sábado, 25 de dezembro de 2010

O Natal...

   Ah essa época do ano. Calor. A noite quente e formosa, o ar úmido e árido de verão. O som festivo, os risos, as expectativas. Tudo que me lembro sobre o natal são as melhores lembranças que posso pensar em ter, e que vou guardar para o resto da vida.  Eu pensei em falar sobre o natal em um sentido literal demais. Sabem, a árvore, os biscoitos, a torta, os presentes, as músicas e os abraços. Mas isso não é o Natal.
Natal não é só uma celebração. Não é uma festa, nem um encontro de familiares. Celebrem todo dia, festejem todo dia, abracem suas famílias todo dia! Por que só no Natal?
  Lembro-me de quando ser criança, de sentar a mesa com meus avós, que ainda vivos faziam-me acreditar no papai Noel, nos presentes e nas dádivas do natal. Eu era apenas uma criança, e tudo que eu entendia sobre ter um natal eram os presentes, a ceia posta a mesa, as pessoas rindo, a felicidade. E sempre que eu via todos sentados a mesa, cortando seus pedaços de frango alegres, ceiando sorridentes e maravilhados, eu sentia a felicidade. Eu via os rostos de meus avós envelhecidos pelo tempo e tudo que eu conseguia pensar era os quantos natais eles já não deveriam ter passado, eu via seus rostos corados, seus sorrisos ternos esboçados alegremente sobre o rosto, o brilho nos olhos na hora de entregar os presentes, os abraços apertados. Era além da felicidade, era algo mais, algo mais puro, mais além de que meus pequeninos olhos infantis poderiam captar.
  Eu guardo uma lembrança passada, tão boa quanto uma mordida em chocolate. Macia, gostosa e suculenta. Meus pais, ceiando a mesa em mais um natal. Mais uma vez os sorrisos alegres, os olhos tilintando de comemoração, a paz jazia bem ao nosso lado, como um sussurro elevado que só os puros de coração poderiam ouvir. Eles esboçavam pureza, comiam a ceia e me beijavam ternamente como pais beijam seus filhos, com amor. Eles beijavam-se, se abraçavam, e sorriam alegremente um para o outro. Nós três, sempre fora assim pra mim, com amor.
  Então eu ainda não entendia, era criança pequena. Natal, presentes, comida. O que mais poderia ser? Mas os tempos simples passam como fagulhas rápidas em um céu borrifado de luz, é tão rápido.
  Comecei a refletir naquela sensação boa de natal, na união, nos abraços, nos beijos, nos sorrisos, no ato de dar um presente, no ato de ceiar á mesa, de sorrir, de dizer boas graças e de agradecer por tudo de bom na vida.
  Foi como pegar uma trufa, recheada de cerejas e mel coberta por camadas de ouro e prata, glacês do mais puro açúcar, das melhores confeitarias, morder e degustar, até captar a doçura, a sobrepairar, o resultado. O ato do amor. Como uma injeção de fatos.
Ali esta o amor, aqui está o amor. O Natal não é uma festa sem uma música, uma música soada por corações. Pegue a mão de seu irmão mais próximo. Ele não é lindo? Não brilha como você brilha? Não possui um coração?
  Divida sua trufa de doces celestiais, reparta o perdão, o amor, a paz e alegria com seu irmão.
  Renovação, é perdoar e saber ser perdoado. Renascer, respirar o ar e continuar sempre em frente. Amar a Deus, ao próximo.
  Dê de presente não só algo material, mas o seu melhor sorriso, seu melhor abraço, sua melhor face de alegria, dê sua mão, suas forças. Retribua em paz, em canções. Deixe o amor pairar no ar como quando uma ave voa e rodopia alegre num infinito sem fim. O ápice das coisas, o resolver, permanecer de tudo.
O amor.
Viva a paz, vivas a renovação, vivas a ressurreição!




Annabel Laurino.

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