sábado, 22 de outubro de 2011

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    Não sei por que estou chorando. De repente bateu uma tristeza tão grande. Como uma coberta quente e pesada, jogou-se sobre mim. Não pude negar, na verdade nem tive tempo. Só comecei a chorar, e chorei e chorei. Por tudo talvez, por saber que não volta mais, por saber que tudo mudou. Que de alguma forma eu mudei, e não sei se gosto de como estou agora, de como as coisas estão. Agora que vejo o quebra-cabeça montado a minha frente, concluo que não me agrado do que eu vejo. Não gosto nem mesmo do que vejo quando me olho no espelho. Da proporção do brilho desses olhos de ressaca, olhos amargos, não gosto de como olham pra mim. Choro, por que sinto sua falta, e sinto falta de um carinho, um colo que ninguém da, um abraço que ninguém dispõe a estender seus braços e me envolver. Choro por que penso que preciso ser amada, mesmo quando eu menos mereça, por que é assim que deve ser, ser amada quando eu for uma idiota, uma burra, por que eu sou humana, eu erro também. Foi assim que sempre te amei, aceitando seus erros. E por que não agora comigo também? Seria isso uma resposta? Você não me ama? Choro. Engulo a verdade e choro ainda mais. Ta sendo um dia difícil, um dia que podia ter sido bom, fácil, calmo, assim podia ter sido, mas se tornou terrível, está quase que sendo... Péssimo, algo assim.

Annabel Laurino.

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