como bater numa porta que nunca abre.
bebellaurino.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Definitivamente você não sabe aproveitar qualquer sintoma da carinho que eu sinta por você. Você simplesmente vai lá e poda qualquer sinal de afeto, demonstração de amor ou qualquer admiração que esteja renascendo, novamente, por você.
Você destrói tudo, me afasta de você. Você consegue me jogar para longe com um simples aceno de mão. Você não sabe me ter. Não soube me cuidar. Você pensa que como todas as outras pessoas o meu coração funciona da mesma forma. E desse jeito você reata e desata nós em mim como se não doesse, como se em meio aos fios dessas cordas nunca um lado ficasse mais preso do que o outro a ponto de que o nó de tão cego não conseguisse se desatar.
É, você não soube mesmo me amar.
bebellaurino.
Você destrói tudo, me afasta de você. Você consegue me jogar para longe com um simples aceno de mão. Você não sabe me ter. Não soube me cuidar. Você pensa que como todas as outras pessoas o meu coração funciona da mesma forma. E desse jeito você reata e desata nós em mim como se não doesse, como se em meio aos fios dessas cordas nunca um lado ficasse mais preso do que o outro a ponto de que o nó de tão cego não conseguisse se desatar.
É, você não soube mesmo me amar.
bebellaurino.
O mar, e tudo mais de negro que você possa imaginar
O mar era negro. E as ondulações, eram nervosas e brandas. Tudo
parecia meio pastoso, meio difundido em cada minúscula coisa que você poderia
até mesmo nem perceber, com esses seus olhos humanos de todo dia, que olham
para tudo sem enxergar de verdade. Você, se olhasse assim, não perceberia a
areia genuinamente pesada que se aglomerava no fundo do alto mar, nem mesmo
pensaria nela, ela que nem era tão coberta, por que antes mesmo de chegar ao
mar existia a praia, onde na beirada uma espuma cinza de milhares e bilhares de
bolhinhas pequeninas e brilhantes explodiam no calor do sol, e enquanto
borbulhavam, o sal tilintando no calor causticante e no fervor do dia, essas
pequeninas bolinhas estalavam crepitadamente, e no estalar nervoso eram, muitas
vezes, esmagadas por pés brancos, negros, magros ou pequenos que corriam em
direção do mar. As gaivotas em seus vôos rasantes ficavam encantadas com as
espumas cinzas e as bolhas crepitantes, e no final do dia sempre admiravam de
perto. Você também não perceberia, naquele negrume de coisas difundidas, que só
eram vistas pela luz do dia, o céu por exemplo, azul brilhante, nuvens brancas,
você diria, “o que há de mais?”, mas havia mais, muito mais. Como as pipas
coloridas que as crianças sapecas com seus pais que ainda não cresciam soltavam
no ar, refulgiam no vento, rasgavam no céu e pareciam, em certo momento como se
coladas no papel azul perfeito.
Ela nem notava
essas coisas. Assim como você. Não tomava nota nem mesmo das conchas com suas
listras de muitas cores que ficava á beira mar. Muito menos nas pipas, no sol,
no céu. Ela se importava com quão negra estava a água, e ia em direção á ela,
quanto mais negra mais seu estomago pulava de pavor. Não queria que fosse
daquela maneira, lembrava-se sempre que um dia a água havia sido verde, clara,
branca-mar, quente e refrescante no seu sal, na sua areia. E agora, negra. Como
uma pedra difundida, banhava-se em constante movimento. Ela não queria entrar lá,
afundar sobre aquele sol e mar. Mas ia, sabia que seria assim e quando começou
a colocar os pés genuinamente brancos dentro da primeira ondinha de água, soube
que seria quase tão difícil sair depois. Não sabia por quanto tempo, sabia
apenas que era necessário entrar, e depois, que tivesse entendido tudo
corretamente, poderia sair.
Annabel Laurino.
.
“Caso tudo isso seja um trabalho
inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir
dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça
sentir aquilo novamente.”
(Tati Bernardi)
.
“Eles se amam, todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar
juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha
idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais
daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não
dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer
atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele
pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for
maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um
pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o
outro faz. Nunca
mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil
porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai
ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que
fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo
primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontram e que nada,
nada seja por acaso.”
Tati Bernardi
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