segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hey você...

Meu bem venha cá, coloque sua mão por sobre a minha e vamos caminhar... Vamos olhar o sol e o mar, sentir a brisa nos cortejar
Vamos colocar nossos pés na areia fina e quente, deixar o sol nos banhar, deixar nossos corações se entrelaçar...
Vamos esquecer o passado, como se tudo fosse agora
E então, juntos, vamos sorrir e chorar, mas juntos
Você consegue entender?
Juntos, iremos descobrir o sentido de tudo
Mas antes, olhe esta vendo aquela ave lá longe?
Veja como voa. Como ela segue seu rumo, como não se importa com nada, somente voa.
Vamos então. Vamos voar.
Caminhar demora muito e a simplicidade de tudo há em ser feliz.
Mas, meu bem, não esqueça... Juntos.
Vamos venha cá, deixe-me mostrar as estrelas também, logo elas iram vir, iram lhe contar uma história que jamais esquecerá.
Elas contam histórias, ah sim... Histórias magníficas em nossas próprias vidas
Você acredita?
Se não, não há sentido em ver, você tem que sentir e depois crer, mas deixe-se sentir, deixe-se cativar.
Cative, e cativa-me.
Sorria sempre, todos os dias, todo instante.
Sorria quando o sol vir e ir, quando a chuva começar e passar, mas sorria.
Chore, não desperdice a importância de suas lágrimas, de suas emoções, de seus sentimentos.
Mas veja, a muito do que sentir além de amor e ódio.
Há bem aqui a vida, para se viver, para se ser feliz.
Você entende?





Annabel Laurino.

domingo, 25 de julho de 2010

Ausência...

Já sei que esse sentimento não me levara a lugar algum. E que embora o sinta, não possa me desfazer deste. Assim como não posso arrancá-lo do peito e jogá-lo em qualquer canto, não posso fugir, pois também este viria junto. É como uma parte de mim, uma parte que incansavelmente e dolorosamente pede sustento á cada segundo, um sustento em que não tenho. É uma parte que pede socorro, grita entre as células de meu corpo e pede em protesto. Mas novamente nada do que tenho o saciara. É como se houvesse uma rachadura em meu peito, e impiedosamente a tivessem feito, tivesse arrancado de mim coisas em que adorava. Lembranças que eu já por pura própria vontade tentei tirar, mas é uma doença que junto desta também faz parte.
A saudade. Um dos sentimentos mais urgentes. Ela grita em meio a dor. A dor de não ter. É uma ausência incansável que tenho de lidar, lidar de qualquer jeito.
É como uma ferida, mas ninguém a vê está dentro de mim, sua dor está se refestelando em minha alma a cada instante, não existe cura, apenas comendo a ausência desta.
 Crias-se esta dês do começo quando perdemos algo e depois de alguns longos dias os sintomas aparecem.
Minha fraqueza constante de tentar me recompor é uma delas. Tentativas frustradas constantes dias após dias.
Também não posso descansar por muito tempo, o pequeno segundo em que me pego distante, distante de meus próprios pensamentos me levo até o motivo incansável de minha ausência nada feliz.
É uma dor cruciante que aos poucos tem o dom de depredar cada pedacinho de mim.
Só queria poder ter a solução disto, a solução de pelo menos poder respirar sem pensar nele. Sem querer ele. Sem sentir sua falta.
É como se passasse um filme a todo instante e eu me perguntasse por que então não poderíamos estar aqui ainda.
Por que ainda não poderia estar a tocar seu rosto, seus lábios, seu cabelo. Por quê?
Arrependo-me das palavras demasiadas e tolas em que disse. Talvez fosse melhor ter ficado quieta, quieta comigo mesma.
Mas a dor as vezes nos deixa cegos, cegos para resolver um problema que só nos mesmos passamos. A dor da saudade. Das feridas abertas que somente nós mesmos sentimos e enxergamos.
Talvez em meus pedidos constantes ao céu de tê-lo um dia a minha frente e poder dizer tudo que sinto não seja o suficiente. Seria somente suficiente tê-lo novamente a mim, em meus braços.
Seria como ter o sol depois de incansáveis dias de chuvas e nuvens nebulosas. Seria fácil como respirar, fácil como saciar a sede ou a fome. Seria tudo.
Ah como eu queria, queria ver essa dor sumir, essa dor de falta e saudade sucumbir em meu peito e ser saciada em seus braços. Cálidos e reconfortantes.
Então o que me resta, é ver os dias passarem furtivamente diante de mim, e pedir aos céus que se essa dor não passar, que se talvez nada possa então trazê-lo a mim, que então  de qualquer forma me faça feliz, me mostre um novo sol, faça nascer um novo dia. Mas, que tire de mim essa dor. Por favor.

Annabel Laurino

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Raridade

Aprendi que o mundo é entoado de cores. Um mundo inebriante, cheio de mistérios e lugares á serem conhecidos. Cheio das mais diversas formas, luzes, lugares... De lugares mais obscuros aqueles mais iluminados. Lugares cheios de vida, cores, aromas... E assim como também aprendi que o mundo se forma de várias formas, e não só de um único padrão, entendi que as pessoas a minha volta também. Aprendi então que ninguém é igual a ninguém. É muita peculiaridade do homem distinguir pessoas. É como rotulá-las. “Aquela é feia” e “aquela é bonita”. Aquele tem nariz grande, aquela é mais gordinha, aquele é muito baixinho, aquele é careca, aquela é muito alta, aquela é muito magra... E por ai vai.
O engraçado disso tudo é que as pessoas até hoje não se dão conta de que ninguém é igual e nenhum outro. Tal por isso nossos polegares não se igualam, tal por isso cada um é cada um. O mundo é cheio de cores humanas, de vidas e rostos diferentes. O mundo é cheio de negros, brancos, magros, gordos, altos e baixos. O mundo é lindo assim!
Então por que essas empresas de moda, essas agencias de modelos querem tanto mudar isso? Querendo tanto impor um rosto ideal, um corpo ideal? Sendo que pessoas nunca serão iguais. Sendo que gordos não deixam de ser humanos por serem gordos, pessoas baixas não deixam de serem humanas por serem baixas.
Cada vez mais reinventam um novo numero de corpo, daqui a pouco estaremos nos 30. Desfiles de moda dos mais famosos descriminam o tamanho 42 e 44. Mas o tamanho 42 e 44 existe, então por excluí-los?
E devo dizer que não tenho nada contra aos desfiles e empresas de moda. Respeito seu trabalho, aliás, adoro e acompanho, mas discordo neste ponto.
E ainda assim neste século onde vivemos as pessoas ainda insistem em rotular todos, como se existisse um padrão ideal de beleza. Isso já se tornou uma doença global que afeta á todos. Meninas jovens param de comer por se acharem gordas demais, jovens se sentem feios diante de seus amigos por se acharem diferentes de tais. E tudo pelo que impõem da mente de nossa sociedade.
Pra que isso?
 Todos são um só, e de mais a mais nós formamos o mundo. Somos da mesma raça, temos o mesmo corpo, respiramos o mesmo ar, mas temos caracteristicas diferentes. Então as pessoas ainda insistem em querer que todos sejam iguais?
Primeiramente as pessoas precisam se aceitar mais, precisam se valorizar diante de si.
As mulheres se olham no espelho e constantemente se colocam defeitos. Mas não é por que realmente acham, é por que o nariz não igual da fulana e nem as pernas igual a da ciclana. Leitores, todos precisamos nos amar mais. Precisamos nos aceitar.
É como aquela velha história, “para se ser amado, precisamos então á nos amar”. Não digo que se coloquem no pedestal da beleza, mas que se aceitem em primeiro lugar. É engraçado como queremos tanto que nos aceitem sem nos darmos de conta que precisamos primeiramente nos aceitar.
Como tudo na vida, agente vai aprendendo e destas foi mais uma. Aqui que vos falo, falo do corpo físico, mas também posso dizer sobre as essências, sobre as características que nos deixam á nós mesmos.
Como ainda isso é jogado fora. As pessoas não só não amam mais o próximo mais como também passam a odiá-lo, não aceitam o fato de que ninguém não pensa igual a ninguém, que as pessoas pensam sim diferente, tem sonhos diferentes, que voam á lugares diferentes.
Caros leitores, pensem mais sobre isto, pensem sobre como nós muitas vezes descriminamos alguém por ser diferente de nós e deixamos a doce oportunidade de descobrir sua essência e aprender com tal. Descubram mais daqueles que estão a sua volta, aceitem-se mais, e sejam sempre vocês mesmos, independente do que os outros falem ou pensem. Sejam vocês! Por que o mundo é assim, o mundo é cheio de rostos e formas diferentes essa é a graça, essa é a beleza! Vocês são raros, não existe no mundo alguém igual a vocês. Então leitores, valorizem-se e amem-se.


