domingo, 23 de outubro de 2011

A vida é Frágil e Absurda


    Onde foi que eu li isso?
    Eu não lembro.
   Mas que seja...
    Você acorda, você dorme, as coisas seguem, os relógios acompanham o passo da pressa do dia a dia, você não vê as coisas passarem, é inverno é verão o cenário muda você está sempre lá, sentado sobre uma cadeira gelada, desligando-se das folhas que apinham-se no chão a sua volta, as crianças brincam no parque, o som das falas se misturam as batidas se seu coração solitário e frio, a desenvoltura do momento morreu e um botão que antes era ligado á uma luz que pendia a vida, a noção das cores e dos sentimentos está empoeirado dentro de você. Sem nunca mais ter sido tocado, nunca mais ter sido visto.
   Mas a vida é frágil. Porém absurda.
    Você está lá sentado sobre a cadeira fria, o céu nublasse acima de sua cabeça cheia de pensamentos perdidos e sem nexo, o céu gira com rabiscos de frio e granizo, daí uma coisa absurda acontece.
   O botão dentro de você é arremessado longe, muito longe, para onde seus olhos não podem ver. Ele é cruelmente apertado, instigado por mãos puras e destinadas a isso, você corre e corre e não alcança. Nos relógios, os ponteiros parecem correr mais rápidos mais dessa vez no sentido certo e favorável. As cores explodem no ar como pequenas balinhas de multicor sendo misturadas ao sol. Daí é assim, as mãos puras possuem corpo, incríveis olhos brilhantes e afáveis, e um coração tão mais solitário que o seu.
   Eu digo absurdo por que é incrível o caminho que a coisa vai.
   Sua mão possui outra mão agora quente sobre o calor das cores que lhes envolvem, e mesmo que um dia um borrão cinza transpasse o céu, você terá um corpo tão mais sedento e cheio de sabedoria tal igual ao seu, e já não se sentira mais tão só.
  
Annabel Laurino. 

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