O mundo as vezes parece tão pequeno. Pequenino, pequenino. Viajar, eu quero viajar. Muitas vezes só abrir lugar numa estrada qualquer e fingir que estou num daqueles movimentos Beats e que nada mais importa além da estrada a minha frente e a gasolina que preciso repor. Só isso. Gasolina e estrada, brisa leve, coisas fáceis. Mas minha essência grita toda manhã, e eu sei que não suportaria o fato de viver em vão a procura de qualquer coisa, porque no momento tudo que eu preciso está bem aqui ó, na minha frente. Sei que da uma vontade desesperada de jogar tudo para o alto e abandonar tudo, deixar que as coisas se desarrumem a vontade, mas por outro lado eu sei que é a minha tarefa agora, que é a minha sina, meu fado, razão dos meus dias. Eu só preciso encontrar forças, eu só preciso resgatar minha fé.
Mas acho que você me entende, entende não é mesmo? Você sabe o que eu estou querendo dizer, você sabe como é se sentir sozinho com seus próprios pensamentos e querer tanto que alguém só te olhasse por mais do que cinco segundos e captasse qualquer coisa sua, nem que por uma telepatia poderosa e do além. Sabe, a vida assim bruta e um abraço em dias difíceis cairia bem.
Enquanto me sinto pequena como parte de qualquer coisa no mundo lá fora. Enquanto tenho desejos virulentos de só esquecer de tudo. Enquanto tudo muda sem minha permissão. Enquanto as coisas correm na velocidade da luz para qualquer lugar distante de mim. Enquanto histórias se formam e capítulos terminam. Tudo e tudo, nada e nada.
Sei que você entende.
Dias daqueles que vez em quando todos tem.
Annabel Laurino
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