5,843 dias, são no total 16 anos de vida. Da minha vida. E
nesses anos inteiros eu vivi, constantemente, vivamente, profundamente no total
de 504,851,820 segundos, 8,414,197 minutos, 140,126 horas, 834 semanas e 191 meses.
Um pouco digamos
assim, doido de contar.
Mas relativamente, vivi como sempre poderia ter desejado
viver esses meus completos anos de vida.
É tão inebriante e maravilhosamente poder olhar para trás e
poder ver o quanto tudo, valeu a pena. E quando me refiro ao tudo, digo as
pessoas pelas quais depositei confianças, as amizades que fiz, os namoros em
que comecei, as amigas de infância que sempre estiveram ao meu lado, ás horas
gastando jogada em um sofá devorando livros, as tardes de pijama descabelada
escrevendo alucinantemente meus contos e livros, os momentos insanos de
rebeldia, as loucuras sensacionais das descobertas, os abraços chorosos com a
família, o carinho, o amor, aquela sensação de lar. O meu lar.
O mundo tornou-se aos poucos uma selva irreconhecível, mas
estranhamente familiar para mim, tornou-se o lugar onde por algum motivo eu
tive que aprender a ficar, a conviver, sobreviver.
Nesse tempo inteiro
errei diversas e inúmeras vezes, e me redimi aos meus erros. Busquei em alguns
- por que não todos, confesso - uma maneira de aprender. E aprendi. Ainda
aprendo. Aprendo não com o tempo, nem com os incontáveis anos, meses, semanas,
horas e segundos que se passam. Mas, com as pessoas que como uma linda benção
entram na minha vida, e sempre por algum motivo. Alguma forma de aprendizagem.
Dificilmente eu
deixei de aprender com alguém que se tornou meu amigo, conhecido ou até mesmo
aquela mulher da loja de sapatos em uma conversa rápida de cinco minutos, até
mesmo ela fora capaz de me cativar.
Em um segundo qualquer, disperso e rápido como o reflexo da
luz eu pude ver o sol todos os dias, as estrelas, as nuvens, a noite. O
inverno, outono, primavera e verão. Pude ser cortejada pelo ar, pelo mar, pela
brisa macia, pelo sol, pela terra. Pelos céus. Por Deus. Cujo nesse tempo me
guiou por inúmeros sentimentos, momentos e diversas coisas pelas quais aprendi
a lidar. Fora ele, o pai, o real e verdadeiro a quem sempre confiei, e que
sempre há de me amar. E me ama, pois vivo, e vivo em seu nome. Seu amor.
Se por tanto tempo
caminhei, por tanto tempo conheci e desconheci de histórias, amizades, brigas e
inimizades. Conheci algo do mais próximo da magia, daquilo que é o mais próximo
e ao mesmo tempo distante de nós. Algo especial. Surreal. Inebriante. O amor.
Amei em todos os
segundos de vida pelos quais respirei. Amo meus pais como nunca seria capaz de
amar qualquer outra pessoa no mundo. São eles minha rocha. Meu sustento, a base
de meu pedestal. Os meus dois pilares de força, amor, carinho e confiança. E
com eles trilhei passagens que me ensinaram em como levar a vida. Meus pais,
pessoas tão diferentes cuja quais aprendi um pouco de cada um, e trago comigo.
E estes ensinaram-me
certa vez, sem palavras, sem sussurros, apenas no simples gesto, que o amor
supera tudo, o amor não tem limites, não possui tempo, não possui causa, nem
motivos, é tão fácil como respirar, mas tão forte que dói o fundo de nossa
alma, nos alegra como uma canção cantada dos céus como também nos mata com um
arrebate de nós mesmos, não mata no sangue, mas destrói gradativamente os
pedaços da essência. É como um lindo fruto proibido, nem tão proibido assim,
basta a primeira mordida e tudo acontece de então. Não há saída, esquecimentos
ou vazios de lembrança. É como ser marcado, como encontrar a outra parte de si.
Ninguém nos conta, não se há duvidas, nem controvérsias; simplesmente, por
algum motivo mágico, você sabe que está amando. E eu amo. E pude como um
maravilhoso presente dos céus entender o amor.
Por experiência
talvez, ou pelos meus próprios pais. Mas o melhor de tudo vem além do ato de
amar. É quando você descobre que mesmo que você morra, mesmo que tudo
desfaleça, desmereça, e que tudo acabe então, o amor, aquele que é toda a parte
de si, este nunca acaba, pois ele é a razão pela qual lhe faz olhar para si
mesmo e se sentir viva, mesmo em dor.
Gosto bem, de poder
fazer um pequeno - mas, carinhoso e de coração- agradecimento aqueles que em
dezesseis anos de minha vida, estiveram comigo. Pai, mãe, eu amo vocês. Muito
mais do que vocês possam imaginar. Muito mais do que eu própria possa imaginar.
Vocês são meus pilares, minha terra, e meu ar. A vocês, eu devo o que sou. Nunca
se esqueçam mesmo que o céu esteja azul escuro, sem estrelas, não quer dizer
que elas não estejam lá, apenas não podemos ver por que nossos olhos humanos não
alcançam, mas o coração, este vê muito mais do que aquilo que imaginamos.
E claro, é um bando
de amigos sem fim. Amigas, claro, e essas nem sei dizer como eu amo. A primeira
lembro bem á onze anos atrás quando lhe conheci, tão fofa, tão meiga, e hoje
mesmo que não tão fluente, ainda faz parte de mim. Obrigada por me ensinar que
nem tudo é perfeito e que amigas de verdade existem sim! Rita eu também amo você!
E claro a segunda, a
baixinha que faz meu coração parar, a mulata de cabelos longos que adooora me
fascina... HAHA. Onze anos também, e ainda me lembro daquelas trancinhas! Minha
Amanda, fostes tu que me fizestes ver o grande tamanho de meus erros, sem nem
mesmo pronunciar palavras. E és tu um exemplo, de filha, amiga e irmã. Pra sempre
eu te amo!
GENTE! Não da pra
dizer obrigado a todos! Mas, mesmo assim valeu por que em geral ninguém é menos
ou mais especial. São todos os poderosos conquistadores da minha vida e que eu
levo comigo pra sempre. E, claro, eu amo muiiito vocês!
Beijos da Bel e los vivos dieciséis años y mucho más por venir!
Annabel Laurino.