Annabel Laurino.
sábado, 14 de abril de 2012
Custa, chega, não cansa, descansa
Se você quer saber, é claro que custa muito até você entender realmente. E custa. Custa tempo, olhos inchados, pensamentos vazios e as vezes transbordantes. Custa insonia, ou até sono demais - como desculpa para os dias ferinos que nos engolem aos poucos e o único jeito é dormir - custa tudo, nariz inchado, olhos pequenos, lenços de papel jogados pelo quarto e uma Mata Amazônica inteira desmatada. Claro, vem logo o custo da culpa. Custa ansiedade, chutes e socos no travesseiro, ursos de pelúcia tragicamente mortos e descabeçados, textos escritos com frenética e devoção para logo, excluídos sem a menor piedade. Custa tudo irmão. Custa. Mas depois de todo esse custo, você realmente entende tudo que deveria entender e nada mais faz sentido. Sim, nem mesmo entendendo a coisa faz um sentido completo. Porque dai você percebe que não teve razão todo o trabalho que teve esperando o entendimento vir. E assim, você só aprende que é mais fácil sentar num banquinho e esperar. Esperar a coisa vir é mais fácil do que buscar ela em toda esse martilho cansativo. Você sabe, um dia, cedo ou tarde, não tem diferença, você entende.
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