sábado, 12 de março de 2011

Queria...

    Ser engolfada, sucumbida por algo. Queria, oh, por favor, só um pouquinho. Só um instante, só um segundo qualquer, sentir.
    Sentir.
    Sentir.
    Como uma injeção de sentimentos. Quero sentir!
    Alguém que me faça sentir algo, algo que não seja lembranças, algo que não seja saudade, algo que não seja dor.
    Algo que seja tão forte e arrebatador. Instigante. Incessante.
    Uma euforia caustica e borbulhante adentrando pelas minhas veias, fervilhando pelas células de meu corpo, minuciosamente se espalhando pelos centímetros do meu ser.
    Quero sentir.
    Quero um prato bem servido de muito amor, por favor.
    Nem tão quente, e muito menos frio.
    Bem temperado, mas não muito salgado.
    Um prato completo. Com direito ao prato principal, até a sobremesa.
    Quero ser instigada e calorosamente preenchida pela dádiva de algum sentimento fora de meu padrão rotineiro de dia após dia.
    Quero algo mais.
    Quero o corajoso que me faça sentir. Que me prenda. Que me instigue. Que me ame até o fim. Quero que   me arranque as adagas, fervilhe as profundidades corrosivas que me prendem em mim mesma, quero alguém que quebre as janelas, que quebre todas as regras.
    Que me prenda. Forte. Bem, forte.
    Em seus braços.
    Calor.
    Quero amor.
    Quero sentir a natureza infiltrada sem medo algum de sentir, por que quero mais que tudo saber como é viver de verdade.
    Quero sem sombra de duvidas sentir a realidade.
    Quero amor divino.
    Amor de verdade.


Annabel Laurino.



Nenhum comentário: