Já se ouviu falar que ausência de algo ocupa espaço. No meu caso ocupa e muito.
Mas há aqueles momentos da vida, que você tem respirar fundo pegar todo o fôlego do primeiríssimo fio de cabelo até a pontinha do pé de forças e lutar contra a si próprio. Lutar com aquilo que lhe faz mal. Se desprender das coisas que nos prendem á nós mesmos, nos tornando nossos próprios prisioneiros, prisioneiros de nossos sentimentos e emoções. Deixando de agir na razão e pensando somente na emoção. Tornando-se irracionais e fora de nós mesmos, embriagados de dor e angústia, e sem perceber acomodando-se á isto.
Então chega a tal hora de renovar. De tirar as amarras que nos prendem aos sentimentos fajutos e eloqüentes. Hora de juntar todas as forças que existem em nós para lutarmos com aquilo que nos machuca e nos depreda.
Então agora vou lá, vou lá me renovar. Vou me limpar da intoxicação de pensamentos que me sujam a mente e me enganam constantemente com ilusões futuras sem cabimento.
Entenda, não falo de sonhos. Falo de sentimentos. Os “maus” sentimentos. Os falsos. Aqueles que nos cegam, são capazes de destruir a nós mesmos e até ao nosso próprio e preciso tempo. O tempo que perdemos chorando e nos desgastando torturando-nos por coisas passadas, que foram ou deixaram de ser.
Entendi finalmente que não sou eu meus sentimentos, eles que me são. Não são eles uma parte de mim, mas a minha essência. Mas não há nada que me impeça de me desfazer destes, dos “maus” sentimentos. Talvez eu não possa mesmo arranca-los, e nem jogá-los em qualquer canto. Mas posso muito bem não me tornar uma sofredora deles.
Sou eu a razão junto à essência de emoções. Emoções que me afloram e banham-me, me perfumam, me enchem, me embriagam. Mas que logo passam, deixam marcas que podem ser saturadas, mas logo curadas, cuidadas com o tempo. Basta eu querer, basta eu lutar, lutar contra aquilo que me faz mal. Então eu posso renovar-me, vestir as novas vestes e me fazer livre. Ser livre. Ser eu mesma depois de tanto tempo, sendo algo que somente a minha mente construiu ser.
Annabel Laurino.
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