domingo, 18 de setembro de 2011

dói.


Não sei mais, só sinto que dói.
Meu peito, meus braços, minhas pernas, tudo bem.
Ta tudo em perfeito estado físico.
Mas por dentro.
Lá dentro.
Um terremoto toma conta de mim. Picos de gelos explodem no ar, milhares de arvores são arrancadas do lugar, chuvas e temporais arrastam tudo, mares e ondas gigantescas engolem o escuro obscuro breu de duvida.
Eu não sei se parto ou se fico.
Se te abandono e te deixo em paz.
E quão paz seria essa?
Seria bom não me ter mais aqui?
Seriamos felizes?
Você sorriria? Você gostaria?
Por que eu não.
Se sinto dor é por que te amo, e te amo tanto que já não sei dizer. Droga, eu quero que você arrume as coisas, droga, eu quero que você fiquei com a gente.
Eu to precisando parar de escrever por que nada mais me vem, eu já nem sei mais o que escrevo, tudo que escrevo é um borrão sem nexo, sem sentido.
Eu to com dor, e tudo dói.
Tudo é doloroso de mais.
Sou como uma criança esperneando na cadeira, virando o rosto, implorando para que a mãe me deixe sair e que não me force a comer mais nenhuma colherada dessa comida amarga e enjoada.
Por favor, suplico, por favor chega. Mas a vida me aglutina e me entope de suas colheradas amargas.
To querendo chorar e to chorando mesmo.
Amor eu digo, amor por favor, fica. Fica aqui. Não vai.
Mas dói dizer qualquer coisa a mais agora, por que eu já disse tudo. Já disse de mais.

Annabel Laurino.


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