Com carinho, Annabel Laurino.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Um dia...

Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.Você não só não esquece a outra como pensa muito mais nela... Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável... Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples... Um dia percebemos que o comum não nos atrai... Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom... Um dia perceberemos que a pessoa que não te liga é a que mais pensa em você... Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém mas não damos valor a isso... Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais... Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito... O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras... Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

    Mário Quintana

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 "Cada dia é um show, cada dia um espetáculo. Só não o descobre quem está mortalmente ferido pelo tédio. O drama e a comédia estão em nosso cérebro. Basta despertá-los."

          Augusto Cury, O Vendedor de Sonhos.

Pequena Sugestão:

De todos os livros que já li, de todos quantos já pude viajar por sobre idéias e que me fizeram ter novas visões sobre assuntos e maneiras. De todos quais já sonhei e me inspirei enquanto escrevia. Histórias que me fascinaram constantemente. E de todos que se refestelaram em minha alma, que tornaram então um pedacinho de mim. E agora de uma maneira inebriante e magnífica pude ter a maravilhosa chance de ler o livro que me fez ver a visão de coisas que jamais pensaria que um livro poderia colocar em uma só mente e coração. O vendedor de Sonhos. Foram páginas e páginas de uma deliciosa história que me fez refletir por sobre tudo em que vivemos dês do começo em que abrimos nossos olhos no amanhecer, até o fim de nossas vidas.
Caros leitores se aceitarem então, entrego-lhes a pequena sugestão de que leiam este que por ventura é um livro que não se compara a nenhuma outro, pelo jeito encantador e surpreendente em que é contada cada pequena parte de sua história. Não só digo isto por ter amado a forma em que o escritor se coloca em íntimo com o leitor, mas como por sobre a forma atenta em que cada parágrafo é contado.






Com carinho, Annabel Laurino.

sábado, 17 de julho de 2010

Um dia de cada vez.

Disse Charles Chaplin, “Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.”


Plenitude, Pleno, cheio, completo, por inteiro.

Seria este o saber de todos que nos esquecemos?
Seria isto uns dos fatos em que deixamos para trás e, no entanto seria ele um complemento de então tudo se tornar completo?
Mas que tudo?


Acho que como muito aqui já pude dizer, meus poucos e míseros 15 anos de vida deixam, no entanto muito a desejar. Embora isso não impeça ninguém de ter algo á contar, embora isso também não me impeça de aprender. Aprendi um dia que me sou completa, até mesmo com os meus próprios erros, cujo quais aprendi lições das quais jamais esquecerei. Junto á elas sou encharcada de uma constante chuva de sentimentos profundos também, e um deles, talvez o mais contínuo de todos, seria a perda.
Ah sim, na maior parte do tempo eu perco algo. Perco pessoas, das quais logo que perdi percebi então que me eram essenciais. Perdi costumes que eu mesma achava que eram uma parte de mim, e logo que perdi percebi então que eram só mais uma mania boba. Perdi maneiras de ver as cosais, e pensamentos também. Perdi coisas, sinto falta delas também. Mas, ah quem diga que o materialismo não serve pra nada, talvez seja verdade, vai saber.
Mas junto á tantas perdas, eu aprendi um conjunto de coisas que me foram importantes. Não se pode ter tudo. Principalmente tudo de uma vez só. Ah isso é verdade. Acredite você ou não.
Bom, eu sempre fui um bocado idealista por se bem dizer. Pensar sempre foi algo que, no entanto se tornou meu hobby. Oras, não pense que pensar é uma coisa que todo ser humano faz, acredite á muitos que não pensam.
Então, eu pensei muito sobre os meus sonhos ultimamente. E devo dizer que são muitos. Mas isso também pouco importa. O que me peguei pensando foi à pressa continua em que os tenho á alcançar. O quanto ansiosa fico por tal dia, o quanto me pego pensando sobre o que será de amanhã.
Então pensei, por que pensar no amanhã?
O amanhã nem chegou. O amanhã nem amanheceu.
Seria isto então a plenitude? Esperar?
Talvez...
Talvez seja este um dos grandes problemas do homem, mesmo que sejam eles muitos. A pressa talvez seja a pior. Pressa de viver, pressa de sonhar, pressa de realizar, amar, correr, chegar, alcançar...
São tantas coisas, que nos perdemos em nosso próprio mundo, achando que ele gira em torno de nós. A nossa pressa exagerada de viver, de chegar á lugares distantes, de olhar e ver o prêmio da corrida. Seria isto então que nos faz desperceber coisas que seriam á nós muito mais eficazes do que um mero alcanço de “meta”?
Quem um dia ficou á observar o mar, o sol, os pássaros, o sorriso de pessoas á sua volta, o som do falar, a respiração, a luz do céu, as cores ilustradas em um fim de tarde...
Quem um dia se quer parou no fim de noite e pensou no quanto está completo de si? Provavelmente raramente. Talvez por que sempre queremos mais, mais um dia, mais uma meta, mais uma hora e então mais uma coisa á pensar...
Então seria isso, plenitude. Estar pleno, completo de si. De seus valores, de suas próprias reflexões.



