Meio cinzentos. Começam de uma forma doida. Você desperta de um sonho maluco que mesmo depois de acordada você fica relembrando-o, deixando que as lembranças do sonho perfurem na sua mente com um sentimento de agonia. O que ele quis dizer?
Depois os invariáveis e sucessivos acontecimentos que correm diante da mudança das conotações de cores do dia são repetitivos, e anormais. Acontecem como qualquer outro dia, você faz praticamente as mesmas coisas. Porém seu corpo está pesado, sua mente é um turbilhão, suas mãos tremem e sua boca é um poço de ressequidão. Dias em que nada é explicado. Dias em que parece um ponto no meio de mais tantas vírgulas, você não sabe o que se sucede depois, você não sabe nada. As coisas que vem acontecendo ultimamente são inesperadas, os sentimentos cálidos que lhe preenchem são surpresos, como bolinhas explosivas explodindo dentro de você.
Estou tentando manter a calma em dias anormais, estou tentando ser indiferente, agir como se nada estivesse acontecendo. Mas é complicado. Me encontro em um emaranhado de fragmentos circunspectos que são essenciais no dia, na vida e não posso fugir. Não posso fugir desses sentimentos que me golpeiam, que me perfuram até mesmo nos dias normais, que se tornam anormais.
Vou ter que aprender. Vou ter que entender isso. Em cima da dor, e da reentrância de um sentimento remotamente só e vazio, vou ter que me virar. Vou ter que começar a encarar.
Até mesmo nesses dias... Dias anormais.
Annabel Laurino
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