sábado, 14 de abril de 2012

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E depois que aqueles dias estranhos foram embora, um eu antigo e nebuloso juntou suas roupas velhas em uma mala esfarrapada e também se dignou por ir. Bateu a porta em silêncio absoluto e partiu. Desde então, além de mais luz e mais som, a casa parece mais firme e limpa, vezes chove um pouco aqui dentro, mas tudo bem, natural, tudo estável, mais feliz, mais leve. Desde aqueles dias em que o eu antigo me abandonou e eu nova e recente cheguei para ficar, tudo parece mais lindo, mais simples, sempre tão mais bonito e cristalino. Brilhante, eu diria.


Annabel Laurino

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