O tempo vai passando e você vai vendo a mudança na conotação das cores a sua volta, você não só observa as pessoas a sua volta, que mudam invariadamente, mas você percebe como a paisagem muda, ou são seus olhos que mudam, indefinidamente, você começa a ver tudo diferente.
Parece que finalmente de alguma forma eu sou enfim a dona do meu próprio caminho. Sou eu que escolho para onde e por onde eu prefiro ir. Quem eu escolherei para andar ao meu lado e quais sentimentos eu quero guardar aqui dentro dessa fortaleza dentro de mim mesma, tão bagunçada e seletiva ao mesmo tempo.
Vou te dizer que não sei nada da vida além do que eu leio nos livros. Os livros me dizem que a vida é difícil. Mas imensamente bonita se bem vivida. E eu estou vivendo, sabe? Com uma fome enorme de provar todas as coisas ao mesmo tempo, uma urgência em aprender todas as lições e conhecer todos os lugares, de entender todas as parábolas e decifrar todos os códigos, principalmente aqueles que as pessoas dizem diariamente.
Eu ainda não aprendi a lidar com sentimentos, com emoções. Mas se eu aprendesse perderia a graça da surpresa de um coração vivo e gritante. Eu prefiro assim, constantemente assustada e deliciada com os caminhos que a vida me leva e continuará levando a seguir, quem sabe para cada vez mais acima do que os meus próprios sonhos poderiam sonhar um dia.
Annabel Laurino
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