sexta-feira, 11 de maio de 2012

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    "Será que eu te conto? Depois disso e até hoje, no final de todo beijo tem a saudade do seu. No final de todo abraço tem a saudade do seu. No final de toda conversa tem a saudade da sua voz, sempre entre o genial e o tradicional, o menino artista e burocrático. O menino louco e ponderado. Você não tem ideia, você não imagina, essas noites sozinha aqui, com Jens Lekman, Feist e Magnetic Fields. Nem temos uma música, todas emprestamos das suas outras relações. Nem temos uma história, todas eu imaginei, todas a gente só pensou. Nem tenho você, mas você não imagina. A falta que faz o que você podia ser. É isso. A falta que faz o que a gente podia ter sido.[...] 
    Cansei do meu orgulho cheio de ocos e ecos e secos. Então eu queria dizer como era enorme isso tudo dentro de mim. E como ainda é. [...] Eu não consegui gostar de você de tanto que eu gostava e isso não merece chances ou palmas. Cansei de só sentir se for maior do que eu justamente pra dar a desculpa que, por ser maior do que eu, não posso sentir. É o jogo macabro que faço comigo pra nunca sair do mesmo lugar mas me dizer romântica. Eu não sou romântica, eu sou burra. Medrosa. Só isso.
    As coisas que eu amo são como uma borboleta que eu acho tão linda, tão linda, tão linda que quero engolir as asas e apertar contra o peito e lamber as cores e pegar carona com meu peso e tudo acaba sem ar, sem voo, sem cor, sem ser borboleta."




Tati Bernardi 

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