Estou em uma letargia constante.
Vislumbrei meu corpo no espelho.
Não me dei o trabalho de anotar detalhes.
Quanto tempo faz que eu não percebo mais as coisas?
Quanto tempo faz que eu não percebo mais a mim?
As horas vem passando.
Estou caindo cada vez mais.
E estou sempre tentando me segurar pelas bordas, arranhando
as paredes.
Sempre tento não cair.
Mas sempre caio.
Um tombo de cada vez, a dor sempre parece pior.
Desliguei meu telefone, e retirei o fio da internet.
Fiquei sentada bebendo café e escrevendo coisas sem sentido.
Todo mundo pode julgar idiota.
“Do que ela esta falando agora? Será que ela é louca?”.
Talvez eu seja, sei lá. Desde quando eu devo satisfação á
alguém?
Hoje a tarde andei sozinha, e tua presença me fez falta.
Não uma falta corrosiva como me era antes.
Só queria tê-lo por perto, como um amigo e rir de você,
bagunçar seu cabelo e poder brigar sobre o quanto você fala de mais.
Coisas assim vem me fazendo falta.
Comecei a passar mais tempo comigo mesma e percebi que você
tinha razão em tudo que dizia a nosso respeito.
Comecei a passar mais tempo comigo mesma e percebi que eu
estava errada.
Deixei-me de lado procurando cuidar de você.
E Agora?
Bem, agora eu meio que estou aqui.
Não to levantando da cadeira por que meu corpo não responde mais aos meus comandos.
Mas espero levantar. Caminhar até a cama e me deitar, ficar
um bom e longo tempo não pensando em nada e depois dormir.
E não esperar mais nada, de qualquer coisa que seja.
Annabel Laurino.
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