Eu venho querendo mais companhia de espirito do que companhia de carne, a gente percebe por um tempo que tem muita gente perto que ta longe, longinho. E é a alma que alimenta, não é mesmo? É a essência que se aproxima, a carne é só uma roupa, útil e depois inútil, varia, não aconchega, não ilumina como a alma faz. E eu tenho desejado é isso, ter gente bem por perto, que me arranquem risos, sorrisos, gracejos e despertem em mim meu lado mais bonito, aquele que eu escondo quase e se não o tempo todo.
Você não vai querer saber mas te conto mesmo assim de que o mundo lá fora é gigante e eu quero alguém para compartilhar mundos. Alguém que deite do lado, pegue a minha mão e com a outra segure um livro, converse durante horas a fim e me conte coisas como o céu, a terra e fatos de que não faço ideia que existiam. Você não sabe, mas eu desejo alguém que venha com a paz no peito e me distribua um pouco disso enquanto me deixa mordiscar sua orelha e lhe sussurrar baixinho sobre um sonho que tive numa outra noite qualquer.
Faz tanto tempo que o coração ta assim sobre terremotos repentinos que seria bom só para variar encontrar alguém por ai que quisesse ser um pouquinho de acalanto para esse farrapo desestabilizado que virou o coração.
Tem tanta gente caminhando pelas ruas dessa cidade, e qualquer hora podia ser bom de repente alguém que dividisse um café e me contasse uma história boba, dessas que saem involuntariamente, mas são boas de saber. Você sabe, a gente sempre precisa de carinho, daquela coisa que todos gostam, de atenção. A gente sempre precisa de um pouco do que ainda não provou direito.
Vem em mente, quase de repente, que amor não sei bem o que é. Mas se amor for isso, se amor for paz e compartilhar o que se chama de vida e sonhos e coisas boas e até aquelas mais feiinhas e nem tão lisonjeiras assim, tudo bem, eu topo. Eu to topando deixar o coração aberto só para ver o que é que deixa ele calminho. Para ver o que acontece se o acaso de tropeçar em algo lindo se torna em digamos assim, uma delicia de se apaixonar e ter alguém para contar isso sem medo nos olhos, sem receios contidos.
É isso que todos queremos, não é mesmo? Só alguém que faça mais do que estar, e seja.
Annabel Laurino
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