São
tempos difíceis para os ansiosos.
O tempo se esvai na companhia
do lamurio arrastado dos dias;
Os relógios derretidos de Dalí.
Corra, corra
O que acha que poderá encontrar?
Seria mais tempo?
Um futuro, talvez?
São épocas difíceis para os sonhadores.
Lânguidos véus condensados de várias cores
lambem a tez de nossas cabeças confusas.
Ventos secos alcançam os céus de nossas noites,
pairando.
São tempos difíceis.
Imensas máquinas erguem-se,
Soberanas,
diante de nossas carnes.
O próprio tempo é medido por uma engrenagem
que se enferruja
se deteriora
em riso de escárnio e badaladas de sinos.
Annabel Laurino