Mas não houve tão pouco resposta. De direita á esquerda, nem de baixo á acima, nem mesmo da lâmpada, e por menos uma lâmpada acendeu-se em sua mente. Mas permaneceu ali, onde estava. Seus pensamentos trabalhavam freneticamente em busca de respostas e idéias que a fizessem surtir sobre um efeito mais simples e direto do que realmente estava sentindo.
Bem, assimilou, fisicamente estou péssima, meu corpo inteiro dói, pensou. E emocionalmente, sinto-me... Sinto... Um vazio.
Vazio.
Era isso. Um vácuo sugador bem no meio do peito.
Não exprima choro, nem tão pouco cara de tal. Não chorava á horas, desde a noite passada, a mais terrível crise que já se lembrava de ter.
Esticou o braço sobre a mesa catando o celular e viu as horas. Ótimo, já era tarde o suficiente, tinha uma desculpa muito convincente para ir para a cama e dormir. E ninguém perguntaria por que estava se retirando aquela hora, ela poderia se deitar sozinha no escuro do quarto, tapar-se até a cabeça, colocar seus fones de ouvidos e chorar baixinho se o choro viesse, e se não, dormiria, o que achava improvável.
A correnteza de pensamentos sempre lá, sempre distante, sempre perto de quem não deveria estar, de quem ela, já estava providenciando em não estar mais.
Mas como se faz uma coisa dessas?
Como se mata o vazio sem nem mesmo ele ser preenchido de algo?
Annabel Laurino
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