sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O caminho da vontade sempre sentida


    As vezes me falta fôlego e depois passa. As vezes me falta ar, me falta comida, me falta sede. E isso nunca passa. To sempre arranhando as paredes. O muito pra mim é pouco e pouco pra mim nunca basta. To sempre afim de sentir. Sentir dor, sentir amor. Tanto faz. To sempre afim de sentir qualquer coisa nova, surpresa, vazio e que depois passa. Só não quero ficar presa nessa coisa, nesse ciclo, nessa vida, nesse rio. Não quero nadar sem encontrar nada. Quero sempre ter a certeza que estou mesmo assim em qualquer caminho, seja perdida, seja achada, ou seja achando alguém também, quero saber se to fazendo algo, e se não tiver, invento algo, não sei.
    Só não suporto que entrem na minha vida e que não me façam sentir. Tem que ter alguma coisa, tem que ser alguma coisa, não pode ficar nesse vazio, nessa coisa cabisbaixa de deixar a monotonia te engolir, tem que ter sede, fome, paixão, tem que ter mordidas na pele, suor, vontade. Tem que ter vontade pra sentir.
E isso meu bem, não me falta.

Annabel Laurino.

Nenhum comentário: