Não tenho permissão para gritar, nem descrever mais o que sinto. Vai além de qualquer coisa. Gosto de pensar na ideia de um barquinho movendo-se solitário em um mar agitado, numa noite escura, uma neblina densa e um frio rasante. Dentre as ondas gigantescas ele ginga de um lado a outro ameaçando virar dentre uma onda ou outra que forte e gigantesca explode ao seu redor. A madeira antiga das vigas quase se rachando. Mas ele segue firme. A água entra e inunda-o quase completamente, porém guerreiro ele segue mergulhando dentre o reboliço de ondas, as velas a postos, o barquinho não cessa. A tempestade branda e ele continua, firme, sem parar.
Sou um barco no meio da noite, valsando pelo mar. Não sei para onde vou e como fico, por onde fico. Mas continuo em frente, o importante é não se deixar parar nem derrubar.
Annabel Laurino.
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