Deixo á dica àqueles que raramente observam a cor de seus próprios olhos, reflitam mais, amem mais o que em si possuem, antes que assim percam.




Com carinho, Annabel Laurino.

Onde está você?

Onde está você meu caro anjo que não aqui para me amar? Onde está você, que não aqui para minhas lágrimas enxugar? E em um abraço cálido e reconfortante me aquecer?
Cadê você meu anjo, que não aqui para mim poder desfrutar da luz de sol que irradia de seus olhos?
Cadê você que não aqui, pegando a minha mão, me prometendo o céu e o paraíso?
Onde está você?
Eu já disse que lhe esperaria a eternidade, pelo menos enquanto fosse até o ultimo sopro de meu viver, até o ultimo batimento de meu frágil coração. Mas eu aguardarei.
Aguardarei o momento em que nossos olhos se encontraram e então será tudo.
Será a o sol ao longe brilhando após dias de chuvas. Será a razão de tudo, e o mais complexo motivo de todos de existir.
Mas eu esperarei.
Esperarei você para segurar minhas mãos e me beijar, pois será real.
Esperarei o dia em que escutarei o seu coração colidir forte junto ao meu.
Esperarei o dia de que nossos corpos estarem por sobre um ao outro, por amor.
Esperarei o dia que o verei chegar, só pra mim, pra mim poder te amar.
Eu esperarei o dia em que ouvirei as palavras que então serão a razão de minha vasta existência.
Eu esperarei. Sim, pode ter certeza.
Mas até lá, me perguntarei, onde está o sol? Onde está a razão?

Annabel Laurino.

Mais um sonho...

