Mas tai uma coisa que eu faço questão de querer de você. Seja você. Sim, seja só você mesmo e mais ninguém e mais nada, por favor. Não minta, não tem porque. E quando não quiser mais me ver, nem precisa de drama ou preocupação, só avisa. Simples e fácil. Só não interrompa o processo em que estarei te admirando para passar a não gostar mais de você por ter me enganado com baixa bajulação e jogo de marketing. Só faça o que quiser e não ouse ser nada além do que você mesmo.
Dessa vez eu não quero recriar um conto de fadas, eu quero o real e saudável das coisas palpáveis.
Mas é fato que eu estou dizendo isso porque eu quero o mais verdadeiro e inatingível das coisas. Eu quero o que é e não o que se mostra ser. Eu quero que você cuide de mim, é verdade, e abrace o meu corpo bem apertado no meio daquele filme legal e me beije a cabeça, e me faça um café e fique comigo. Fique comigo nos dias de chuva, nos dias cinzentos e nas tardes tediosas de sol. Que você pague a conta daquele jantar só para mostrar que é 'o homem' e que eu sou uma dama e que vivemos num filme antigo que ninguém mais vive, pelo menos uma vez. Que você abra as portas para que eu passe. Me dê um apelido qualquer como o que quase todos me chamam mas que ele ao sair da sua boca seja diferente de todas as pessoas me chamando. Seja o cara diferente, ou só faça a diferença. Seja o cara que eu vou querer ver de novo e de novo e que não vou fingir ruídos em meio a um telefonema só para não dar uma desculpa qualquer que não quero sair. Seja você mesmo e mesmo assim me prenda.
Eu quero deitar na sua cama de bruços coberta de lençóis e desejar passar madrugadas assim e esquecer passados, esquecer dramas e choros e coisas feias. Quero ouvir musica boa e comer sanduíches e tomar um chá com você. Quero gostar dos seus cacoetes, das suas manias, da sua bagunça e de todas as coisas. Mas para isso você tem que se fazer gostar também. A vida não acabou. A vida segue. E eu só quero alguém real e humano. Quero estender minha mão acima da tábua fria da mesa e poder tocar e sentir quente aquela pele viva e entender que eu não estou só.
Espero a paz de compartilhar um sorriso roubado e ter a certeza que corações partidos não necessariamente se curam sozinhos. Eu quero um romance bom, uma verdade que não é conto de fadas, apenas aquele velho balanço de companheirismo e amizade e coisas bobinhas, trejeitos e olhares trocados, coisas que não se acabam com o virar de uma página de livros. Quero uma surpresa qualquer e um jeito novo de ver as coisas além das lentes embaçadas dos meus óculos depois de tanto te beijar.
Annabel Laurino
2 comentários:
Sem comentários, muito lindo!
Obrigada! Fico muito feliz de você ter gostado!
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