quinta-feira, 27 de outubro de 2011

2 da manhã

    Nossa, são duas e meia da manhã e eu ainda estou aqui, sentada na cadeira do quarto, digitando freneticamente nos teclados desse computador lento e ultrapassado. Escuto música e penso, Beatles não é maravilhoso?
    Pode até ser, mas que seja, estou tentando fugir nesse exato momento. Talvez de mim, desse coração traidor, dessa vontade insana de deletar algumas coisas, pessoas... Vontade de não viver mais aqui, de viajar. Sabe como é, colocar as roupas e os livros em uma mala qualquer, escrever um breve e rápido recado e depois “Mundo ai vou eu”. No melhor estilo Thelma e Louise. O que que tem? Não ria. Eu sou assim. Não é uma mascara não, eu sou assim mesmo. Sou muito doida, muito viciada... Mas não quero falar de mim.
    Sabe que eu canso de mim? É canso mesmo. As vezes fico com uma puta de uma vontade de me pegar, dobrar em milhares de vezes muito bem dobradas, passada, colocada em uma sacola e dizer pra alguém ai, “toma, pega e some, leva, não quero mais.”. Porque nem eu me aturo, é complicado, sou complicada, mas quem não é?
    Hoje o dia foi muito bom, as coisas parecem fáceis, nada sinto. De um lado da vida tudo parece pronto, fácil, é só caminhar e pegar, “seja feliz criança e se divirta”! Porém de outro é como, “cuidado, com calma... Com calma...Olha ai o buraco!”. Se estou fazendo certo, se estou sabendo como agir, não sei, não tem como saber.
     Continuo vendo sempre as mesmas coisas, só mudou o modo de se ver. Como tem que mudar, aliás. To começando umas coisas novas, meio ao estilo Hepburn, não desista, veja, seja forte, e inove! A vida te surpreende e de repente, quem diria, ein?
    Algumas coisas você gosta por que aprende a gostar, como... Ir para a escola, convenhamos, quem gosta? Mas daí você conhece amigos, conhece coisas legais, unindo o útil ao agradável e pronto baby, não se estressa.
   Mas, nem tudo é assim. Ou talvez seja. Preciso refletir sobre isso e vou tentar descobrir, vou começar a desligar o telefone e me afogar em mágoas em outros corpos, outros beijos e ver como fica essa vida doida, que de loucura eu já to até os tubos. Mas é assim mesmo, passei por aqui pra dizer que não ta fácil, mas não to afim de melancolia, chega de melancolia, chega de chorar, chega de sofrer, chega, chega! Nem que eu passe um batom bem vermelho, uma meia calça bem apertada em cima de um salto doze e entre em um táxi as três da matina com as amigas mais piradas que eu encontrar, eu esqueço essa dor, ah sim, eu esqueço.
     Mas que dor mesmo?  
      Porra. Eu não tava falando da droga do dia?
 
Annabel Laurino.



Escrevendo, eu falo pra caralho, não é? (C.F.A)

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