segunda-feira, 30 de junho de 2014

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Confusion in her eyes that says it all.
She's lost control.
And she's clinging to the nearest passer by,
She's lost control.
And she gave away the secrets of her past,
And said I've lost control again,
And a voice that told her when and where to act,
She said I've lost control again.


She's Lost Control - Joy Division 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Luz Negra




Sempre só
eu vivo procurando alguém
que sofra como eu também
mas não consigo achar ninguém




Cazuza

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O Quarto

    Ao contrário desse documento branco por onde começo essas frases que te escrevo, inóspito e sem nada, aquele quarto era escuro. Da mesma forma que agora, onde esse texto toma forma, textura e cor, o quarto no escuro se acendeu pela luz comprida que entrava pelas frestas da janela. E lá estava ele e lá estava ela. Ela e ele. Poderia repetir isso mil vezes e o gosto seria como coisa doce na boca, aglutinando todo um conjunto de coisas que estão por trás, nas entrelinhas desse simples e tão grande “ele e ela”, onde a língua encontra o céu da boca duas vezes num mergulho perfeito e depois volta. É gostoso.
    Seus abençoados corpos nus beijaram-se na languidez daquela tarde de chuva. Seus corpos nus se encontraram como duas perfeitas formas estrelares que se abençoam num véu escuro e denso no universo galáctico.
    A boca dele encontrou o corpo dela. A mão dela encontrou a nudez dele. O cabelo dela se abria sobre os travesseiros como um leque loiro e ruivo, que confuso. As mãos dele eram ágeis, carinhosas, precisas. Ela não sabia se ele havia entendido, se ele enfim conseguia ver seus grandes olhos brilharem no escuro ou não, se ainda era uma incógnita. Ele arfava denso e respirava profundo. Ela não queria que ele parasse, que a mão dele se afastasse das suas pernas, que a sua barba parasse de roçar no seu ventre.
     Era uma dança bonita de duas mentes fundidas em um e dois corpos vagueando juntos sobre o colchão, sobre a colcha, sobre a pele tremida e arrepiada, sobre os pelos e os gostos, sobre os lugares antes escondidos pelas roupas agora empilhadas no chão, em desordem. Dançavam.
    Máscaras na parede, livros e mais livros por toda a estante, uma máquina de escrever e um violoncelo na parede, tudo encoberto pelo escuro do quarto.  Lugar familiar aquele, longe da cidade, longe do comício, das buzinas dos carros, dos motores dos ônibus, dos passos apressados das pessoas correndo para lugar algum. Familiar porque era um pedaço de um refugio quente e pertencente aquele corpo deitado sobre o seu, refugio parecido com o dela.
     Era como se nada mais existisse, só a respiração dele e o coraçãozinho dela, batendo e batendo naquele peito de seios desnudos e brancos. A chuva poderia ter cessado, ou não. Algum cachorro latido, o telefone tocado, a televisão ligada, o jogo passando, alguém chamado, o mundo se virado em cacos repartidos e eles não teriam percebido. As horas passando. Ela perdida na branca pele dele, nos braços dele, no calor e nos olhos profundamente escuros como um pedaço de galáxia. Nada mais estava escondido, não era como as caixas de cigarros atrás dos livros nas prateleiras, ou as palavras não ditas. Era real, palpável, firme, latente. Era aquilo e era para ser. Sabiam os dois.
     A boca dele procurava a dela e em seguida vinha aquela mordida, forte e forte. Depois virava carinho, o tesão virou um afago, tudo bem. Alinharam-se nas cobertas, sólidos e maciços, reais e instigados. Ela pensava no que recém havia lhe acontecido. Pensava na loucura diária, na aventura, na adrenalina, no desassossego do seu coração batendo forte e de repente tão calmo, tão calmo que flutuava. Deitou de bruços e respirou o ar daquele quarto fechado, respirou o cheiro da pele daquele corpo ao lado do seu, cheiro bom. Respirou os golfos de ar que a vida estava lhe dando, expirou profundo e lentamente enquanto a vida bebia de suas carnes quentes, e gostou. Sentia-se viva.

      


   Annabel Laurino


sábado, 21 de junho de 2014

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   “ - [...]O certo é que não persistirei como sou – devo então renunciar em consideração a quê? Pertencer a um homem a quem não amo simplesmente porque um dia o amei? Não, eu a tanto me recuso; amo a quem me agrada, e faço felizes todos os que me amam. Feio isso? Não. É pelo menos muito mais belo do que se eu me regozijasse dos tormentos provocados pelos meus encantos e virtuosamente me desviasse do pobre que se consome por mim. Sou jovem, rica e bela, vivo serenamente para o desfrute e para o gozo.” 




A Vênus das Peles - Sacher Masoch 



terça-feira, 17 de junho de 2014

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  "Onde é que ela aprendera aquela depravação quase imaterial de ser profunda e dissimulada?" 




        Gustave Flaubert in Madame Bovary - pag 267

sábado, 14 de junho de 2014

O Poema

    Decidiu naquele dia fatídico, cinza, preto e branco, de nuvens pesadas e frio arranhando sua pele, que pintaria suas unhas e os lábios de vermelho carmim. Em frente ao espelho de seu quarto, inclinou-se como a menina que ainda era no seu corpo de uma mulher que ainda não reconhecia até que ponto, onde e em que parte da história havia crescido. Perpassou o batom em seus lábios secos e sem cor, até tomar forma e delineio da cor vermelha carmim. Fez o mesmo com suas unhas, satisfeita, esperou que secassem enquanto tomava seu chá deixando com que a marca de seu batom se instalasse na borda cristalina e branca de sua xícara de boneca.
    Ainda tinha sonhos ruins a noite. Morar sozinha ainda era estranho e a falta que lhe faziam seus pais doía crivelmente em seu peito como uma dor não suficientemente sofrida. Olhava os cartazes de viagens, estava sempre por dentro das promoções e pacotes de cruzeiros, mas queria mesmo era viajar por mais de um mês ou dois para um lugar onde não se sentisse oprimida pelo prazo de retorno, pensava em algo como Itália, em algum vilarejo ou Irlanda, nos recônditos de Dublin, pensava em algo como a França, Paris e a Notre Dame. Queria sair de onde estava, precisava ver algo que enchesse seus olhos para além do que estava acostumada a ver todos os dias.
    Tomava dois remédios coloridos para dormir, nas suas mentiras a si mesma brincava que eram apenas doces, doces coloridos que a fariam descansar por algumas horas até o próximo dia chegar, o que era sempre extenuante, quando o outro dia chegava. Ouvia musicas, estudava seus exercícios de alemão, lia poesias, já sabia tudo sobre Caetano e queria entender como era viver em 1820, sentia-se uma refugiada solitária em seu mundo insólito no meio de uma terra de ninguém.
    Um dia desses, antes do dia fatídico chegar, estava caminhando nas ruas da cidade e avistou um homem do outro lado da rua. Agora enquanto repensava os fatos não saberia dizer porque aquele homem em especifico havia chamado sua atenção. Concluía agora que não era um homem qualquer, era alguém que carregava livros em seus braços. Ele estava parado em frente a livraria e olhava atentamente através de uma longa vitrine, para os livros em exposição. Olhou-o olhar os livros, olhou-o atentamente e discretamente com o máximo de cuidado que ambos requeriam fazer. Era alto e claro, tinha uma luz bonita que emanava de si, parecia gentil e tranquilo, seus ombros não carregavam pressa, suas faces eram bonitas, iluminadas. Seus olhos ela não podia ver, pois estavam perdidos nas capas duras e nas lombadas douradas, o imaginava castanhos clarinhos, como seus cabelos lisos e curtos.
    Não chamou-o, não fez menção de se aproximar, de falar sobre livros, não quis interromper a cena. Achou tudo tão bonito, aquele sol de final de sábado batendo sobre seu cabelo e seu suéter vermelho, não queria ser ninguém para ele e nem que ele a visse naquele momento. Ela só queria observar.
