domingo, 16 de maio de 2010

Perfeição?

Sempre achei que cresceria de uma forma estranha, ou melhor, explicando, quando eu era pequena e admirava minhas bonecas, altamente desenhadas, por linhas da perfeição, com aqueles sorrisos robóticos, cinturas pequenas, cabelos brilhantes. Sempre sonhei e suspirei naquelas perfeições. Mas como se diz “o tempo passa” e passou mesmo, passou bem mais rápido do que eu imaginava.
Não sei bem descrever em características, mas minha mãe sempre disse que eu vim de uma espécie única chamada de “no mundo da lua”, pois é eu vivo lá, sei lá que problema afinal eu tenho.
Mas quando caminho a rua é totalmente irresistível não olhar, não perceber, pessoas de todos os tipos passam por mim, de alturas medianas a extremas, olhos grandes e pequenos, furtivos e descansados, rostos dos mais diferenciados. Há aqueles mais envelhecidos com o tempo, cujas marcas de rudez tomam conta da pele flácida com a qual o tempo fez questão de marcar. Também há aqueles, mas risonhos, mais despojados, que se divertem ao passeio. Aqueles mais robustos, mais apressados, com impaciência e impossíveis de se falar qualquer “bom dia”. Há aqueles mais amáveis que observam tudo, mesmo não te conhecendo não hesitam em um bom cumprimento. Mas,  tantos que até me perco em observar, passam tão rápido por mim que fico perdida em um só olhar.
É muito simples perceber, que todos são dos mais engraçados aos mais temerosos, mas todos são bonitos, de sua forma, de seu jeito.
Não entendo bem por que de tanto me atraem, talvez por que nem eu mesma me distingue e ache necessidade em distinguir a existência das aparências alheias.
É engraçado não é? Mas certo dia enquanto caminhava, me perguntei o que é perfeição?
Bom é meio que um papo de doido que eu criei na cabeça, mas vejamos só.
Nas revistas, aquelas modelos altamente articuladas de caracteristicas mais diferenciadas, maquiagens coloridas, e lindas por se bem dizer. É tão incrível pensar que para aqueles que formam a tal revista a perfeição que os enchem os olhos são tais: magras, altas, com postura, cabelos sedosos, quadris não muito largos e pernas longas.
Então na rua, sim no nosso dia a dia, a perfeição que nos enche os olhos é meio complicada de se achar, perfeição comparada ao que a revista em si impõe ser perfeito.
Então pensei, o que é a minha perfeição?O que é a sua perfeição?
Será que não somos todos perfeitos?
Oras, temos braços, pés, defeitos e qualidades, não somos iguais a nenhum outro, tal por isso nossos polegares não se igualam ao seguinte, então somos perfeitos não somos?
Tanto aos mais gordinhos aos mais magrinhos, dos altos aos baixinhos, e das diversas variações de características, somos todos com posse de uma só perfeição.
Bom posso dizer que valeu a pena crescer, talvez hoje eu posso ser a minha própria bonequinha de luxo, sem articulações perfeitas e o sorriso perfeito, mas me igualo a perfeição pelo simples fato de ser diferente e encher aos meus próprios olhos.

Um comentário:

Bruno Benito disse...
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