Sexta feira, 3:58 da manhã quando eu descansei minhas pálpebras pela ultima vez naquele dia. Estava tão cansada, que sentia todos os músculos de meu corpo gritarem entorpecidos. Mal conseguia pensar direito, pois, sentia minha cabeça latejar em protesto de dor. A temperatura estava razoável, pude dormir com a minha camisola rosa riscado de algodão e descansadamente sem me importar se acordaria no meio da noite tremendo de frio.
Então por essa hora, eu fechei os cadernos de química e decidi que dormiria.
Tapei-me até á cabeça, estiquei meu corpo e virei para o lado, tão entorpecida de dor que somente o fato de estar em uma cama macia já me consolava o corpo.
Então não tardei a dormir, foi bem rápido. Geralmente demoro horas para dormir pensando em o que eu fiz no dia, o que falta fazer, o que poderia fazer, e até mesmo por que não fiz tal coisa ou não disse aquilo á alguém quando tinha a chance.
Então aconteceu como sempre acontece.
Comecei a sentir um cheiro estranho, era um ar limpo, como se estivesse em outro lugar, mas não podia ver, meus olhos estavam fechados e tudo que via era uma vasta escuridão.
Mas o cheiro era delicioso, me sentia calma e lembrava-me de açúcar e cores rosa e azuis daqueles algodões doces de criança, lembrava-me jasmim e frutas.
Então eu lutei para abrir os olhos, percebi que estava deitada. E quando me sentei, a superfície em que me encontrava era macia e quente. Passei os olhos por sobre o recito e pude perceber que estava no meu quarto. Estava tão diferente...
Não havia os mesmos móveis, eles eram estranhos, mas bonitos, robustos e escuros. Mais antigos eu diria...
A janela a minha frente era a mesma, alta e larga. Estava aberta e podia ver o céu azul lá fora, o sol estava á meio do céu e reluzia por sobre o chão do quarto. Podia escutar os pássaros cantando e a paisagem de minha janela já não era mais de casas vizinhas á volta. Eram arvores tão lindas que me perguntei como podiam estar ali. Tinham flores em seus cubes, todas coloridas, e o cheiro parecia que vinha delas.
Então olhei para as paredes, não estavam pintadas do verde em que o meu quarto se encontra, eram de um pêssego mais rosado e havia somente um quadro na parede, era de uma rosa vermelho sangue e nela tinha gotas d’água que caiam por suas pétalas. Busquei minha escrivaninha, meu computador, e minha TV. Mas não havia ali objeto algum em que me lembrasse daquele lugar que era meu quarto.
Olhei para baixo, buscando ver melhor o que vestia meu corpo e estava usando o mesmo vestido rosa celeste, que sobre meu ombro caia as fitas em ceda creme, junto os meus cachos castanhos que agora claros pela luz do sol. Estava coberta de um manto de veludo azul escuro e minha cama não parecia mais a mesma, possuía um alto e bonito dorsel á cima.
Foi quando eu estava perdida em meus pensamentos e a cata de características que me fizessem lembrar onde afinal eu estava, senti um baixo e leve pigarro no canto daquele recinto. Eu levei os olhos e vi aquela figura celestial, em pé.
O sol tocava seu rosto e pude perceber o quanto as maças de seu rosto estavam rosadas, e mesmo pela pele dourada eu conseguia perceber. Estava sorrindo, seus dentes de um branco brilhante. (não sei que plano odontológico aquela figura tinha, mas sugiro que era de ótima qualidade). Seus cabelos escuros como um veludo, eram de aparência macia, todos fios eram bagunçados e brilhantes. Estava vestindo sua camisa branca entre aberta no seu peito, calças e sapatos. Seus olhos do mesmo jeito em que lembrava. Olhos arredondados, marrons avermelhados e penetrantes. Suas mãos estavam no bolso da calça e podia ver como ele era alto. Pelo menos perto de mim. Ele me olhava de uma forma carinhosa como se estive diante de uma obra de arte e estive mostrando-a e então esperando as criticas de seu telespectador. Mas não me perguntou nada. E se perguntasse eu não ouviria... Bem, meu coração batia tão incoerente que o sentia pulsar tão forte em meus ouvidos que era impossível prestar á atenção do que me dissessem. Eu já havia me avisado para não olhar seus olhos, e muito menos aquela boca... Era tão desenhada, de um rosado natural, e se vinculava no sorriso deixando-o simplesmente perfeito. Não havia uma parte dele em que eu diria que não era perfeita.
Enquanto sentia meu peito bater e já preocupada se meu coração agüentaria aquela perfeição, ele começou a se aproximar. Então me sentei de forma mais educada e tirei aquele manto de sobre mim e pus minhas pernas para fora da cama. Pude ver que meus sapatos não eram lá muitos modernos, de longe eram Prada ou um par de Jimmy Choo. Mas eram fofos. Mais pareciam sapatilhas de bailarinas, sim bailarinas. Mas tinham saltos, eram rosa veludos e meio escurecidos.
Sentei-me esperando que ele fosse também sentar-se ao meu lado. Mas ele colocou-se em pé a minha frente e sim, acho que ele pensou em sentar-se á cama comigo, mas hesitou pensativamente, percebi que um vinco entre as sobrancelhas formavam-se, então ele estendeu a mão para mim. Peguei-a. E quando eu toquei sua mão, me veio um calafrio por sobre meu braço e continuou pelo meu pescoço. Ele estava sorrido, abandonara aquela expressão de duvida que enfim não entendi.
Então ele puxou-me para perto de si, nossos rostos quase se tocavam, onde escutava a sua respiração. Em pensar que um dia tive a sorte de senti-la longe desses sonhos...
