Onde foi que eu li isso?
Eu não lembro.
Mas que seja...
Você acorda, você
dorme, as coisas seguem, os relógios acompanham o passo da pressa do dia a dia,
você não vê as coisas passarem, é inverno é verão o cenário muda você está
sempre lá, sentado sobre uma cadeira gelada, desligando-se das folhas que
apinham-se no chão a sua volta, as crianças brincam no parque, o som das falas
se misturam as batidas se seu coração solitário e frio, a desenvoltura do
momento morreu e um botão que antes era ligado á uma luz que pendia a vida, a
noção das cores e dos sentimentos está empoeirado dentro de você. Sem nunca
mais ter sido tocado, nunca mais ter sido visto.
Mas a vida é
frágil. Porém absurda.
Você está lá
sentado sobre a cadeira fria, o céu nublasse acima de sua cabeça cheia de
pensamentos perdidos e sem nexo, o céu gira com rabiscos de frio e granizo, daí
uma coisa absurda acontece.
O botão dentro de
você é arremessado longe, muito longe, para onde seus olhos não podem ver. Ele
é cruelmente apertado, instigado por mãos puras e destinadas a isso, você corre
e corre e não alcança. Nos relógios, os ponteiros parecem correr mais rápidos
mais dessa vez no sentido certo e favorável. As cores explodem no ar como
pequenas balinhas de multicor sendo misturadas ao sol. Daí é assim, as mãos
puras possuem corpo, incríveis olhos brilhantes e afáveis, e um coração tão
mais solitário que o seu.
Eu digo absurdo por
que é incrível o caminho que a coisa vai.
Sua mão possui outra mão agora quente sobre o
calor das cores que lhes envolvem, e mesmo que um dia um borrão cinza
transpasse o céu, você terá um corpo tão mais sedento e cheio de sabedoria tal
igual ao seu, e já não se sentira mais tão só.
Annabel Laurino.
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