    Ele foi embora, caminhou a passos lentos e subiu a rua. Ela ficou. Ele não a viu e ela não sabia seu nome. Nunca mais se viram.
    Nesse dia fatídico em que começa a história, ela decidiu que iria voltar a encontrá-lo. Como, ela não sabia ainda, mas precisava de alguma motivação em sua vida assim tão águas mornas. Pintou as unhas e os lábios de vermelho porque pensou que assim ficaria mais bonita, e de fato havia ficado. Vestiu-se e saiu. Deixou metade de seu chá esfriando na mesa da sala.
    Não sabia por onde começar a procurá-lo. Não sabia seu nome, seu endereço, nem mesmo a cor de seus olhos ou o som de sua voz. Sabia apenas que sua imagem já havia sido costurada em sua memória, não esqueceria tão facilmente. Se o visse de costas talvez soubesse distingui-lo em meio a multidão, reconheceria as costas magras, as pernas longas, o jeito de caminhar, o cabelo e o alto de sua cabeça confiante. Mas a sorte poderia não estar ao seu favor e por isso sentiu medo, esperava ansiosamente encontra-lo. Desesperadamente acabar com aquele vazio simultâneo que hora ou outra a mastigava por dentro e a corroía. Queria uma nova face sobre o seu mundo, queria ouvi-lo falar 'olá', e não sabia porque mas queria encontra-lo. Talvez ele fosse seu companheiro de poesias perdido por ai, esperando que o encontrasse. Talvez fosse ele que viajaria com ela para outro país, fariam torta de maça juntos e daria errado, ririam um do outro, descabelados e confusos em um sábado de manhã. Talvez, talvez.
    Foi em direção a livraria, a rua estava um caos, ônibus, barulho e vozes e buzinas e loucura cotidiana, pessoas passando, pessoas apressadas passando, trafego e sinaleiras mudando de cor, pessoas passavam em frente umas as outras e não se preocupavam em se olhar. Não havia ninguém em frente a vitrine da livraria, chegou mais perto e se pôs a olhar para ela, através dela. Livros em exposição enfeitavam a vitrine, tão bonita. Olhou um a um e depois esqueceu que os havia visto pois se sentiu tola. Ali parada, vestida em vermelho esperando encontrá-lo em frente ao mesmo lugar. Era muito para tão pouco. Sentiu-se pequenina em frente ao prédio com tantas pessoas em volta.
    Decidiu entrar, o peso e o desanimo eram novos amigos abraçados em seus ombros, sentimento familiar. Caminhou em volta da livraria, olhou as prateleiras e foi para onde estavam os livros de poesia.
    Uma voz atrás de si chamou-a, não pelo nome, mas o tom dizia que era com ela mesma a quem se referia e virou-se. Era ele, ele mesmo, o rapaz da vitrine. Alto e claro, luminoso e gentil. Era ele. Vestia o uniforme da livraria e trazia um sorriso gentil. E seus olhos, castanhos claros, exatamente como havia imaginado. Perguntou "Em que posso lhe ajudar?" e ela não soube responder, talvez poderia ter dito que em tudo ou contado que o livro que ele carregava naquele dia em que o havia visto ela já havia lido também e era ótimo e era lindo e amava aquela parte em que o poeta dizia que tinha em si mesmo todos os sonhos do mundo, mas não queria ser assim tão louca e sorriu, olhou para seus pés, envergonhada e tímida. Poderia ter dito tudo, deveria ter dito. "Ajude-me em tudo.", mas não disse. Não ousaria. Ousaria em suas unhas e seu batom, mas não assim, dessa forma.
     Comprou um livro com ele, do escritor que ela já sabia que ele gostava e durante a compra conversaram sobre o poeta, falaram de seus versos favoritos. Seu nome ela ficou sabendo e ele perguntou o dela também. Disse no final da conversa que já a havia visto no ônibus, dia qualquer, lendo o tal escritor, mas não quis interromper a leitura e nem a calma em que ela estava, disse assim mesmo, "você parecia tão calma e luminosa lendo o livro, não ousaria interromper.". Mal sabia ele. Trocaram os telefones. Voltaram a se ver. Ela usou tantas outras vezes a cor vermelha e de todos os sonhos do mundo, dentro de si, ela ousou fazer-se. Realizou-se. Meses depois, saiu da agência de viagens, passagens compradas e o destino era Paris, na França.



