sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Não me deixe só


    Já disse há muita gente que preciso ficar só. E talvez, as vezes, eu precise mesmo. Mas é uma coisa contraditória minha. Talvez, as vezes, não seja muito bom me deixar só. Eu não me conheço muito bem, não sei até onde grita o aperto da solidão e não sei o que se passa na minha cabeça. Horas eu to deitada na cama, to lendo inocentemente e de repente um sopro de inspiração e já voei, já fui, já voltei. E de repente as coisas na minha cabeça já se deslocaram, fluírem, esvaziaram.
    Nunca sei se to querendo muito ou se to desejando muito. É uma cosia louca. Mas to dizendo e estou sempre avisando, se você me ama, não me deixe só. Me deixe umas horas apenas, e nem muitas horas também, mas não venha com dias, semanas e tal. Não é legal. To sempre mudando, eu mudo como mudo de roupa, mudo a cor das minhas unhas e as mechas do meu cabelo. Eu nunca sei se estou pronta, se estou satisfeita, se estou saciada. Eu estou sempre precisando e precisando. E me deixar sozinha me deixa á pensar que estou precisando de alguém, e não ter ninguém por muito tempo me deixa a deriva de aceitar essa condição de não precisar de ninguém. Ai eu acredito nisso, e depois pode ser fatal. Eu começo a acreditar que não preciso mais de você.

Annabel Laurino.

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