quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

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Volta e meia teu rosto aparece por aqui. O inverno parece próximo, posso lembrar de nós dois novamente, das tardes frias, das mantas, das luvas, dos beijos, de tudo que fomos, desenrolamos e que depois descobrimos ser. Volta e meia te vejo por aqui, roubando meu telefone, me arrancando sorrisos, me tirando do sério. Volta e meia me vejo te dando sermões, tentando mudar tua vida, tentando ficar mais perto de você, pra ver se assim eu te descubria. Volta e meia lembro dos teus abraços, lembro de me sentir completa, de sentir que o mundo tornava-se um borrão infinito não mais existencial, lembro-me da sede em meio ao vício, lembro-me do calor do teu corpo, da sensação cravada no meu corpo, da amizade que crescia cada vez mais. Volta e meia. É lembro de tudo, e assim que lembro jogo tudo fora. Como se pegasse uma vassoura, uma pá, e cuidadosamente juntasse todos os cacos quebrados daquilo que um dia já foi, jogo no canto da sala, saio, fecho a porta. E finjo que esqueci. Volta e meia, lembro. E nessa meia volta eu esqueço de que me lembrei. Constantemente me recordo de que não me esqueço mais. 

bebellaurino.

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