Não suma mais. Fique aqui. Estenda a mão sobre a mesa e pegue a minha mão, deixe eu ver nos seus olhos o que você enxerga quando olha para mim, do outro lado da mesa, com um sorriso bobo estampado nos lábios tingidos de cor de rosa-menininha, deixe eu saber se pra você, esse tempo curto e longo, essas ladeiras de longitude e distância também lhe trouxeram os mesmos danos. O da saudade. O da falta de olhar nos olhos um do outro novamente e descobrir dentro de si aquela sensação tão gostosa de saber que mesmo assim, mesmo depois de muitas coisas ditas e não ditas, o destino é mesmo muito surpreendente.
Annabel Laurino
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