domingo, 24 de junho de 2012

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Talvez ele tenha ido embora, talvez volte, talvez tenha morrido. Não sei. A minha cabeça estala. Eu não suporto mais. Espalhei os retratos em cima da mesa.  Fiquei olhando. Despetalei devagar a margarida até não restar mais que o miolo granuloso.  O sexto retrato é um cadáver. Acho que sei por que ele não veio. O barulho da chuva é o mesmo de seus passos esmagando folhas que não existiam. 
Flor é abismo, repeti. 
Flor e abismo.




Caio Fernando Abreu

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