Annabel Laurino 
   

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Moon

"Sem pressa fico por aqui
Fecho os olhos pra me decidir 
Qualquer coisa vai me acontecer
Algo muda perto de você

It might be soon, my heart changes with the moon"






thiago Pethit 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

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"Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária.
A estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma."



Anaïs Nin

terça-feira, 10 de junho de 2014

Entre a fina linha, linha torta

    Ele me tem na ponta da caneta. E me escreve, me delineia, me rascunha, me usa, me abusa. Faz de mim um esboço grosso de todos os traços mais gritantes. Ele me rabisca, desenha minhas linhas em palavras que convém dizer e depois apaga, me apaga, por não saber se continua, depois escreve. Me esconde entre versos tortos, me guarda secretamente nas entrelinhas.
    Sou foto tirada e agora memória da ponta de sua caneta azul, que pinta o traço no seu caderno bonito de capa dura. Sou a imagem presente na sentença de suas palavras. Eu vivo agora, não sou mais pensamento torto e morto, que recria. A literatura me salvou, enfim.
    Dentre os vãos mofados dessa cidade bolorenta e velha, e suja e feia, cheia de pedras e pichações, cansaço, dinheiro, assalto, comício, a fome, o interrupto, o extensivo, a burrice, a ignorância, o vicio, o cigarro, a musica alta, o olhar trocado no meio da sinaleira, o sexo, a audição presente no meio do vazio, eu fui resgatada de dentro do meu Wonderland escondido ali, na terra da maresia.
    Criei em mim um mundo cheio de personagens e flores, e campos, e livros e musica e filmes e me fechei ali, eu e meus personagens com seus problemas pessoais que mais tarde eu viria a resolver. Eu falei muito sobre as pessoas, eu me atentei a elas, eu as observei dentro de um buraco onde ninguém me via, projetei a vida a minha volta dentro de meu mundo recriado.
    Eu fui uma entrelinha, eu fui por muito tempo e ainda sou, claro, você não deixa de ser aquilo que na essência você está fadado a ser, e por isso eu continuo, entrelinhas a ser a linha escondida que eu sou. E poucos leem, poucos anotam a variação fiel de que ali, naquele porém , algo está escrito, algo está anotado. E isso é bom. Passei tempos observando a vida por fora da janela, anotando mentalmente o que acontece do lado de fora onde a vida recria cor, exercitei toda minha arte da contemplação, vendo o café sendo posto na mesa e esfriar, o amor acabar e nascer de novo e depois se tornar em ódio e em amor novamente, ver o amor escrachado no meio do asfalto, ver o amor sendo atirado pela janela através da zona de conforto, ver uma criança crescer e depois dizer palavras duras aos seus pais, ver pais dizerem palavras duras aos seus filhos, observar a vida morrer e nascer. De longe o que todos julgam mais importante, mas eu anoto mentalmente. Eles não sabem que eu sabia esse tempo todo. Até alguém me encontrar.
    Aponta a caneta no papel, escreve, escreve. Sem cores, assim como tem que ser, eu saio da caneta e vou para o papel, transmuto-me em palavras, nadando nas ondas de suas curvas requintadas e quentes, bonitas e charmosas. As palavras dão vida, correm nas minhas veias e eu corro através delas, fazemos carícias em nossos encontros e viajamos juntas pela imaginação de quem nos detém.
    Mastigo uma balinha de caramelo, a caixa e a etiqueta dizem que é de Paris. Sorrio, à la Monalisa. A bala derrete na boca quente, a língua triunfa no sabor. Eu me tornei numa espécie de personagem, e vivo. E a graça encontra-se no que eu não poderia adivinhar. Alguém me tirou da cartola, enfim.




