terça-feira, 20 de março de 2012

Lie

   Desenrolam-se mentiras da ponta de sua língua úmida
   Você acha que não percebo
   Pensa que assim como outros
   Embebedo-me na tua fala confusa e embriagada
   Mas não, sóbria, sou atenta as tuas virgulas
   Tuas viralidades pontuais
   Não me esqueço nunca de quem és de verdade
   E já que te esqueces
   Das faces que me mostrasses um dia
   Eu finjo que acredito no que desenrolas para mim
   Sem vergonha, mentes, com naturalidade
   Acredita que fecho os olhos diante de suas mentiras
   Tão bobas, parecem ter sido tiradas
   De um livro de histórias ilustradas e infantis
   Aceno a cabeça
   Um sorriso nos lábios
   Você mente bem,
   Que pena é que eu não acredito em você.


Annabel Laurino.

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