quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quem sou.

Você vive assim, sua vida cercado de pessoas, cercado de um mundo que julga conhecer, em um mundo em que julga saber a mente de cada um em que o cercam, julga saber de tudo e de todos. Mas será que sabe? Sabe quem és?
Talvez eu saiba quem sou, ou pelo menos uma parte do que sou.
Nunca sai daqui, e nunca fui pra muito longe, nunca vi mais que isso tudo que vejo. Mas julgo eu ser o suficiente para me fazer quem sou.
Sei quem sou e não me questiono disso.
Você pode desejar me perguntar quantas vezes, todas elas você irá obter a mesma resposta, sem tirar e nem colocar uma vírgula sequer.
Sei quem sou, por que sei em que acredito, sei o que amo e o que odeio, na verdade não odeio nada apenas tenho pouca afeição àquilo que meus olhos julgam ser insuficientes para se importar, se é que me entendem.
Julgo-me ser um pouco de tudo que vejo.
Posso ser o sol que nasce resplandecendo ao cube dos montes mais altos, e que irradia dentre as nuvens em dias nublados, o sol que queima tua pele, que arde em calor, o sol de inverno e de verão, o sol que ilumina.
Posso ser o mar, a imensidão a fio, em uma linha de um continente, aquele que de uma coisa é se ver por cima mas outra é se ver á baixo, a baixo de sua vastidão, procurar e resguardar tudo aquilo que o tem, seus mistérios mais formosos e obscuros. Posso ser a chuva que junto traz relâmpagos e trovões, posso ser uma noite serena estampada do mais lindo céu das mais belas estrelas. Posso ser a noite fria que te inquieta, e que te faz precisar cada vez mais de um calor para que te sustente. Posso ser o verão, o dia ardente, o luz cálida que te soa a pele, posso ser uma ave lá longe que voa na vastidão de um céu azul na incerteza de um rumo a tomar, posso ser o crepúsculo de uma noite que cai assim minuciosamente por sobre tudo. Posso ser assim como me vês, como me contempla ou como simplesmente passa o relance de seus olhos. Posso ser o que você achar que sou, posso ser um tudo ou um nada, posso ser qualquer coisa que julgas que sou. Mas pouco me importa o que pensas que sou, a sua opinião formada por sobre mim nada mais é do que meras conclusões mal formadas e tiradas de tal, nada do que você diz ser o que sou, sou eu, pois o que sou é muito mais do que pensas, sou eu assim, nada menos que do que conclui.
Na verdade ás vezes nem eu mesma me conheço, meus pensamentos tão insanos e tão incertos me assustam, não sei na verdade por que me assustam, mas talvez minha mente ainda resguarde de mim idéias que na verdade me fascinam, pensamentos loucos que me fazem delirar, sonhos mirabolantes que se é difícil de deslembrar.
Meu coração julga-se ser frágil, medroso de que em qualquer ápice de queda quebre-se em pedaços e não volte mais a viver, coitado, mal sabe ele que sustenta a maior dor e o maior pranto, posso eu já ter chorado tanto que até tenha o feito doer, mais sabe bem que ama, sabe bem que vive e que não morre, não ainda, não até que eu respire, até que não chegue a hora.
A hora! Oh mais como não temo essa hora, devo disser que a morte não me assusta nem um pouco, não tenho medo do que se guarda, e nem tenho medo de pronunciar a morte. Tantas pessoas que á minha volta vivem aterrorizam-se por pensar ou imaginar quando ou como iram morrer, para mim a morte nada mais é do que uma plena aventura ainda resguardada de nós em que aqui vivemos.
E viver, a se vivo, vivo como nunca, vivo mais por que amo viver, amo respirar o ar, amo abrir a janela em um amanhecer e vislumbrar o céu, os pássaros, o sol, e o doce cheiro de amanhecer o cheiro gélido e suave de terra.
Amo! Amo tudo que me rodeia, sem tirar nem colocar, amo mais que tudo a mim mesma, a se amo, amo meus defeitos, amo minhas qualidades embora não notá-las. Mas amo meus defeitos, pois fazem de mim nada mais do que sou.
Sou tudo aquilo que vejo, que amo, que sinto, que respiro, que sonho, que penso, que temo, que luto, tudo aquilo que um dia eu desejei ser.
Sou assim, muito mais do que seus olhos podem ver, e muito mais do que eu mesma possa entender. E muito mais que meras palavras possam traduzir.

2 comentários:

Unknown disse...
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Leite disse...
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