terça-feira, 8 de março de 2011

Doce, doce inverno...


    Estou louca pelo inverno.... Sim. Quero beijar o inverno, quero colar ele em mim. Fazem tantos dias que não fico tão louca por algo quanto pelo inverno.
    Ah sim, inverno como eu quero, o inverno.
    Oh sim, tragam-me o inverno, rápido.
    Vamos começar pelo outono, aquele ventinho fino, roçando na perna ainda despida, as folhas nas copas das arvores, começando a amarelar, começando a cair, as coisas começam a trocar e tudo, tudo fica simplesmente tão real.
    Os corpos se escondem, os rostos ficam tão vermelhos de frios, tão brancos tão vivos.
    O café decorre pela garganta tão quente tão amargo, tão gosto de café.
    A mão que segura firme a sua mão é a mesma que ontem, segurou suas pernas por baixo das cobertas
    O corpo que você segura contra o seu é o mesmo corpo que tapa o seu quando se deleitam por baixo do sol das nove.
    Ah sim, tragam-me o inverno.
    Tragam-me os casacos pesados, as bocas ressecadas, as luvas, os gorros, o café fumegante, as folhas, o frio, as noites estudando por baixo das cobertas com um lanterna na mão, as tardes escutando musicas antigas em um sebo no meio da cidade, olhando os livros velhos e sentindo o cheiro de folhas bolorentas e amareladas já muito antigas. O cheiro fica... Sim, mais vivo no inverno.
    Tudo parece mais vivo.
    Ah... Delicia.
    Tragam-me o inverno.
    Por favor.

   Annabel Laurino.

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