Mas enquanto penso isso, nas infinitas possibilidades do que me tornar, gosto de lembrar-me baixinho que dessa forma humana, física e emocional, está muito bem por agora. Está calmo e tranqüilo, está cabível aos meus olhos, uma forma confortável, uma forma que me agrada, que em aquieta.
Mesmo sabendo que eu poderia mudar para qualquer coisa que eu decidisse ser, pensar que está bom assim, desta forma que me agrada, deixa a idéia de me transformar fora de questão. Por que me inquietaria olhar no espelho e ver um rosto brando que já não estampa mais o meu. Vislumbrar meu corpo e ver que dentro dele emoções antigas e segredos gostosos já não estão mais por lá.
Seria como jogar as chaves no mar e não ter mais como entrar em casa.
Annabel Laurino.
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