Annabel Laurino 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Alien

       Já fui de Saturno, já visitei Marte. Estive em Júpiter também, mas resolvi visitar Vênus, o meu atual lugar. Satélites a mil a minha volta pela rota interestelar. Eu não tenho medo, eu fujo de lugar em lugar, pululando as estrelas, dando olá aos cometas. Eu vi uma nova vida se acabar.
     Não importa o quanto do universo eu veja na minha xícara de café ou quantos rostos estranhos eu tenha que olhar por dia, decido que não sou daqui. Uma alienígena, uma extraterrestre de 1,56 de altura, com óculos gigantes e que não se encaixa. Não se encaixa. 
     Vejo os dias passarem. Ontem era recém segunda mas agora já é sexta, tive três provas essa semana e achei que fosse passar mal, mas não, era só uma crise de ansiedade, daquelas de palpitar o coração e de me fazer achar que o mundo vai acabar em trinta segundos. Escrevo agora porque eu prometi que dormiria cedo. Mais uma promessa para mim mesma quebrada. Quem se importa?
     De repente alguém te descobre, e te tira da caixa, da zona de conforto, do meio do sinal de trânsito, da nostalgia eterna, do tédio sufocante dos dias sem graça, sem tesão, sem nada. De repente alguém fala sua língua, sabe o seu planeta de origem, entende seu sufoco, seu tropeço, seu choramingo, seu desespero cotidiano de 'não vou alcançar'.
    Os dias funcionam como uma fila indiana que todos furam incessantemente para poderem ser os próximos, ganharem as estrelas de bonificação, ganharem na vida. Bem aventurados os espertos, aqueles que furam a fila, aqueles que tropeçam sobre os tropeços já tropeçados de outros. "A vida é assim, esse é o sistema interminável, seja vem vindo, espero que goste. Canapés e vinho na mesa ao fundo, assine aqui."
     Um café e um abraço no final do dia salvam minha reputação irrefutável de solidão. Solidão não solitária de fato, eu me relaciono, tenho amigos, colegas, você sabe, todos tem. Mas eles não entendem, eles não sabem falar a língua de que aqui falo. E assim vamos indo.
      Eu juro que tento seguir um caminho só, eu e a minha lista de afazeres para daqui até o fim do ano. Não sair da reta, se concentrar. Mas você sabe, amigo, a vida é dinâmica como só ela pode ser e eu, bem, eu para me bagunçar é tão fácil, tão simples. E como diria os Los Hermanos, eu gosto é do estrago. 
      Estou achando as coisas muito paradas aqui por Vênus, esse planeta assim tão blá, to pensando em me mudar, voltar para Saturno, o meu lugar de origem e nascença. Ficar lá por alguns meses, recuperar a saúde mental, me refazer, recuperar o folego, decidir se sou ou não sou e se sim sou o que. Essas coisas, essas coisas. 
      Vamos minha super nave, vamos para Saturno, vamos descompilar daqui. 





Annabel Laurino 

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ei, você,
você me deixa na ponta dos pés.
E eu que nao sou besta
me estico todo e tento enxergar
lá longe, onde tu costuma mirar
lá longe, onde não consigo nem ver,
mesmo que na ponta dos pés.



Apanhador Só 

terça-feira, 3 de junho de 2014

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"E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho. Que se traía sem se dar conta. Ao mesmo tempo se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma joia, linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer, um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu.”



 Charles Bukowski