Ele colocou a mão de leve em minhas costas, por sobre a minha cintura e a outra pegava pequenos fios de meus cabelos cacheados e os enroscava em seus dedos e sorria. Eu colocava meus braços por sobre seu pescoço, mas às vezes passava a mão sobre seu rosto perfeito, tentando entender como aquilo era tão real. Ficamos assim por pouco tempo. Até que o silêncio quebrou-se pela sua voz macia e aveludada em meus ouvidos.
- Já não agüentava mais ficar longe de você... Meu Deus, como senti falta de tocar sua pele. Como senti falta de olhar para você assim, tão de perto...
Eu sorri, não conseguia falar, era demais para mim, ter aquela voz sendo sussurrada em meus ouvidos e sentir seu coração bater em seu peito. Era demais para mim estar assim tão perto dele. Sentia que nada mais que houvesse no mundo poderia tirar aquela alegria que ecoava no meu peito, parecia que um grito de felicidade se formava em minha garganta.
E quando viu que nada eu o falaria suspirou alegre e sorrindo, e falou algo tão baixo que pensei que fosse pra si mesmo, não pude entender, mas era algo bom, pois ele estava com seus lábios vinculados em um sorriso e olhava meus olhos depois minha boca. Foi quando eu senti minhas pálpebras fecharem-se e seus lábios tocaram de leve os meus. Eram cálidos e macios. Ele me abraçou e me beijou. Jurei a mim mesma que não precisava sair dali nunca mais, que poderia ficar em seus braços sempre, ali, desde que fossem em seus braços.
Ele não me beijou como das outras vezes, sempre tão recatado e cuidadoso. Beijou-me como se fossemos um só, como se não houvesse sonho algum e tudo aquilo fosse real. Ele pegava meu cabelo e me colocava junto ao seu corpo.Tão junto que senti sua pele quente na minha. Senti sua respiração forte. Meu braços contornavam seus braços e seu rosto.
Foi que então ele parou, respirando pesarosamente, e me olhando como se aquilo tudo o espantasse mais do que a mim mesma. Ele disse: - Desculpe-me, desculpe-me... eu não sei o que estava pensando...
Não queria que ele se explicasse de nada, aquilo era um sonho, e a ultima coisa que eu precisava era que ele se explicasse por ter me beijado e perdendo nosso tempo de estarmos juntos. Se é que havia mesmo um tempo cronometrado. Mas em geral era sempre assim, do nada ele sumia.
Então cortando suas palavras aproximei e o abracei, pus meu rosto em seu peito e o senti surpreso, então depois de alguns segundos ele contornou meu corpo com seus braços e sussurrou: - Não esqueça que eu estarei sempre aqui, minha menina.
Senti lágrimas impulsionarem-se de meu rosto, e ele que percebeu então, secou-as e falou para que eu não chorasse beijou-me o rosto e se afastou. As cores desbotavam-se como quadros de pinturas sendo encharcados de água. E tudo então começou a sucumbir de onde estava. Ele sorria em pé a poucos centímetros de mim.
Eu queria dizer-lhe que era um idiota por estar feliz por estar indo embora. E que eu nunca mais queria vê-lo se fosse para me abandonar assim. Mas eu sabia que não conseguiria, jamais poderia dizer que ele era um idiota, ou até mesmo culpá-lo por ir embora de meu sonho. Mas se era meu sonho eu não deveria ter o misero direito de escolher o final? Acontece que eu sabia bem o que era aquele momento e pra mim tinha mais significado. O momento onde tudo que era mais perfeito sumia de meus olhos. O momento onde a incerteza de o ter de novo tomava meu peito.
Comecei a sentir um frio latejar em minha pele, escutava a voz de alguém, mas não sabia de quem. Então cai por sobre meu corpo, e isso estranhamente me assustou.
Tomei posse da realidade e estava de olhos fechados, sentia frio, e nada parecia tapar-me. Aquela voz, era minha mesma. Eu estava gritando, sentia que involuntariamente sons saiam de minha garganta. Então abri os olhos e sentei-me.
Sim, era dia. Um novo dia. E sim, lá estava o sol. Eu estava em meu quarto, eu era eu mesma, com a minha camisola rosa riscada de algodão escrito “Good Nith Bad Girl” (patético). As pestanas da janela jorrando a luz do sol de mais um dia de outono e tudo parecia normal. Mas dentro de mim nada era normal.
Não era normal essa falta que tocava e tilintava em meu peito, uma magoa, dizendo-me que algo estava faltando. Eu sabia o que era... Mas não sabia como supri-la.


  Annabel Laurino.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Doente...

Beeem doente...

Desculpe-me amados blogueiros. Mas, parece que eu, mera mortal e por si frágil, não me adaptei aos frios extremos desse inverno. Fiquei bem mal da gripe e tive que dizer um até logo bem abrangente ao meu computador, ficando de cama e me alimentando de sopas por dias. E sim, claro, me corroendo de saudades de vocês!
Eu fiquei escrevendo mesmo assim, e tenho bastantes coisas legais pra postar – pelo menos espero que gostem- e vou postar logo, logo.
Mas é isso meus amados, to doida de saudades do meu blog e não vejo a hora de voltar novinha em folha pra postar!
Agradeço novamente á todos pelos recados de pedidos de volta!
Eu não fui embora, portanto não se preocupem!




Deliciosos beijos!




Com carinho, Annabel Laurino.



segunda-feira, 5 de julho de 2010

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"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
 P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."


Clarice Lispector